CAMPO GRANDE (MS),

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    10/07/2016

    LÍNGUA PORTUGUESA| Professor Fernando Marques


     
      
    “Posso ajudar?”

    Os péssimos vendedores, representantes das lojas administradas por pessoas incompetentes, por desconhecerem as técnicas de retórica, costumam irritar clientes perguntando: “Posso ajudar?”
    Posso ajudar é tradução imprópria do jargão das atendentes americanas (“May I help you?”). Esta pergunta inadequada foi disseminada pelo Brasil, evidenciando o despreparo de quem a utiliza, principalmente por afastar clientes que poderiam se transformar em fregueses.
    Outras expressões equivocadamente traduzidas da língua inglesas, derivaram as abomináveis formas de gerundismo que contaminam o sistema de telemarketing do País. Exemplos:
    Vamos estar providenciando...
    Vamos estar enviando...
    Vamos estar examinando...

    Em uma determinada empresa, quando uma vítima pôs o pé à porta, um simplório vendedor a atormentou perguntando:
    - Posso ajudar?
    - Pode. Veja se estou na esquina e fique por lá enquanto eu faço a minha compra, sendo atendida por um vendedor mais qualificado.
    Há quem responda de forma educada, embora se mantenha ansiosa para replicar: 
    - Claro. Troque a fralda do meu filho; leve o meu cachorro para passear; pague a compra que farei nesta loja; desapareça da minha frente; qualifique-se para exercer a sua profissão e volte; vá perturbar o gerente; fique de boca fechada, por favor!

    Atenda apresentando-se. Exemplo:
    Bom dia! Sou Ana Paula e posso mostrar-lhe excelentes...!

    O vendedor competente oferece cintos, meias e outros produtos, depois que o cliente escolhe os sapatos que foi comprar. À pessoa que adquiriu sapatos pretos, oferece também sapatos marrons; àquela que comprou calças, oferece camisas e, se possível, todos os produtos da empresa, mostrando-se sempre disposto a fazer uma boa venda.
    Se a diretoria da empresa ou da instituição não for adepta da criatividade e quiser manter a desgastada e inconveniente frase “Posso ajudar?”, poderá mandar imprimir nas camisetas ou nos coletes dos funcionários ou dos servidores, a frase na forma afirmativa: “Posso ajudar!”  


                     ·      Aceitar responsabilidades e esquecê-las;

    ·      Manifestar-se aguardando ou exigindo regalias e privilégios;
    ·      Alterar a voz diante de crianças, idosos, enfermos ou desconhecidos;
    ·      Contar vantagens financeiras, amorosas ou circunstanciais;
    ·      Contar vantagens sob a desculpa de que se sente melhor do que as demais pessoas;
    ·      Convidar amigos para almoço ou jantar e se esquecer da data e do horário;
    ·      Demorar-se conversando mais do que o necessário no escritório ou na residência de alguém;
    ·      Usar as palavras ou os gestos para evidenciar menosprezo aos adversários e endeusamento aos pseudos-líderes;
    ·      Discutir sem raciocinar;
    ·      Dizer palavrões, ainda que, supostamente, estejam em moda;
    ·      Dramatizar as circunstâncias adversas;
    ·      Exibir cultura ou competência no momento inadequado;
    ·      Exigir, esquecendo-se das frases “por favor”, “muito obrigado”, ou “muito obrigada”, “perdoe-me”, “reconheço que errei”, “desculpe-me”, “sei que lhe causei mágoas e transtornos irreparáveis”, “quando precisar, conte comigo”;
    ·      Expressar-se aos gritos;
    ·      Fazer perguntas inoportunas e desnecessárias;
    ·      Eologiar, criticar ou e fazer ligações fora de hora;
    ·      Irritar-se por motivo irrelevante;
    ·      Limpar os dentes enquanto dialoga;
    ·      Falar com a boca cheia de alimento;
    ·      Sair da mesa com palito dental na boca;
    ·      Manter segredos e conversar particulares em detrimento da boa convivência do casal ou da família;
    ·      Firmar e não honrar compromisso;
    ·      Falar mal de quem não está no local para se defender;
    ·      Cometer o crime de alienação parental.   



    Fim do Capítulo DIALOGAR
    Próximo Capítulo: Discursar Corretamente