CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    28/04/2018

    ARTIGO| Similitude fática do PNAIC

    Por: Janaína Garcia* 
    Hoje, 28 de Abril, comemora-se o Dia Mundial da Educação. A data faz referência ao encontro de representantes de 180 países participantes, inclusive o Brasil, do Fórum Mundial de Educação, realizado em abril de 2000, na cidade de Dakar, no Senegal, país da África . E de lá tiramos um norte: “(…) toda criança, jovem e adulto têm o direito humano de beneficiar-se de uma educação que satisfaça suas necessidades básicas de aprendizagem, no melhor e mais pleno sentido do termo (…). A educação enquanto um direito humano fundamental é a chave para (…) alcançar a participação efetiva nas sociedades e economias (DECLARAÇÃO DE DAKAR, 2000). 

    Com este norte em mente, estive participando como formadora local do PNAIC (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa), na cidade de Corumbá, atuando a frente de professores das 11 escolas das águas da Rede Municipal de Ensino na quinta feira 26 de abril com o tema: " A Matemática como compreensão da realidade e como aprendizagem a partir de outros campos do saber". Evidentemente que esta formação é pensada de forma a aprofundar temáticas como o currículo, avaliação, educação do campo, inclusiva e diversidade linguística no campo matemático. Os encontros servem como troca de experiências, além de debater sobre os direitos de aprendizagem no Ensino Fundamental e na Educação Infantil. 

    Importa saber que sao aproximadamente 350 alunos, em salas multisseriadas que atendem da educação infantil ao 9 ano. ( Na formação participaram 25 professores da educação infantil e do 1 ao 3 ano do ensino fundamental ). As escolas seguem um cronograma próprio. O intuito desta formação fundamentada no diálogo e na exposição de algumas diretrizes tem o viés de abordar a temática da matemática evidenciando e valorizando o espaço em que as crianças vivem, pois tal meio favorece e estimula o processo de investigação e exploração alémm de integrar outras áreas do conhecimento. 

    E digo mais: o Pantanal ale, de ter e ser tudo o que é, ainda representa um recurso riquíssimo para a contextualização e sistematização do conhecimento e que os professores de lá tem sabido utilizar muito bem essa fonte de saberes, Também posso afirmar que esta formação foi mais que enriquecedora pois a experiência e vivência dos professores é inigualável a qualquer outra realidade que estive a frente. 

    Cumprimento-os por serem comprometidos e acreditarem tanto quanto eu, numa educação de qualidade, pois são profissionais capazes de superar qualquer obstáculo para que seus alunos tenham uma aprendizagem significativa. São criativos dinâmicos, alegres, guerreiros e sabem valorizar o conhecimento de mundo e a cultura das crianças e moradores daqueles rincões e justamente essa quebra de rotina pode transformar a vida das pessoas – como foi o caso de Jeferson Esdra de Arruda (35), conhecido pelo apelido de “Coca”, em sua comunidade que possui cerca de 17 famílias e aproximadamente 60 pessoas. 

    Jeferson oriundo da região denominada Corixão, no Taquari – em pleno Pantanal Sul-Mato-grossense – uma área de difícil acesso por conta dos leitos de água estreitos e rasos ( só passam embarcações de pequeno porte ) na região mais devastada pelo assoreamento do Rio Taquari, um dos maiores desastres ambientais provocados pelo homem, na história moderna brasileira. 

    O carinho e a preocupação de Jeferson com sua comunidade rendeu frutos: pelo seu projeto, em 2016 Jeferson recebeu o prêmio de “Professor Inovador”, como o melhor projeto do Município. E cada prêmio destes que um professor recebe, quem recebe não é UM professor mas sim, a cidade de Corumbá. 

    *Formadora Local do PNAIC, Professora há 20 anos na REME Detentora dos Prêmios “Professor por Excelência” e “Professor Inovador”. 
    Imprimir