Deputado do PMDB tomará posse nesta terça-feira (7) como novo ministro da Justiça e será responsável pela PF; Serraglio deu declaração após ser questionado sobre o assunto.
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O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), novo ministro da Justiça (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) |
Na véspera da posse como novo ministro da Justiça, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) afirmou nesta segunda-feira (6) que não vai "mexer em nada" após ser questionado sobre se substituirá o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.
Serraglio tomará posse como ministro nesta terça, em cerimônia no Palácio do Planalto. Após assumir o Ministério da Justiça, o peemedebista será o responsável pela Polícia Federal.
"Não vou mexer em nada", limitou-se a dizer Osmar Serraglio.
Após ser anunciado ministro, o peemedebista já havia dito que pretende manter Daiello no comando da PF, "a menos que ele [atual diretor] pretenda deixar o cargo".
Na ocasião, Serraglio acrescentou, ainda, não ter restrições ao chefe da Polícia Federal, "só elogios."
O peemedebista substituirá no ministério Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer - e aprovado pelo Senado - para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal.
Nesta segunda, na rápida entrevista à imprensa na Câmara, o deputado disse que a equipe dele no Ministério da Justiça será montada "aos poucos" e, segundo ele, o atual secretário-executivo da pasta, José Levi, será mantido no cargo.
Orçamento da Lava Jato
Antes mesmo de tomar posse no cargo de ministro da Justiça, Osmar Serraglio já afirmou que manterá a continuidade dos recursos financeiros destinados à Operação Lava Jato para que as investigações continuem.
Ao longo do ano passado, pelo menos três ministros do governo Temer deixaram os cargos por algum fato relacionado às investigações:
>> Em maio de 2016, o então ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), atual líder do governo no Senado, pediu demissão após a revelação de uma conversa dele com ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado na qual o peemedebista afirmou que era preciso um "pacto" para barrar a Lava Jato e "estancar a sangria".
>> Também em maio de 2016, o então ministro da Transparência, Fabiano Silveira, deixou o cargo após a revelação de áudios em que ele, além criticar a Lava Jato, dava orientações a Renan Calheiros e a Sérgio Machado, ambos investigados no esquema de corrupção.
>> Em junho, o então ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB-RN), pediu demissão após ser citado no acordo de delação premiada de Sérgio Machado como beneficiário de propina.
Por Bernardo Caram, G1, Brasília