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    04/08/2017

    VÍDEO| Julgamento no TJ-SC é suspenso após advogado acusar desembargador de pedir propina

    Segundo Felisberto Odilon Córdova, o magistrado Eduardo Gallo pediu propina no valor de R$ 700 mil © Reprodução / Reprodução
    Não se fala noutra coisa no meio jurídico em Santa Catarina. O clima esquentou no Tribunal de Justiça nesta quinta à tarde. Durante a sustentação oral na 1ª Câmara Cível, o advogado Felisberto Odilon Córdova acusou o desembargador Eduardo Gallo, relator do processo, de ter lhe feito uma proposta pedindo R$ 700 mil para julgar favoravelmente aos interesses do cliente. 

    A causa envolve uma disputa de R$ 35 milhões (agravo de instrumento interposto em execução de honorários). Bastante exaltado, Córdova não economizou nas críticas e exigiu apuração do Ministério Púbico. 

    - Este julgamento merece ser impugnado porque ele está comprado -, bradou o advogado do púlpito.


    Diante da denúncia considerada infundada pelo desembargador, Gallo exigiu que se desse ordem de prisão ao advogado. Reclamou dos excessos verbais e disse nunca ter sido chamado de vagabundo em 25 anos de magistratura. Para acalmar os ânimos, o presidente da Câmara, desembargador Raulino Brunning, pediu vista dos autos, suspendeu o julgamento e decidiu oficiar o Ministério Publico e OAB para acompanharem o caso. 

    O vídeo que mostra o momento do auge da discussão circulou rapidamente em grupos sociais na internet. O presidente da OAB-SC, Paulo Brincas, determinou a instauração de uma comissão que será presidida por ele para apurar os fatos. O presidente em exercício do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, desembargador Alexandre d'Ivanenko, também informou por meio da assessoria de comunicação que já tinha ciência do ocorrido e pretende analisar o caso para depois se manifestar. 

    A coluna também procurou o desembargador Gallo, via assessoria do TJ, mas foi informada que ele não estava mais na corte. 

    Aliás

    Independentemente da polêmica, a gravidade da denúncia exige uma rápida apuração dos fatos com toda a transparência necessária e respeito aos princípios legais. Caberá à OAB, Tribunal e Justiça e ao próprio Ministério Público assumirem o protagonismo do caso, evitando que o tema fique restrito aos compartilhamentos nas redes sociais. Inclusive pelo bem da carreira dos envolvidos. 

    Por enquanto, o mundo jurídico ainda está estupefato diante do episódio.

    Fonte: dc.clicrbs
    Link: http://dc.clicrbs.com.br/sc/colunistas/rafael-martini/noticia/2017/08/julgamento-no-tj-sc-e-suspenso-apos-advogado-acusar-desembargador-de-pedir-propina-9860276.html


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