CAMPO GRANDE (MS),

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    03/12/2021

    AMPLA VISÃO| Poder com soberba: culpa e azar do eleitor

    PROMETER? Pode e deve. Campanha sem acenos de realizações não tem graça. É igual beber cerveja quente e dançar com a irmã. Os candidatos precisam assanhar os desejos dos eleitores, ir ao encontro de seus sonhos. Mas não é sempre assim. Para candidatos tímidos, indecisos, engessados, prometer as vezes chega a ser um desafio e tanto.

    PARANAÍBA: Eleições de 1988. Comício na ‘Cantina do Raimundo’. A obra sonhada do distrito era o poço artesiano. Mas o sistemático candidato Fabico (MDB) negava-se a prometer sem a garantia do governador Marcelo Miranda. Aí o companheiro Julinho de Melo desabafou na reunião final: “Pode prometer Fabico! Você não vai ganhar mesmo”. E ele perdeu por mais de 3 mil votos para Daladier Agi.

    REGRA 3? Ex-prefeito Waldeli (MDB) de Costa Rica sonha disputar o Governo com eventual desistência de Puccinelli. Hoje investe na mídia elogiando seus próprios méritos de gestor público. Mas como convencerá a opinião pública se não conseguiu eleger o sucessor da sua cidade de 21 mil habitantes? Como diria Charles de Gaulle: “ c’est très complique”.

    PECADOS na política. A soberba é um deles através da arrogância. O filósofo Mario Cortella lembra que ‘a soberba é a capacidade de supor que nada existe que seja superior a própria pessoa’. Já o filósofo Roberto Romano, diz que é pura arrogância o desejo de superioridade dos políticos em não serem julgados pelo juiz de primeira instância e sim no foro especial.

    ‘MALAS’: Os políticos fingem ignoram que o poder tem data de validade, que um dia irão todos para a mesma vala. Só pode. Na memória coletiva os arroubos de poder de Paulo Maluf, Jair Bolsonaro, Lula, André Puccinelli, Collor de Mello, Sergio Cabral, José Dirceu e Dilma Roussef. Alguns pelas falas, outros por posturas carregadas de excessos.

    ELEIÇÕES: Com elas virão as mutações mecânicas na manada política. Políticos dissimulando o orgulho através de posturas interesseiras em busca do reconhecimento e do voto. Hora do eleitor olhar no retrovisor para efetivamente fazer o julgamento correto da personalidade e propósitos do candidato. Afinal, não faltam lobos com pele de cordeiro.

    DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): cuida da vinda da TV Senado em integração com a TV Alems; discursou no lançamento da Caravana da Saúde elogiando a iniciativa governamental. José Teixeira (DEM): Lembra do Dia 1º Dezembro, consagrado no mundo ao Combate ao HIV e a Aids; pede recapeamento asfáltico no J. Canaã III em Dourados; declarada de utilidade pública a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Fátima do Sul. Amarildo Cruz (PT). Externa sua preocupação com os reflexos do Covid nas classes menos favorecidas da população; alerta a população sobre os perigos da nova variante do Covid oriunda da África do Sul. Gerson Claro (PP): elogia o ritmo das obras rodoviárias do Governo Estadual na região de Sidrolândia; participou do evento que marcou o lançamento da Caravana da Saúde. Lucas de Lima (Sol): manifesta sua preocupação pedindo cuidados da população contra a nova variante do Covid; elogia o Governo Estadual pelo lançamento da 2ª. edição da Caravana da Saúde.

    PAULO DUARTE: Apesar da votação (17.343votos), superior a de 7 candidatos eleitos, acabou vítima do sistema das coligações em 2018 e ficou de fora. Aos 58 anos ele volta a Assembleia Legislativa com a visão maturada do contexto sócio político, em condições de qualificar o debate. Articulado, transita bem em todos os grupos e partidos.

