CAMPO GRANDE (MS),

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    25/10/2016

    Com repatriação, aumenta entrada de dólares no Brasil, revela BC

    Brasil tem entrada de US$ 2,53 bilhões na parcial de outubro. No acumulado deste ano, porém, cerca de US$ 13 bilhões saíram do país.

    Reprodução

    A entrada de dólares no Brasil superou a retirada de recursos em US$ 2,53 bilhões na parcial de outubro, até a última sexta-feira (21), informou o Banco Central nesta terça-feira (25). Somente na semana passada, US$ 1,38 bilhão chegou ao país.

    O movimento acontece após dois meses de retiradas maiores que entradas. Em setembro, a evasão de dólares, de US$ 5,5 bilhões, foi a maior em sete meses.

    Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, o processo de regularização de ativos no exterior está contribuindo para o ingresso de divisas na economia brasileira neste mês.

    "Houve uma entrada mais signfiicativa de recursos, o que pode estar denotando, em parte, esses ingressos [da repatriação]", avaliou Maciel.

    No acumulado deste ano, até a última sexta-feira (21), foi registrada mais retirada do que entrada de dólares no país. Neste período, US$ 13,2 bilhões deixaram o Brasil, de acordo com o BC.

    Impacto no dólar

    A entrada de dólares na parcial de outubro favoreceria, em tese, a desvalorização da moeda em relação ao real. Isso porque, com mais dólares no mercado, o preço tende a cair. Neste mês, de fato, o dólar vem recuando.

    No fim de setembro, o dólar estava cotado a R$ 3,25 e, nesta quarta-feira (19), por volta das 12h30, estava negociado a R$ 3,12. Veja a cotação

    Segundo analistas, além do fluxo de dólares, outros fatores influenciam a cotação da moeda norte-americana como o cenário externo (com a previsão de alta nos juros nos Estados Unidos, que tende a atrair capital para aquela economia) e o cenário político no Brasil (com a expectativa da aprovação da PEC do teto de gastos e a regularização de ativos no exterior).

    Interferência do BC

    Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swap cambial (que funcionam como uma venda futura de dólares), ou de "swaps reversos" – que funcionam como uma compra de dólares no mercado futuro.


    Nestas operações, o BC faz oferta de dólares para tentar controlar a cotação da moeda e impedir grandes oscilações. Além disso, essas operações servem para oferecer garantia (hedge) a empresas contra a valorização do moeda.

    Na noite desta segunda-feira (24), o Banco Central informou que decidiu não rolar os contratos de swap cambial que vencem em 1º de novembro, tendo em vista a possibilidade de fluxos de capitais atípicos ou de oscilações excessivas de câmbio em função do processo de regularização de capitais detidos por brasileiros no exterior.




    Do G1, em Brasília
    Por: Alexandro Martello

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