![]() |
Por: Victória Ângelo Bacon* |
Se o quadro econômico e social não mudar caso Macri se torne o presidente, Le Pen se consolida a única liderança que tem a juventude francesa em massa a apoiando. Uma juventude que está estagnada com a depreciação da economia e do emprego na França o maior da história no pós-guerra. A identidade, a ser defendido de um lado autoritário, representado por Le Pen, através do isolacionismo e de outro representado pro Macri, uma falta de respostas aos anseios da economia francesa; uma espécie de salvador da pátria de um momento crucial do crescimento da extrema direita na Europa e no Mundo.
A crise de representativa de é nítida, porém, leva-nos a afirmar que estamos conseguindo a resistir. No Brasil não é diferente. Creio que não devemos subestimar isso que está acontecendo com a digitalização e com a internet, "o populismo e o extremismo político vivem um momento de ascensão nas democracias ocidentais", palavras da chanceler alemão, Angela Merkel.
Atualmente há muita gente que consulta mídias baseadas em regras bem diferentes dos critérios jornalísticos em vigor até pouco tempo atrás. Não digo que essas são as únicas razões [para o aumento do populismo], mas gostaria de salientar que a maneira pela qual se forma opinião hoje em dia acontece de forma diferente do que há 25 anos.
Como encontrar lideranças políticas capazes de direcionar com um Mundo Virtual com ritmo tão analógico? Os políticos têm dificuldade extrema em se comunicar com diferentes públicos. Trump utiliza as Redes Sociais, porém consegue só atingir a seu eleitorado causando uma espécie de frenesi quando se publica algo. A arena de polarização nas redes sociais é evidente. Cada grupo fala para si utilizando e defendendo aquilo que lhe é pertinente.
A lógica do populismo utiliza hoje as Redes Sociais pela massa que ela atinge em tão grande velocidade. O ambiente virtual causa um afastamento em conhecer a política, principalmente pela massa de jovens que utilizam as mídias. De Gaulle e Mitterrand na França, conseguiram liderar as necessidades da população. Macro conseguirá? E quanto a Le Pen? Esse ambiente virtual impede o surgimento de novas lideranças? O que seria de Winston Churchill se tivesse a seu bel prazer as Redes Sociais em plena Segunda Guerra? As Redes Sociais não só se restringe a computadores. Hoje ela cabe no bolso de 3,8 bilhões de pessoas em todo o planeta. João Dória em São Paulo, um desconhecido nos mares da política, tornou-se uma liderança nacional sem a necessidade de deslocar-se a outras regiões do Brasil. Teremos um populismo sendo tendência Mundial?
Os desdobramentos da Venezuela, pro exemplo, ocasionados com a necessidade do populismo na decida de 90, gerou um caos sem precedentes. Macri e Le Pen representam esse populismo na era digital. Hillary e Trump, por exemplo, enquanto uma tinha um discurso de líder articulado, o outro levou a Casa Branca atacando a rival nas Redes Sociais. A busca de referências passará pelo Mundo Digital? Uma coisa é certa, não se isola nenhuma Nação na Era Digital.
*Secretária Executiva da Universidade Federal de Rondônia.
Comunicadora Social.
E-mail: victoriabacon@unir.br