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O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), em visita a obra - Rafael Andrade - 1º.out.10/Folhapress |
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi preso na manhã desta quinta (17) em seu apartamento no Leblon, zona sul da capital fluminense.
A Operação Calicute, um desmembramento da Lava Jato, investiga o desvio mais de R$ 220 milhões de recursos públicos federais em obras realizadas pelo Governo do Estado, que passa por uma crise fiscal e, por isso, teve R$ 170 milhões bloqueadas pela União. São investigados também corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Também tiveram mandados de prisão expedidos Hudson Braga, ex-secretario de obras e braço-direito do atual governador, Luiz Fernando Pezão, e Wilson Carlos, que coordenou a campanha de Cabral e é ex-secretário de Governo.
A mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, foi alvo de condução coercitiva.
Segundo a Polícia Federal, foram identificados fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais com pagamento de propinas a agentes estatais, entre eles, um ex-governador do Estado do Rio de Janeiro.
Mais de 200 policiais cumprem 38 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva, dois de prisões temporárias e 14 de condução coercitiva expedidos pela Justiça Federal do Rio.
Os policiais também cumprem outros 14 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e um de prisão temporária expedidos pela Justiça Federal do Paraná.
Também participam das diligências com 19 procuradores do MPF (Ministério Público Federal) e cinco auditores fiscais da Receita Federal do Brasil.
O nome da operação faz uma referência à tormenta de Cabral em Calicute, na Índia.
Garotinho
A prisão ocorre um dia após a prisão de outro ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PR), preso preventivamente sob acusação de comandar um esquema de compra de votos na eleição em Campos dos Goytacazes (RJ), sua base eleitoral.
A investigação de Garotinho não está relacionada à da Operação Lava Jato. De acordo com o Ministério Público, Garotinho conseguia votos para seus aliados em troca da inscrição fraudulenta de beneficiários do programa social Cheque Cidadão, que destina R$ 200 a famílias pobres.
Ainda de acordo com os investigadores, o esquema mais que dobrou o número de inscritos no programa, que foi usado para fins eleitorais.
ALERJ
Na quarta-feira, servidores do Estado do Rio protestaram contra o pacote de ajuste fiscal proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão, afiliado político de Cabral e vice durante sua administração no Rio. O ato acabou em confronto com a Polícia Militar em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Fonte: O Estado de S.Paulo
Link original: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/11/1832924-ex-governador-do-rio-sergio-cabral-e-alvo-da-lava-jato.shtml