CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    28/02/2020

    AMPLA VISÃO| Jânio Quadros: chifre não é asa!


    COMEÇOU! Com alguns quilos a menos e imagem facial renovada graças a um implante capilar, o ex-secretário Estadual de Obras Marcelo Miglioli (Solidariedade) já iniciou suas estocadas contra a administração de Campo Grande. Na sua página do facebook ele fala das finanças prefeituras e das enchentes ao criticar o drama que se repete a cada ano - sugerindo projeto de macrodrenagem. Internautas compareceram para criticar o oportunismo do pré-candidato. A campanha eleitoral promete. 

    NA PRAÇA Outro pré candidato que tem marcado presença nas redes sociais com fotos inclusive é Izaqueu Cipriano – ‘cap’ da Santa Casa de Misericórdia da nossa capital. Filiado ao Partido Progressista (PP) Izaqueu não é noviço em matéria eleitoral e vem exteriorizando a formula adotada para tentar chegar ao 2º turno. Percebe-se que o candidato progressista irá fundo nas questões sociais das regiões periféricas. O PP dispõe de tempo razoável no rádio e televisão e tem um bom fundo partidário. 

    PUREZA Nesta última quinta feira o procurador Sergio Harfouche deu entrevista na Radio Hora onde criticou episódios carnavalescos na capital envolvendo jovens. Ao final, questionado sobre sua eventual participação no pleito da capital, lembrou que até o final de março selará seu destino. E fez um arremate colocando-se como vítima do sistema: “ Infelizmente existem oportunistas querendo causar ainda mais impedimentos para que os eleitores possam escolher melhor seus representantes – é a prova de que ainda há políticos que pensam em benefício próprio”. Descoberta a América! 

    INSÔNIA: Basta ler o que ele pensa, escreve e decide para se ter o perfil do Juiz de Direito Roberto Ferreira Filho – titular da 1ª Vara Criminal de Campo Grande: “Um cidadão que vende um CD pirata pode receber pena de 2 a 4 anos de prisão, uma pena semelhante ao que se envolve em crime de corrupção...” Nas mãos dele dois processos merecedores de farto noticiário: o caso envolvendo o empresário Jamil Name (Operação Omertà) e da Lama Asfáltica onde pontifica a figura do ex-governador André Puccinelli (MDB). Magistrado desde 2001 vindo de Paranavaí (PR), é alvo de elogios pela sua conduta serena e rígida onde não admite distinção de classes sociais perante a justiça. 

    POR UM FIO: O assassinato brutal de Dirceu Lanzarini (ex-secretário da Casa Civil-MS) é mais uma demonstração da fragilidade das atuais relações humanas. As pessoas estão cada vez mais intolerantes, nervosas e matam seus semelhantes como se fossem baratas no banheiro. Recomenda-se cautela, sabedoria e grandeza – abrindo mão inclusive da própria razão. Como se diz: É melhor levar desaforo para casa ou prejuízo financeiro do que perder a vida. Lembrando Pearl S. Buck: “De todos os perigos, o maior é subestimarmos o nosso inimigo”. 

    ADEMAR X JÂNIO: Pelo estilo pessoal marcaram na política - ficando famosos por episódios que protagonizaram no poder e fora dele. Ademar de Barros foi fazer comício em Mogi Guaçu (SP) e disparou contra Jânio Quadros: “...Entre várias obras que fiz em São Paulo está o Pinel, hospital para loucos. Mas infelizmente não foi possível internar todos. Um deles está solto e fará comício aqui nesta praça na semana que vem”. Jânio soube da referência feita pelo adversário e na mesma praça lascou: “Quando fui governador de São Paulo construí várias penitenciárias, mas não prendemos todos os ladrões. Um deles escapou e na semana passada fez comício aqui nesta cidade”. 

    GENIAL: Presidente, Jânio Quadros recebe pedido de emprego para o sobrinho de um ministro que acabara de se formar advogado. Na lista de cargos vagos de assessores federais havia um na tesouraria dos Correios e Telégrafos. Quando o presidente revelou o salário do cargo o ministro padrinho do pedido curiosamente recusou alegando que era muito dinheiro para o rapaz começando a vida e que o ideal seria um salário mais modesto. Surpreso com a honestidade do ministro Jânio desabafou: “Caro Ministro, abaixo desse salário só emprego por concurso público”. 

    OPINIÕES: O ex-ministro Roberto Campos tinha opiniões geniais. Economista liberal, cutucava os socialistas defensores da igualdade lembrando: “Deus não é socialista; criou os homens profundamente desiguais”. Segundo ele, a economia era a ciência de alcançar a miséria com o auxílio da estatística. Ele contava que em Moscou uma professora pediu a um aluno conjugar o verbo planejar. Mas começou o aluno a balbuciar “eu planejo, tu planejas; a professora interrompeu e perguntou-lhe o tempo do verbo. “Tempo perdido”. Campos lembrava Krushev - para quem os políticos são capazes de grandes ousadias, como oferecer pontes onde não há rio. 

