CAMPO GRANDE (MS),

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    26/09/2016

    Reinaldo se irrita com André e diz que ex-governador devia 'pedir desculpas'

    Puccinelli fez campanha contra Ruiter, candidado do PSDB

    Arquivo
    Aliados no passado, o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o atual chefe do Executivo estadual, Reinaldo Azambuja, trocaram farpas ao participar das campanhas de seus candidatos em Corumbá, na última semana. Azambuja, do PSDB, fez duras críticas ao ex-governador. Para Azambuja, Puccinelli, ao invés de discursar contra Ruiter, candidato tucano na cidade, 'deveria pedir desculpas' aos corumbaenses, por ter feito “muito pouco” e “prejudicar” os moradores da cidade, enquanto governava o Estado.

    Na quinta-feira, Puccinelli disse que Ruiter desprezava a ajuda durante suas gestões (2007-2014). Ruiter, que disputa eleição com o atual prefeito Paulo Duarte, do PDT, foi prefeito de Corumbá por duas vezes (2005-2012). Os dois candidatos também eram aliados, antes, quanto pertenciam ao PT.

    Os dois discursos foram gravados – imagens de Puccinelli e em áudio, a fala de Reinaldo.

    Os ataques ocorreram um dia depois que Puccinelli foi à cidade e participou de um comício ao lado do prefeito Paulo Duarte, candidato à reeleição.

    Projeto rejeitado

    Puccinelli contou quando era governador tentava construir um conjunto habitacional na cidade, e, para isso, que Ruiter escolhesse uma área na cidade.

    Discursou Puccinelli: “prefeito [Ruiter] eu quero construir, eu tenho dinheiro, me deixe fazer... e nada. Ele apresentava um terreno que não servia e fiquei meio irritado. Eu fui procurar e descobri um terreno que fora passado pelo governo da época no penúltimo dia de mandato, que era para fazer uma usina termelétrica e que não fora construído”.

    Ainda segundo o discurso do ex-governador, ele mandou para a cidade “o procurador do Estado, o secretário Jacini, da secretaria de Justiça e mandei alguém da secretaria de Administração para vir falar com o prefeito da época. Ficaram dois dias aqui em Corumbá: senhor prefeito vamos fazer numa boa... e nada. Ai, quando é desafiado, a gente mostra o que a lei manda fazer”.

    A reação

    Com a recusa do prefeito, Puccinelli disse ter agido: “nós retomamos o terreno e, de birra, eu mandei fazer 1.200 casas. Enquanto construíam essas casas, Paulo, e pasme você, foi pedido [e eu tenho documento], para demolirem as casas que estavam começando a alicerçar”.

    Puccinelli contou que, para construir as casas, contou com ajuda de importante autoridade estadual.

    “O desembargador Brandes Garcia, que era presidente do tribunal [de justiça] na época, escreveu assim: não tem cabimento um prefeito pedir demolição de casas na sua cidade porque ele não consegue o alvará de construção. O presidente do tribunal ficou perplexo e me deu força. Mais uma tentativa, na terceira tentativa, ele desistiu. E nós construímos as 1.200 casas, que hoje tem centro comunitário, esgotamento sanitário, estação de tratamento de esgoto”.

    'Birrento'

    Na sequência, e sob aplausos, o ex-governador, acompanhado no palanque por ao menos uma dezena de aliados políticos, disse: “não faça isso Paulo, não brigue com nenhum governador, o governador tem obrigação de atender a todos porque todos são seus filhos”.

    Ao finalizar seu discurso, o peemedebista olhou para o ex-governador e disparou essa: “não faça como o ex-prefeito antes de você que fez comigo. Que não queria que eu crescesse ou que diabo fosse aqui. Fizemos as casas. Quando eu só desafiado, sou birrento”.

    O troco

    No dia seguinte, o governador Reinaldo Azambuja foi à cidade e, também num comício, ao lado do candidato do PSDB, o ex-prefeito da cidade, Ruiter Cunha, já sabendo do discurso de Puccinelli, impulsionou sua fala.

    “Ele [Puccinelli] devia ter vindo aqui em Corumbá pedir desculpas a vocês corumbaenses pelos anos que ele governou e muito pouco fez por esta cidade. Não vir aqui subir no palanque e falar mal de você [no caso, mal do Ruiter]”.

    Azambuja, em tom forte, segue o disparo contra o peemedebista: “até porque ele não tem que falar mal tem é que pedir desculpas a sua cidade [Corumbá]. Porque nos oito anos que você [Ruiter] foi prefeito nessa cidade, seis anos ele era governador, e não te ajudou em nada. Pelo contrário, prejudicou muito, tirou ICMS de Corumbá, prejudicou a cidade, tirou coisas que deveria ter vindo. Isso a gente não deve fazer”.

    Parceria Garantida

    Depois das discórdias, Reinaldo Azambuja discursou numa entonação mais baixa, contudo, continuou no ataque que sobrou até para os ex-presidentes Lula e Dilma.

    “Política é uma coisa que... nós somos do PSDB, o Marcelo, do PTB [vice de Ruiter], aqui nesse palanque tem homens e mulheres de vários partidos. Partido é importante, a gente elege no partido, tem fidelidade, gosta do partido, mas o Brasil quase foi para o fundo do poço porque eles se esqueceram de governar para as pessoas e resolveram governar para o partido. E o Brasil afundou na maior crise dos últimos anos”.

    Depois disso, Reinaldo exortou a parceria que promete manter caso Ruiter Cunha vença as eleições, em Corumbá.

    “É importante essa aliança nossa, do governo com o Ruiter. Ele sendo prefeito, terá um governador amigo, parceiro da cidade, comprometido com o desenvolvimento. Nós juntos vamos fazer aqui investimentos para melhorar a vida de vocês. Tem gente sofrida, gente que precisa realmente de nossos investimentos e da nossa parceria”.

    Até ano passado, Ruiter e Paulo Duarte era do PT.




    Fonte: Midiamax
    Por: Celso Bejarano
    Link original: http://www.midiamax.com.br/politica/puccinelli-ataca-candidato-psdb-recebe-bronca-reinaldo-azambuja-316575