CAMPO GRANDE (MS),

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    06/09/2016

    LÍNGUA PORTUGUESA - Professor Fernando Marques



    10.2 Diversificação dos gestos

    É a repetição exagerada de gestos que compromete o sucesso do discurso, principalmente quando as palavras são proferidas de forma equivocada, evidenciando a desarmonia entre o que se diz e a movimentação dos braços e das mãos. Ainda que pareçam apropriados para o reforço das mensagens, os gestos repetidos marcam e chamam a atenção dos ouvintes de forma negativa. Por esse motivo, o orador deverá alternar os movimentos dos braços, das mãos, bem como a sua posição de apoio, evitando os exageros.

    10.2.1 Na diversificação dos gestos, os dedos também poderão ser utilizados servindo, inclusive para enumerar itens que integram determinados assuntos. Até mesmo as pontas dos dedos das duas mãos poderão reforçar os argumentos, sugerir e assinalar ocorrências, tornando muito mais eficiente o poder de convencimento do orador.

    10.3 O cuidado com os gesto que envolvem os dedos deverá ser muito mais reforçado quando se fala perante uma plateia. Dependendo do público ouvinte ou de quem veja as imagens que mostrem os gestos do orador, graves problemas poderão advir. Esse é o motivo pelo qual o orador deve evitar gestos como: 

    10.3.1 Levantar o polegar – embora possa indicar “OK”, no Oriente Médio representa gesto obsceno, resultando complicações para quem agir desta forma.

    10.3.2 Juntar o dedo polegar com o dedo indicador de uma mão - em determinadas regiões significa "perfeito", mas em outras é gesto obsceno, podendo ainda significar dinheiro, zero ou inutilidade.

    10.3.3 Levantar o dedo indicador e dedo médio de uma mão fazendo um V – tanto pode indicar o “V” de vitória, ou o símbolo da paz.

    10.3.4 Levantar o dedo indicador e o dedo médio de uma mão fazendo uma letra “V” com a palma da mão para dentro, ou seja, voltada para o orador - no Reino Unido, Austrália, Irlanda e Nova Zelândia representa grave insulto, podendo resultar até mesmo prisão para a pessoa que dele fizer uso.

    10.3.5 Apontar algo com um dedo, principalmente com o indicador - significa falta de educação, comprometendo as virtudes do orador. 

    10.3.6 Chamar alguém com um dedo para que venha – implica forma deselegante, sendo grave insulto. Em determinados países quem faz esse gesto é utilizado para chamar os cães e as prostitutas. Todavia, se for utilizado de outra forma, quem dele fizer uso será punido com reclusão e açoitamento.

    Havendo a necessidade da utilização do gesto que sugere chamamento, este deverá ser feito com todos os dedos erguidos, num movimento sem exagero. 

    10.3.7 Levantar o dedo indicador e o dedo mínimo (popularmente: mindinho) fazendo chifres - abrange significados variados: nas fotografias, pode indicar uma brincadeira que sugere “chifrudo” ou “chifruda”. No Brasil, Itália e Espanha significa parceiro, "traído” ou “traída", “corno”, “inocente”, “último a saber”.

    Os fãs da música Heavy o interpretam como: "tudo bem", "tudo legal", “tudo numa boa”, “tudo beleza”. 

    Para o povo norte-americano é o símbolo da universidade de Austin no Texas e significa "Hook'em Horns", que denota enfiar os chifres, referindo-se aos touros de Texas. Em algumas partes de África representa maldição.

    Para muita gente significa saudação às “forças do mal”.

    10.3.8 Levantar o dedo polegar e o dedo mindinho – em várias partes do planeta, este gesto transmite a ideia de bebida, de convite para beber, principalmente quando o dedo polegar é aproximado da boca. Quando o polegar é aproximado do ouvido e o dedo mínimo é aproximado da boca, significa telefonar; telefone-me. Também poderá ter variados significados, principalmente nas praias e na cultura dos surfistas.

    10.3.9 juntar os dedos erguidos, de ambas as mãos, juntas, trazendo-as em direção ao peito ou à cabeça, inclinando-se suavemente, significa gratidão, humildade, reverência, admiração etc. 

    10.4 Gestos naturais e harmonia

    O discurso fica atraente quando o orador demonstra a harmonia entre o que fala, os gestos, a postura e a entonação da voz no momento de cada parte da sua mensagem.

    Se os gestos não corresponderem a cada propósito da fala, evidenciarão artificialismo e falta de expressividade. Portanto, quando o tom de voz for suave, também deverá ser suave e adequado o gesto que, vinculado ao sincronismo, sendo firme no momento em que houver a necessidade de se mostrar a firmeza por meio das palavras, da postura e da entonação vocálica.