CAMPO GRANDE (MS),

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    11/03/2020

    Deputado do PROS apresenta projeto para amputar mãos de políticos corruptos

    Boca Aberta citou países como China, Irã e Coreia do Norte, onde existe a pena de morte para casos de corrupção, como exemplos no combate à improbidade administrativa

    ©ILUSTRAÇÃO
    O deputado federal Emerson Miguel Petriv, conhecido como Boca Aberta (PROS/PR), apresentou nessa terça-feira (10) um projeto de lei que propõe a amputação das mãos de políticos que cometam “crime de abuso de poder econômico, improbidade administrativa e enriquecimento ilícito”, de acordo com documento disponibilizado pela casa legislativa.

    O texto propõe que não apenas os políticos que ocupam posições no alto escalão do poder sejam mutilados em caso de corrupção comprovada, mas também os detentores de cargos de ordem indireta ou fundacional no sistema público. Ainda de acordo com o documento, o processo de mutilação seria realizado em uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) do domicílio do condenado.

    Boca Aberta tenta justificar sua proposta afirmando, sem citar fontes, que o Brasil seria “o segundo país mais corrupto do mundo”, atrás apenas da Nigéria. No texto, o deputado pondera, no entanto, que os brasileiros estão em situação pior, em comparação com o país africano, uma vez que ” o Brasil é o único país do mundo que não tem absolutamente nenhum político preso por corrupção”.

    Boca Aberta ainda citou países como China, Irã e Coreia do Norte como exemplos no combate à corrupção, uma vez que a legislação dessas nações permite a mutilação e até mesmo a execução de políticos comprovadamente corruptos.

    As informações apresentadas pelo deputado Boca Grande divergem, no entanto, com dados divulgados no ano passado pela Transparência Internacional, com sede em Berlim, na Alemanha. De acordo com o último Índice de Percepção de Corrupção do órgão, o Brasil está na 111ª posição numa lista que classifica países do menos corrupto para o mais corrupto. Na mesma lista, a Nigéria aparece na 155ª colocação. Também atrás do Brasil, o Irã, citado pelo deputado, amarga a 153ª colocação no índice, enquanto a Coreia do Norte, também citada no PL, está entre os dez países mais corruptos do mundo (175ª colocação).

    Por: Matheus Maderal



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