CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    02/07/2018

    CASO MAYARA| Assassino ‘armou’ último encontro para matar Mayara no motel, dizem testemunhas

    "Ele seduziu ela para matar, pediu o último encontro para a despedida", disse a mãe

    ©Henrique Kawaminami
    Luís Alberto Bastos Barbosa, réu pelo assassinato da musicista Mayara Amaral, teria ‘armado’ um último encontro romântico para levar a jovem até o quarto de motel onde ela foi morta a marteladas e esganada em julho de 2017. A versão está nos depoimentos das testemunhas de acusação ouvidas nesta segunda-feira (2). Segundo a mãe de Mayara, ela se tronou um alvo fácil porque estava apaixonada.

    A primeira audiência do julgamento do assassino teve depoimento de sete testemunhas. A mãe de Mayara, Ilda Cardoso, chorou durante o depoimento. Ela ressaltou que não conhecia Luís, mas disse que a filha teria comentado estar apaixonada por alguém com as mesmas características dele.

    “Ela me falou que estava apaixonada, mas que não pretendia relacionamento, por estar focada no mestrado”, lembrou a mãe. Ilda ressaltou ainda que, quando a filha sumiu, já sabia que Luís seria o responsável.

    Uma amiga da musicista, que também prestou depoimento, contou que já tinha feito um alerta sobre a ‘índole do rapaz’ e pediu para que ela se afastasse. Segundo a mãe, após o conselho da amiga, Mayara chegou a enviar uma carta para o assassino rompendo.

    Para Ilda, com esta carta o assassinato da filha começou a ser tramado. Irritado com o fim do relacionamento, o assassino marcou um último encontro romântico. “Ele seduziu ela para matar, pediu o último encontro para a despedida, mas no fim ela entrou dirigindo o carro para a morte, ele tratou ela como bandida e desapareceu com o corpo”, conta a mãe.

    Para os familiares da musicista, Luís teria interesse no veículo que Mayara fazia uso em algumas ocasiões. “Ele teria condições de resolver os problemas financeiros de outra forma, não precisava matar minha filha. Muito triste ver minha filha brilhando, e vir alguém e matar. O pior, ele não veio com tapa, ele foi dando beijinho”, comentou a Ilda, emocionada.

    A próxima audiência será no dia 30 de julho, às 13h30, neste dia serão ouvidas as três testemunhas de acusação, testemunhas de defesa e o acusado, Luís Alberto Bastos Barbosa.

    Defesa pretende ‘culpar as drogas’

    Mayara foi morta a marteladas, no dia 25 de julho de 2017, e segundo um dos suspeitos, também foi esganada. Luís Alberto Bastos Barbosa de 29 anos, Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos, e Anderson Sanches Pereira, 31 anos, foram presos em flagrante pelo crime, na quarta-feira, 26 de julho. Mas, após as investigações foi concluído que Luis agiu sozinho roubando R$ 17,3 mil em bens da vítima.

    A defesa de Luís teve como estratégia “culpar as drogas” pelo crime, e após esta tentativa foi pedido à Justiça que o músico passasse por avaliação de sanidade mental por acreditar que o baterista teria cometido o crime “motivado por um distúrbio muito além de sua vontade”.

    Mas, em despacho feito pelo juiz consta que o Luís não teria afirmado ser total parcialmente incapaz de entender o caráter do ilícito cometido por ele. Ainda segundo o documento, durante o depoimento o acusado teria se mostrado consciente das acusações contra ele, dando detalhes do que tinha acontecido no dia do crime.

    Luís foi denunciado inicialmente por latrocínio, mas a defesa conseguiu desqualificar e ele agora está sendo julgado por homicídio qualificado. O feminicídio pode ainda entrar como qualificadora.

    Fonte: Midiamax
    Por: Nathalia Pelzl e Clayton Neves


    Imprimir