CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    31/10/2018

    As pesquisas que pretendem inserir mais proteínas alternativas na dieta humana

    Fontes proteicas oriundas de insetos e vegetais devem ser a opção mais viável em um mundo que já espera por escassez de comida no futuro próximo 

    ©Divulgação
    Já houve um período da história do mundo que as pessoas acreditavam que comer carne era essencial para a dieta humana. Quando as práticas de uma vida saudável se popularizam, primeiro nos Estados Unidos, depois na Europa e, então, no Brasil e na América do Sul, elas também achavam que comer proteínas de origem animal era mais eficiente para promover o anabolismo e a recuperação muscular. 

    No entanto, com o passar dos anos e os avanços das pesquisas sobre nutrição, saúde e desempenho esportivo, a ciência foi mostrando que essas e outras afirmações estavam equivocadas. 

    Com base em ótimos valores nutricionais, já que há uma preocupação constante com uma possível escassez de alimentos de proteína animal nas próximas décadas (principalmente por causa do aumento da população mundial), o desafio dos pesquisadores hoje está em encontrar novas alternativas de fontes proteicas para a dieta humana. O Whey Protein é apenas uma delas. 

    Para Diogo Círico, nutricionista da Growth Supplements, isso se justifica pelo fato de não haver condições de produzir alimentos de origem animal para toda a população mundial -- que hoje ultrapassa a marca de sete bilhões de pessoas. "Além do espaço físico e do fomento usados na "produção" de proteína animal serem muito grandes, eles demandam investimentos mais altos do que os que são usados para cultivar alimentos vegetais e criar insetos, por exemplo", explica. 

    O mercado atual de suplementos já está sendo invadido por outras fontes de proteínas: no Brasil, é comum o consumo de fontes proteicas oriundas da ervilha, do arroz, da amêndoa e da soja. Há pesquisas que estão usando insetos com base de proteínas, e inclusive existe o uso de outros nutrientes provenientes de insetos para fabricar certos tipos de comida. No Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pesquisadores fizeram um pão a partir de farinha de barata, por exemplo. 

    O uso de insetos como alimento, conhecido pelo nome de entomofagia, é comum em mais de 100 países pelo mundo -- principalmente na África, na Ásia e na América Latina. Acredita-se que há mais de duas mil espécies de animais deste tipo que podem servir de comida ao homem. "Além da diversidade na quantidade pode se pode comer, a fase de desenvolvimento em que os insetos são consumidos é diversificada", explica Círico. 

    "Insetos da ordem coleoptera, que compreende todos os insetos conhecidos popularmente como besouros, podem ser comidos ainda quando larvas, enquanto os da ordem orthoptera, como grilos e gafanhotos, estão prontos para o consumo apenas no estado adulto", completa. 

    Para Diogo, o principal dilema dessas novas pesquisas é esclarecer e convencer a população que o consumo de insetos é saudável e pode resolver um problema que já ameaça o mundo -- o da falta de comida. "Os valores nutricionais desses animais e dos vegetais são excelentes. Um suplemento de proteína fabricado com insetos ou com vegetais pode ser tão bom quanto um suplemento de proteína animal". 

    A explicação científica para isso é que alimentos vegetais e insetos são ricos em aminoácidos essenciais, ainda que tenham menor concentração de nutrientes quando comparados a alimentos de origem animal comuns, como carne de boi. 

    No entanto, independentemente disso, o processo de isolamento e concentração das proteínas dos insetos aumenta a quantidade dos aminoácidos. "Assim, proteínas elaboradas com vegetais e insetos podem ser tão boas do ponto de vista protéico como um bife", finaliza Círico. 

    Fonte: CONVERSION



    Imprimir