    ASAS & CHIFRE: Quando o ex-presidente Jânio Quadros morreu o velório foi dos mais concorridos. Chamou atenção um cidadão que não parava de chorar. Questionado por um jornalista, ele relatou sua ligação com o ex-prefeito paulistano. Disse que certa feita, muito tempo atrás, encontrava-se no alto de um prédio, pronto para cometer suicídio, quando o então vereador paulistano Jânio, apareceu gritando pedindo para que ele não fizesse a enorme bobagem. O tal homem insistiu que iria pular porque a esposa o havia traído. Jânio foi cirúrgico: “O que tua mulher te arrumou foi um par de chifres, não um par de asas. Desça já daí”. E salvou o cidadão. 

    FRUSTRADO: Embora considerado um cidadão por demais inteligente, patriota, estudioso e organizado, o grande Ruy Barbosa morreu sem realizar seu desejo de governar o país. Mas não foi por falta de insistir. Concorreu em 4 eleições: 1894 (ficou em 4º lugar), em 1910 perdendo para Hermes da Fonseca, 1914 derrotado para Wenceslau Braz e 1919 perdendo para Epitácio Pessoa. Sobre ele os críticos da época diziam que ele era intelectual demais e pragmático de menos. Pelo seu preparo e estilo era considerado ‘chato demais’, não era agradável aos olhos do eleitor. Contra ele uma notícia: Ruy era contra as vacinas, consideradas por ele como condutoras de moléstias. 

    MINEIRO: Explicação de José Maria Alkmim ao réu condenado a 5 anos de prisão por matar a namorada: “O ano tem 365 dias e 5 anos são 1825 dias. Nos 5anos há 260 domingos, quando ninguém faz nada. Nos sábados (130) trabalha-se só meio dia. Na sua idade deve dormir 8 horas-dia e 5 anos representam 608 dias dormindo. Nos 5 anos temos 100 feriados. Assim você soma 260 com 130, mais 608 e 100 totaliza 1098 dias. Pegue os 1825 dias e deles retire 1098 e chegará ao total de 727 dias. Dividindo esse resultado por 30 sobrarão 24 meses, ou seja, só 2 anos de prisão...”. O condenado sorriu e suspirou aliviado diante da explicação do político. Enfim, embromado, mas feliz. 

    CHAMINÉS DA CULTURA: O deputado Luiz Eduardo Magalhães era o poderoso presidente da Câmara. Seu colega de parlamento era Paulo Lima (PFL), herdeiro da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) de Presidente Prudente reclamou: “Você precisa pedir ao MEC para dar uma folga nesta fiscalização em nossos cursos”. Magalhães mostrou-se surpreso – “MEC? Por que MEC? – Ora, Luiz, quem fiscaliza os cursos é o MEC. Eles estão pegando demais no nosso pé. Luiz Eduardo insistiu: “Achei que no caso das suas faculdades a relação fosse com a Fiesp. Não se trata de uma fábrica de diplomas? Então quem fiscaliza a fábrica é a Fiesp”. Os dois riram muito. 

    AH! O CORREIO... Eleitor sem dinheiro do interior nordestino foi ao prefeito pedir ajuda e ouviu dele a sugestão: “ Por que você não pede a Jesus Cristo? Ele não é o pai dos pobres?” O eleitor obedeceu e fez a carta pedindo 100 cruzeiros. Os funcionários dos Correios abriram a carta e com pena dele fizeram uma vaquinha de 50 cruzeiros e colocaram na carta. Mas veio a surpresa numa outra carta dizendo: “Senhor Jesus agradeço a ajuda que pedi, mas da próxima vez mande em cheque porque dos 100 reais o pessoal do Correio meteu a mão em 50.” 

    UMA FIGURA!: Hélio Garcia contrariou a lógica e governou Belo Horizonte e Minas Gerais fazendo seus sucessores Newton Cardoso e Eduardo Azeredo. Era especialista em pensar muito e não dizer o que pensava. Frases suas: “Tem o sabido e o sábio” – “Não brigo, mas também não faço as pazes” – “Não tenho tempo para fazer novos amigos, quanto mais novos inimigos”. Em 1985 elegeu Sergio Ferrara (que tinha defeito numa perna) prefeito de BH. Em campanha pelas favelas, Hélio incentivava: “ Manca, Ferrara! Mancar dá voto!” Por beber muito e pela estatura enorme ganhou o apelido de ‘Dojão’ ( carro Dodge Dart). Morreu em 2016 aos 85 anos de idade. 

    ‘RETRO-CID’: “Quando pensamos que estamos no fim, vem uma retroescavadeira e cava um novo fim do poço. Quando um senador joga um veículo desse em cima de uma multidão e é para com tiros no peito, é porque não vivemos em estado de normalidade democrática. O que Cid Gomes fez e ao que foi submetido na última quarta – feira (19) foi a mais triste demonstração de que fracassamos miseravelmente – como sociedade.... Estamos no pré-sal do poço da democracia e sinto muito dizer, mas estamos longe de chegarmos no fim.” (Erick Mota – jornalista) 

    Tancredo Neves: “Se Deus não lhe deu a graça da humildade, peça a ele a da dissimulação e finja que é modesto”. 



    Imprimir