    JOGADA: Ao levar o deputado Eduardo Rocha (MDB) para a Casa Civil, o Governo abriu espaço para Paulo Duarte – ‘outro emedebista de casa’ – que deverá cumprir missões daqui para frente. Como se depreende, o governador Reinaldo (PSDB) continua de surpreender com suas articulações. Pelo visto, nesta virada de ano, teremos mais novidades.

    NA VITRINE: Vários integrantes da administração estadual brigarão por votos em 2022. Fala-se no Secretário da Saúde Geraldo Resende, em Jaime Verruck (Meio Ambiente), João Cesar Mato Grosso (Cultura), Pedro Caravina (Adjunto da Infraestrutura), Luciana Azambuja (Política das Mulheres) e Maria Cecília A. da Motta (Sec. da Educação). Mas a fila ainda pode aumentar.

    CONTRADIÇÃO: Ocorre em todas eleições. Após promover tiroteio de críticas contra os políticos, comparando seu universo ao criadouro de pragas, alguns personagens (‘Messias’) querem adentrar para a política. O discurso basicamente é o mesmo, centrado na moralidade, acenando com nova postura. Como André Sathler compara: “fumei mas não traguei” – “não sou político mas quero entrar...para a política”.

    IMPRESCINDÍVEIS: Não há como pensar numa sociedade livre sem os políticos. Ruim com eles, pior sem eles. Sobre isso o sociólogo Dante Maffesoli, da Sorbonne, disse bem: “Assim como a morte é necessária à vida, dando-lhe sentido e especificidade, o político é uma instância que, na sua acepção mais forte, determina a vida social, ou seja, limita-a, constrange-a e permite-lhe existir”.

    AÇÕES PARLAMENTARES: Lídio Lopes (Patri): cumprimentado pela sua eleição na Unale; prestigiou o Governo Estadual no lançamento da 2ª. edição da Caravana da Saúde. Neno Razuk (PTB): pede projeto ‘Linda’ para detecção precoce de lesões de mama na rede pública de saúde; pede ao Secretário Riedel asfalto para ruas do Jardim Canãa III em Dourados. Pedro Kemp (PT): vigilante das causas sociais, denunciou a falta de materiais para cateterismo no Hospital Regional e pediu urgência na reposição dos mesmos. José C. Barbosa (DEM): destacou o papel do legislativo na política do Governo de retomada da economia estadual; presente ao lançamento oficial da Caravana da Saúde; representou a A. Legislativa na solenidade do lançamento do Espaço Sanesul Mara Caseiro (PSDB): comemora a criação do curso de Agronomia na UEMS de Mundo Novo e a escolha de 2 novos imortais da Academia de Letras de MS; presente.

    LULA: Lidera as pesquisas, fugindo do tema corrupção (Mensalão e Petrolão) e do apoio aos ditadores de esquerda. Atravessará ileso a campanha ao lado de Geraldo Alckmin? Esse embate será profundo; a anulação dos processos não tirou a mácula da corrupção que existiu de fato. Em tempo: o companheiro Zé Dirceu já opera nos bastidores, é o cara de confiança de Lula.

    FRATURAS: Após as prévias atrapalhadas a unidade do PSDB já é questionada. O partido saiu efetivamente maior? João Dória vai se firmar como líder da terceira via costurando apoios de peso? Quais serão as consequências (na sucessão paulista e do Palácio do Planalto) da saída de Geraldo Alckmin do PSDB? Dória se acerta com Sergio Moro e o MDB?

    IMAGEM: Ela continua pesando na avaliação do candidato. No caso de João Dória carrega o estigma de oportunista. Dória terá que lutar em duas frentes de batalha: pregar o antipetismo e ir contra os bolsonaristas. Conquistar e alargar esse espaço entre os 2 eleitorados definidos, romper a polarização PT-Bolsonaro não será tarefa nada fácil. Mas não impossível.

