CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    05/06/2019

    PONTA PORÃ| Audiência pública debateu uso de agrotóxicos no Distrito de Nova Itamarati

    Vereadores de Ponta Porã se colocam a disposição e afirmam que continuarão trabalhando pelo Assentamento Itamarati ©Lécio Aguilera 
    A Câmara Municipal de Ponta Porã, juntamente com a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV) e a Associação das Revendas de Insumos Agrotóxicos da Fronteira (Asfron) realizaram uma audiência pública para debater os efeitos da “Deriva de Aplicação de Agrotóxicos”. 

    A audiência aconteceu no Salão Paroquial do Distrito de Nova Itamarati e contou com a presença dos vereadores, Candinho Gabínio, Rony Lino, Wanderlei Avelino, Anny Espínola, Neli Abdulahad, Paulinho Roberto do PT, Marquinhos, o coordenador da Associação Produtores Orgânicos, Olacio Komori, o professor do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), o engenheiro agrônomo Antônio Luiz Viegas Neto, a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul, Dra. Fernanda Savicki, professores, estudantes, autoridades, produtores da agricultura familiar. 
    ©Lécio Aguilera
    O evento debateu sobre a deriva de agrotóxicos, que são aplicados nas lavouras e as consequências para o meio ambiente e para os seres humanos, quando esses produtos não são depositados no local alvo. 

    De acordo com o professor do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), o engenheiro agrônomo Antônio Luiz Viegas Neto, a deriva ocorre devido ao carregamento das gotas, escorrimento, evaporação e outros processos. 

    Conforme o professor existe três tipos de deriva, a endoderiva, que se trata da perda do produto dentro da própria lavoura, a exoderiva é a perda do produto fora dos domínios da lavoura, que tem sido a principal causadora de prejuízos aos produtores do Assentamento Itamarati. Também há a volatilização, perda de gotas devido as condições climáticas desfavoráveis. 

    O engenheiro agrônomo Antônio Luiz Viegas Neto, também disse que os agrotóxicos são muito utilizados em produções em larga escala e há soluções para diminuir as ocorrências da deriva. Com os devidos ajustes no sistema do equipamento de pulverização, controlando o tamanho das gotas, pois quanto mais finas, mais suscetibilidade em elevar deriva, e aplicação com condições climáticas favoráveis, avaliando a direção dos ventos, da temperatura e umidade relativa do ar, o risco de deriva fica cada vez menor. 

    A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul, Dra. Fernanda Savicki, também participou da audiência e relatou sobre o impacto negativo do agrotóxico na saúde pública e no meio ambiente. 

    A audiência pública foi proposta pela Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização, a qual é presidida pelo vereador Rony Lino, pelo vice-presidente, vereador Paulinho Roberto do PT e pelo relator Laercio Martins. Coube ao vereador Paulinho Roberto coordenar os trabalhos realizados no Salão Paroquial. 

    Na audiência, o engenheiro agrônomo da Agraer, Edson Mondadai, cobrou a criação de uma medida para proibir a aplicação de agrotóxico por meio tratorizado no perímetro urbano do Distrito de Nova Itamarati. Também cobrou medidas para restringir a utilização de outros meios como a aviação para aplicação dos produtos químicos e cobrou que seja inserido no projeto da Câmara, que as pessoas que aplicam agrotóxicos tenham cursos de capacitação para desempenhar tal serviço. 

    O presidente da Câmara Municipal de Ponta Porã, Candinho Gabínio, assim como o vereador Paulinho Roberto e demais vereadores se colocaram a disposição da população para encaminhar emendas e projetos. Já tramita na Câmara MunIcipal um projeto de lei para beneficiar os pequenos produtores do Assentamento Itamarati. 

    “A Câmara conhece o Assentamento Itamarati e nunca vamos negar parceria com vocês produtores, e estamos aqui para ouvi-los sempre, pois temos orgulho dos alimentos que têm sido produzidos aqui e são vendidos nas feiras ou então são levados para as escolas para alimentar nossas crianças”, disse o presidente da Câmara. 

    O presidente da Câmara Legislativa também afirma que em breve a Casa Legislativa realizará um novo evento para ouvir os grandes agricultores, já que Ponta Porã é um dos maiores produtores de soja do estado. “Nos próximos dias entraremos em contato com o Sindicato Rural para debatermos, em audiência pública ou em uma reunião, com os agricultores do nosso município para que possamos ouvir ambas as partes que produzem na nossa região”, concluiu Candinho Gabínio.

    ASSECOM 



    Imprimir