CAMPO GRANDE (MS),

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    06/12/2017

    Mulher suspeita de matar dono de imobiliária chora em depoimento e alega legítima defesa em MS

    Suspeita de 38 anos ressaltou que tinha medo da vítima por ser "ligado a pessoas influentes do estado". Crime ocorreu na casa do ex-casal.

    Residência onde o dono da imobiliária foi encontrado morto, em Campo Grande (MS) (Foto: Dyego Queiroz/G1 MS)
    A mulher suspeita de matar o marido de 53 anos, em Campo Grande, alegou um histórico de violência por parte do suspeito e, segundo a polícia, chorou compulsivamente durante o seu depoimento. Ela confessou tê-lo ferido com um objeto de decoração, ressaltando legítima defesa.

    "A suspeita de 38 anos disse que conviveu com a vítima por cerca de 15 anos e possuem um filho em comum, uma criança especial de 10 anos. Em duas horas de depoimento, ela chorou muito e falou que estavam brigando na horas dos fatos. Ela foi agredida, mostrou várias hematomas pelo corpo e disse que pegou um objeto, desferindo golpes nele", afirmou ao G1 o delegado Eder Moraes, da 1ª Delegacia de Aquidauana.

    Quando a vítima caiu, ela comentou que fechou a porta do quarto e fugiu com o filho. "A mulher fala em seu depoimento que a vítima era proprietário de uma imobiliária, na qual ela trabalhava junto como secretária. Além desta briga, ela afirmou ter feito diversos boletins de ocorrência contra ele, porém sem dar andamento por conta do medo, ressaltando que ele era muito influente e ligado a pessoas poderosas no estado", disse o delegado.

    Antes de comparecer na delegacia, a mulher comentou que permaneceu na capital sul-mato-grossense. "A mulher confessou a agressão, porém, não sabia que o homem morreu logo após a briga. Ela, por enquanto, responde ao crime em liberdade. A investigação continua em Campo Grande, com a 6ª Delegacia de Polícia, finalizou o delegado. 

    Violência doméstica

    Ao iniciar as investigações, a polícia constatou que a mulher denunciava o suspeito desde 2011. O último registro teria ocorrido em fevereiro deste ano, antes dela comparecer à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) novamente.

    Entenda o caso

    O dono de uma imobiliária de Campo Grande, de 53 anos, foi encontrado morta em casa, na vila Bandeirantes, na última sexta (1°).. O corpo apresentava marcas de porrete. Uma filha da vítima foi a primeira a chegar ao local após perceber que o pai não tinha ido trabalhar.

    De acordo com a polícia, o empresário teria sido assassinado durante a madrugada. A mulher do dono da imobiliária, com quem tem um filho de 9 anos, é apontada como a principal suspeita de cometer o crime. A defesa procurou a polícia e negou o crime de homicídio, mesmo assim ela é considerada foragida.

    “O advogado dela esteve na delegacia e disse que eles tiveram uma briga, mas não confirmou que ela cometeu o crime. Ele registrou um boletim de ocorrência para falar da briga, mas não falou de morte”, disse na ocasião o delegado.

    Familiares da vítima contaram ao G1 que o casal estava discutindo frequentemente, nos últimos tempos, por causa de dinheiro. Eles estariam juntos há 10 anos. A polícia apreendeu um porrete encontrado em cima da cama onde estava o corpo. O objeto é tratado pelos investigadores como o instrumento usado para agredir no dono da imobiliária. A perícia esteve no local e vasculhou a casa em busca de informações sobre o que teria acontecido.

    “Tudo indica que ele tenha sido morto no local. Tem objetos quebrados, danificados, vidros. Estamos analisando se houve luta corporal”, disse Moura Fé.

    Os peritos também estiveram na imobiliária da vítima. Segundo informações repassada por familiares, o local teria sido arrombado e a mulher levado dinheiro e documentos. O caso também está sendo investigado.

    Por Graziela Rezende, G1 MS


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