    SERGIO MORO: Continuará crescendo ou desidratará com o tempo? Ao superar Ciro Gomes (PDT) na largada já é visto com outros olhos. Mas não terá vida fácil para chegar ao 2º turno e desbancar Bolsonaro que já ‘lubrifica a máquina’. O seu discurso contra a corrupção atrairá também os bolsonaristas e terá preocupações com a economia e o bem estar social. É o novo.

    CIRO GOMES: A acidez da fala e o desgaste da imagem são responsáveis pela perda do posto de líder da terceira via para Sergio Moro. Concorrendo pela quarta vez, não tem conseguido atrair apoios e pode desistir e integrar a federação de siglas da esquerda encabeçada pelo PT. Quanto mais radicalizar, maiores dificuldades terá para desistir e se tornar mero coadjuvante das eleições.

    PARLAMENTARES EM AÇÃO: Evander Vendramini (PP): Pede abertura de concurso público para ingresso nos quadros do Procon; graças a sua emenda será inaugurada no dia 21 próximo a ‘Sala Lilás’ na Delegacia de Polícia de Ladário.; pede placas de sinalização de travessia de animais no Parque dos Poderes. Antônio Vaz (REP): foi a inauguração da ‘Sala Lilás’ de Água Clara, para qual destinou R$40 mil; debateu com o representante do Executivo a destinação exclusiva das emendas parlamentares à saúde. Capitão Contar (PSL): prestigiou o evento de filiação ao PL do presidente Bolsonaro em Brasília na última terça feira; questiona critérios que favorecem grupos específicos de candidatos em concursos públicos estaduais. Marçal Filho (PSDB): destinou R$40 mil ao Hospital Mãe Pobre de Glória de Dourados. Outras 7 cidades da Grande Dourados beneficiadas com emendas do parlamentar. Senador Nelsinho Trad (PSD): propõe o debate no Senado sobre a retomada das atividades carnavalescas; quer trazer o mais rápido possível a Internet 5G para Campo Grande.

    JUIZ ODILON: A pesquisa com Marquinhos Trad (PSD) liderando para Governador foi a novidade que ganhou espaço na mídia. Como é normal nestas situações há críticas e elogios. Mas a pontuação do ex-juiz Odilon liderando até com certa folga para o Senado chamou a atenção e deve merecer estratégia especial da concorrência.

    O FUTURO: Ele indica o PSD (de Kassab) que vai receber Alckmin – provável vice de Lula – proporcionando a candidatura de Marquinhos que apoiará o petista para o Planalto aqui no Estado. Aliás, o desempenho de Lula foi bom, surpreendeu, liderando como nunca havia ocorrido. Mas convém lembrar: ainda faltam 11 meses para a grande final.

    SIMONE: Pelas notícias de Brasília são parcas as chances da senadora do MDB emplacar como candidata a presidência da república ou a mesmo a vice. Se isso realmente ocorrer ela poderia até ser a companheira de chapa de Eduardo Riedel na disputa ao Governo. No evento da Caravana da Saúde nesta quinta na Assomasul, essa hipótese era ventilada.

    RICARDO AYACHE: Por onde passa é elogiado pelo seu trabalho à frente da Cassems. No lançamento da Caravana da Saúde não foi diferente. Aliás, sua entidade será parceira do Governo Estadual neste empreendimento através de seus hospitais - na capital e nas demais oito unidades estrategicamente localizadas no interior do Estado. Muito bom!

    PERDAS: A Covid levou gente das comunicações e da política. Os colegas Guilherme Filho, Marcia Caetano, Valderi Resende, Paulo Catanante, Pierri Adri, Armando Anache Filho (Aquidauana), Oscalino Rezende, Arayti Dias, (Chapadão do Sul), Marcio Costa (Cassilândia), ex-vereador (capital) Clemêncio Ribeiro, deputados cabo Almi e Onevan de Matos, ex-deputado Getúlio Gideão, ex-conselheiro José Ancelmo – do TCE.

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