A Prefeitura de Bataguassu, através da Secretaria Municipal de Saúde faz um alerta a população a respeito de casos de cisticercose humana e bovina registrados no município.
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Segundo a coordenadora municipal de Saúde, Paula Romão Dias, o setor de Vigilância em Saúde foi informado esta semana através de relatórios da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) sobre registros da doença em animais e, consequentemente, em humanos que trabalham no manejo de bovinos e até mesmo suínos em fazendas locais que fornecem os animais para abate nas indústrias.
O cisticerco é um parasita transmitido pelo homem ao animal por meio das fezes (que podem conter ovos da tênia - espécie de solitária). Quando a pessoa defeca no campo e áreas de pastos, pode agir como transmissor da doença, já que os bovinos ou suínos se contaminam ingerindo estes ovos. Assim o animal cresce com o parasita no corpo e depois pode voltar a contaminar o homem, que se alimenta de carne mal passada de bovinos ou suínos sem inspeção.
O cisticerco pode provocar a cisticercose neurocerebral, que compromete a saúde humana.
Paula comenta que um trabalho de educação sanitária está sendo organizado pela Secretaria Municipal de Saúde, visando orientar produtores, trabalhadores e população de forma geral sobre a sanidade frente aos índices de contaminação. "Faremos visitas em fazendas e sítios para orientar os produtores e residentes nessas áreas sobre medidas necessárias para evitar novos registros, alertando sobre o perigo da doença. Realizaremos também com base nos protocolos de saúde o oferecimento de vermífugo para os moradores dessas áreas e organizaremos também uma reunião em parceria com o Sindicato Rural, entre órgãos municipais e estaduais além de produtores e trabalhadores para abordar o assunto", explica.
SAIBA MAIS
A cisticercose é causada pela ingestão acidental dos ovos da Taenia solium. Indivíduos com teníase, por possuírem em seu organismo a forma adulta da tênia, liberam ovos destes animais, juntamente com suas fezes, podendo contaminar a água ou mesmo alimentos ou mãos. Assim, ao se ingerir os ovos da T. solium, este parasita se encaminha do trato digestório à corrente sanguínea e se aloja em órgãos como cérebro, olhos, coluna ou músculos.
A gravidade da doença depende da região infestada. Um cisticerco localizado no cérebro, por exemplo, pode causar dores de cabeça, convulsões, confusão mental e levar até morte sendo, obviamente, este o caso clínico mais grave. Alojada na coluna e região muscular, causa dor e dificuldades de locomoção; e na região ocular, distúrbios visuais e até cegueira.
O período de incubação da doença varia entre 15 dias a anos após a infecção, podendo também nunca se manifestar. O tratamento varia de acordo com a localização dos cisticercos, período de contaminação e estado de saúde do paciente.
Não defecar ao ar livre; lavar sempre as mãos principalmente antes de se alimentar e após usar o sanitário; não utilizar fezes humanas nem esgoto como adubo; não irrigar horta com água de rio; lavar bem as frutas e verduras antes de ingeri-las; tomar água apenas se estiver tratada e acompanhamento médico dos portadores de cisticercose e teníase são as principais formas de evitar seu contágio e o de outras pessoas a curto e longo prazo.
A doença também resulta em prejuízos a produtores rurais.
Por: Bianca Lima