CAMPO GRANDE (MS),

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    17/04/2018

    Bancada do Partido dos Trabalhadores pede por liberdade de Lula

    Os parlamentares trouxeram ao plenário placas com o pedido “Lula Livre”

    ©Luciana Nassar
    Os deputados do Partido dos Trabalhadores (PT), João Grandão (líder da bancada), Amarildo Cruz, Cabo Almi e Pedro Kemp protestaram durante sessão desta terça-feira (17) contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida no sábado (7), acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os parlamentares trouxeram ao plenário placas com o pedido “Lula Livre”.

    João Grandão foi o primeiro a subir na tribuna. “Vamos analisar o tamanho do golpe contra o PT, desde a retirada de uma mulher lutadora como [a ex-presidente] Dilma Rousseff da presidência, legitimamente eleita, até a prisão do Lula, sem provas. Tudo ocorreu a partir de uma manipulação da grande imprensa junto aos que têm o domínio dos meios de produção. A eleição sem Lula é uma fraude. O que vale para um, não vale para outro? Isso é um constrangimento, fere o pressuposto democrático. Estamos vendo as instituições caminhando para um projeto neoliberal”, lamentou Grandão.

    Para Pedro Kemp, a possível perseguição a Lula se comprovaria pelo tempo recorde em que tramitou o processo em segunda instância. “Em seis meses Lula estava julgado e preso. Isso não aconteceu com vários outros. A intenção é impedir o ‘presidente’ de participar das eleições, porque sabem que ele seria eleito. Em debate ontem na Câmara, eu vi a análise de um professor muito interessante, que o que está por trás do golpe é o ódio da classe média pelas políticas de inclusão social. Só saiu nas ruas quem quis tirar o PT. Não foram pelo fim da corrupção, mas sim porque o PT representa um projeto que beneficia os pobres, dá oportunidades, senão todo mundo sairia protestar quando divulgaram as malas de dinheiro do Geddel”, analisou Kemp sobre os R$ 52 milhões apreendidos com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).

    Segundo Amarildo Cruz, o PT continuará a lutar pelas mesmas bandeiras sociais, por um país mais humano, justo e solidário. “Dilma era a mais honesta de todas. Quanto mais ela fechava o cerco contra a corrupção, mais ela cavava o buraco para sua própria caveira. Realmente precisamos ver que a classe média não admite que não quer um país que acabe com a miséria, que coloque índios na universidade e que é manipulada ao querer ser melhor que seu semelhante. Como fazer um Brasil em que as pessoas se preocupem com a penúria do outro?”, questionou Amarildo.

    Cabo Almi também analisou a conjuntura política e disse que a defesa pela liberdade de Lula é repercutida na imprensa mundial. “Tem jornais internacionais colocando em xeque a condenação do Lula. A Polícia Federal esteve na casa dele, vasculhou a vida toda e encontraram o que? Nada. A voz por ‘Lula Livre’ será ouvida todos os dias, de Leste a Oeste, até que alguém ouça nosso clamor, por um ser humano que nasceu para servir ao próximo”, assegurou.

    Por outro lado, o deputado Barbosinha (DEM) defendeu as decisões do Judiciário em manter o ex-presidente preso. “Não consigo entender qual é a dinâmica de questionar as instituições democráticas nesse processo. Foram inúmeros juristas que definiram pela condenação. É possível sim discutir a presunção de inocência, o direito de ampla defesa, mas não podemos admitir que pelo fato do Lula se apresentar bem nas pesquisas eleitorais, ou que tenha feito um bom governo, ele deva estar solto ou responder com imunidade prisional”, ressaltou Barbosinha.

    Zé Teixeira disse que é preciso ser imparcial. “Eu também não queria ver o Lula preso, mas veja que não é só ele, que defende os pobres, quem está. Não adianta só fazer política para os pobres. O setor produtivo já paga um preço muito alto para carregar esse país. Se o povo quer reeleger o Lula, que reeleja, afinal essa é a democracia, mas dizer que o PT acabou com os problemas desse país, eu não concordo", finalizou.

    Fonte: ASSECOM
    Por: Fernanda Kintschner 
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