CAMPO GRANDE (MS),

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    10/02/2017

    MPF-RJ oferece denúncia contra Cabral, Eike e outras seis pessoas

    Denúncia é resultante da Operação Eficiência, um braço da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Nesta quarta, o ex-governador e o empresário foram indiciados pela PF

    Montagem Eike e Cabral presos (Foto: Reprodução/G1)
    O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra Sérgio Cabral, Eike Batista e mais seis pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro. Os fatos apresentados na denúncia são resultantes da Operação Eficiência, um braço da Lava-Jato no Rio de Janeiro.

    Nesta quarta-feira (8), a Polícia Federal indiciou o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o empresário Eike Batista e outras 10 pessoas. Entre eles os indiciados, também estavam Cabral e Eike. (veja abaixo os indiciados).

    O relatório conclusivo do inquérito será encaminhado à Justiça, juntamente com todo o material produzido no decorrer das investigações. A Justiça, então, decide se os indiciados viram ou não réus.

    Por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa:

    - Sérgio Cabral, ex-governador

    - Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, ex-secretário de Governo

    - Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, suspeito de ser operador do esquema

    - Luiz Carlos Bezerra, suspeito de ser operador do esquema

    Por lavagem de dinheiro e organização criminosa:

    - Sérgio de Castro Oliveira, suspeito de ser operador do esquema

    - Álvaro José Galliez Novis, doleiro

    - Thiago de Aragão Gonçalves Pereira e Silva, ex-sócio de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral

    - Francisco de Assis Neto, suspeito de ser operador do esquema

    - Mauricio de Oliveira Cabral Santos, irmão de Cabral, suspeito de receber dinheiro advindo do esquema de propina

    Por organização criminosa:

    - Eike Batista, empresário suspeito de pagar propina

    - Flávio Godinho, ex-sócio de Eike

    Por lavagem de dinheiro:

    - Susana Neves Cabral, ex-mulher de Cabral, suspeita de receber dinheiro de advindo do esquema de propina

    Na chegada para depor, o advogado de Eike, Fernando Martins, afirmou que a orientação ao empresário é a mesma de quando ele foi preso, no fim de janeiro. No primeiro depoimento, na sede da PF, Eike ficou calado. Ainda assim, o advogado declarou que ele vai esclarecer todas as acusações.

    "Ele foi chamado a prestar depoimento e vai esclarecer todo o necessário", afirmou Fernando.

    Operação Eficiência

    A PF investiga crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente U$ 100 milhões, cerca de R$ 340 milhões, distribuídos em 10 contas em paraísos fiscais no exterior – mais da metade do valor já foi repatriada. Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa.

    De acordo com o Ministério Público Federal, a investigação, concentrada nos crimes de corrupção (ativa e passiva), lavagem dinheiro, avançou com base em quebras de sigilo (bancário, fiscal, telefônico e telemático) e em acordos de delação premiada. Segundo os procuradores, a organização criminosa liderada por Cabral movimentou, em dez meses (agosto de 2014 a junho de 2015), R$ 39,7 milhões, cerca de R$ 4 milhões por mês.

    Cabral foi preso em novembro, na Operação Calicute, também desdobramento da Lava Jato. Segundo o MPF, desde que Cabral assumiu o governo foi encetado um esquema de fraude em licitação e cartel envolvendo as grandes obras públicas. O ex-governador já teve três pedidos de prisão preventiva cumpridos contra ele e segue no Complexo de Gericinó, onde estão os outros presos das operações Calicute e Eficiência.

    Segundo o MPF, Cabral "é o líder da organização criminosa" e, após as práticas de inúmeros atos de corrupção, teria tentado "atribuir falsamente características de legitimidade aos recursos criminosamente auferidos (obtidos)".



    Por G1 Rio