CAMPO GRANDE (MS),

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    30/01/2020

    Como negociar a dívida para não perder a casa própria

    Cerca de 90 mil imóveis já foram tomados pelos principais bancos do país

    ©DIVULGAÇÃO
    A cada ano, o número de imóveis que voltam aos bancos por causa de dívidas aumenta. Em 2020, ele está entre os 90 e 100 mil, de acordo com os dados da ReSale, plataforma especializada em venda de imóveis. O levantamento foi feito utilizando as informações dos principais bancos do país, como Bradesco, Santander, Itaú Unibanco, Caixa e Banco do Brasil. 

    O valor acumulado desses itens ultrapassa R$ 18 bilhões. O índice pode ser explicado pelo alto nível de desemprego e pela falta de planejamento financeiro no momento da compra do imóvel. 

    De acordo com a especialista em direito do consumidor e imobiliário Renata Abalem, as pessoas que não tiverem o dinheiro de uma mensalidade devem negociar o pagamento com o banco, já que, se deixar acumular três parcelas em atraso, a instituição financeira já pode tomar de volta a casa e fazer um leilão de imóveis, segundo a Lei 9.514/97. 

    Caso isso ocorra, só será possível conseguir o imóvel novamente na Justiça, antes que ele seja arrematado. Em agosto de 2019, a Caixa, que é responsável por 69,5% do crédito imobiliário do país, colocou 18.883 imóveis à venda, por exemplo. Desses, mais da metade teve descontos de 33% -- se estivesse ocupado -- a 24% -- se estivesse desocupado. 

    O número de imóveis colocados à venda tem crescido no país. Conforme os dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), no primeiro semestre de 2019, foram lançados 45.085 imóveis, o que representa um aumento de 10,1% em relação ao mesmo período de 2018. 

    Como negociar a dívida

    Os bancos oferecem opções para que o mutuário quite a dívida sem precisar recorrer a processos na Justiça. É possível acrescentar os valores em aberto ao saldo devedor e gerar uma nova parcela, que será mais alta, mas excluirá a inadimplência. 

    Outra alternativa é pedir a suspensão do pagamento por um tempo. Essa escolha serve para quem não tem o dinheiro para pagar as mensalidades. Ela não exclui a dívida, no entanto. Para quem participa do programa Minha Casa, Minha Vida, há um seguro que cobre 36 prestações em caso de desemprego. O ideal é acioná-lo antes de deixar de pagar as parcelas. 

    Entretanto, mesmo se com as negociações não for possível pagar o imóvel, o recomendado é vendê-lo antes que a dívida cresça. 

    Por: Rodolfo Milone



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