CAMPO GRANDE (MS),

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    11/04/2018

    Senador Moka evita brechas que enfraqueceriam a Lei da Ficha Limpa

    © Divulgação
    O senador Waldemir Moka (MDB-MS) evitou ontem (terça-feira) que o plenário do Senado abrisse brechas para que candidatos condenados na Justiça pudessem participar da eleição. Foi durante votação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 181/2017, que estabelece a competência da Justiça Eleitoral para julgar ações internas dos partidos.

    Os parlamentares discutiram a possibilidade de candidatos "ficha-suja" disputarem a eleição. O debate ocorre em meio ao discurso do PT de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, é pré-candidato do partido à Presidência mesmo após condenação em segunda instância.

    Atento à armação, o senador sul-mato-grossense insistiu e pediu a inclusão de uma emenda que deixasse claro que o candidato que não tiver ficha limpa não pode ser candidato à eleição, com o intuito de "não haver dúvida à interpretação". Autor e relator da matéria, respectivamente, os senadores Romero Jucá (MDB-RR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) concordaram com a solicitação.

    O trecho que levantou a polêmica dizia: "A ação rescisória, no caso de decisão do Tribunal Superior Eleitoral de que decorra inelegibilidade, proposta em até 180 (cento e oitenta) dias do trânsito em julgado, apenas para o efeito de afastar a inelegibilidade, vedados o restabelecimento do registro, do diploma ou do mandato cassados, e no caso de decisão do Superior Tribunal Eleitoral que rejeite as contas de partido político ou as considere não prestadas".

    Segundo o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), este trecho seria um jabuti para favorecer candidatos fichas-sujas. "Eu até defendo que isso possa acontecer, desde que apareça na propaganda escrito 'Esse candidato faz mal à saúde do País, do Estado', como o cigarro. 'Esse candidato é ficha-suja. Quer votar nele? Vote'. Mas, sem isso, ao aprovar esse projeto, a gente pode estar abrindo a brecha para candidatos fichas-sujas poderem disputar a eleição", avaliou Cristovam.

    A senadora Vanessa Grazziotin disse que o objetivo do projeto era justamente impedir que um candidato cassado na primeira instância retorne ao cargo após recurso. "Nós não estamos fazendo mudança, nem é o objetivo, no sentido de colocar qualquer jabuti ou qualquer arapuca que enfraqueça a Lei da Ficha Limpa. Pelo contrário. Por exemplo, nós teremos um grande avanço a partir da aprovação disso, que é a impossibilidade de o recurso ser feito por qualquer detentor de cargo público no exercício do cargo. Uma vez afastado, ele pode recorrer, mas não mais no exercício do cargo."

    Fonte: ASSECOM
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