CAMPO GRANDE (MS),

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    25/11/2016

    Integração floresta-pecuária pode ser alternativa para produtores da bacia do Guariroba

    Divulgação

    Estudo de viabilidade ambiental para implantação do sistema de manejo integrado floresta-pecuária está sendo elaborado com a perspectiva de ser aplicado nas propriedades que fazem parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Guariroba. A intenção é buscar atividades altamente produtivas que não comprometam o meio ambiente, explica Sérgio Luiz Ferreira Júnior, engenheiro agrônomo do projeto Manancial Vivo. “Produtor no vermelho não se preocupa com o verde”, comenta. Uma unidade demonstrativa da Organização não Governamental WWF – parceira do projeto - está desenvolvendo a experiência.

    O projeto Manancial Vivo para conservação da bacia do Guariroba faz parte do Programa Produtor de Água da agência nacional que regula o setor, ANA. Em andamento desde 2010, já disponibilizou R$ 2 milhões para o Pagamento de Serviços Ambientais (PSA) às 47 propriedades da região que aderiram ao plano. A adesão é voluntária. A expectativa é que até 2021 o montante chegue a R$ 4 milhões.

    Os recursos estão sendo aplicados para a delimitação, cercamento e recuperação das Áreas de Proteção Ambiental (APP); obras de adequação e recuperação de 85 quilômetros de estradas vicinais (CG 140, CG 180, CG 264), conservação do solo e de florestas em uma área total de 36 mil hectares. Os proprietários que participam do projeto recebem 40% do valor gasto com as melhorias.

    A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) é responsável pela elaboração do projeto, orientação e acompanhamento dos trabalhos de regularização ambiental nas propriedades. Após firmar contrato com a prefeitura, o produtor tem até dois anos para executar os trabalhos.

    Para o coordenador do projeto, Marcos Andrey Alves de Oliveira, é justo “transformar em benefício financeiro os benefícios ambientais produzidos pelos produtores”. De acordo com o professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), as boas práticas nas atividades ligadas ao agronegócio e a conservação dos ecossistemas são fundamentais para a manutenção dos mananciais existentes.

    O presidente da Águas Guariroba,Guillermo Deluca, ressalta a importância de iniciativas voltadas à preservação do manancial, onde está localizada a represa responsável por 34% da captação de água de Campo Grande. Deluca reafirma o apoio aos produtores por meio da distribuição de mudas de espécies nativas do cerrado, produzidas no viveiro mantido pela empresa de saneamento, com capacidade para produção de 50 mil unidades por ano. As plantas são disponibilizadas para recuperação das matas ciliares e florestas.

    Workshop

    O projeto Manancial Vivo é um dos assuntos abordados no 2° Workshop Internacional sobre Integração Técnica e Científica, que acontece até o dia 28 em Campo Grande. O evento, apoiado pela Águas Guariroba, traz para discussão o tema “Qualidade da água: da preservação à potabilidade”. Na oportunidade serão discutidas as diretrizes do projeto Advanced Technologies of water distribution system management do programa Probal I, desenolvido por professores e alunos do Programa de Pós-graduação em Tecnologias Ambientais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e da universidade de Dresden, na Alemanha. Os pesquisadores chineses Pei Hua e Jin Zhang, que participam do projeto pela instituição alemã também participam do workshop. 

    O projeto é financiado pela Capes- fundação vinculada ao Ministério da Educação que atua na expansão e consolidação da pós-graduação no País- e pelo Serviço de Intercâmbio Acadêmico da Alemanha- DAAD. Os pesquisadores brasileiros e alemães pretendem desenvolver metodologias e modelos matemáticos para avaliação, gestão de ativos, controle de perdas, diagnóstico de falhas que auxiliem no sistema de abastecimento.

    No primeiro dia do workshop, os participantes assistiram a explanações técnicas e fizeram visita à captação de água do Guariroba. Na segunda-feira (28), eles visitarão a Estação de Tratamento de Água. As palestras acontecem na sede da empresa de saneamento.



    Fonte: ASSECOM
    Por: Rogério Valdez


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