CAMPO GRANDE (MS),

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    24/05/2016

    CPI dos Combustíveis encerra fase de oitivas com depoimentos de revendedores e distribuidores

    Foto: André Maganha

    A CPI dos Combustíveis, que investiga possíveis irregularidades em preços praticados na distribuição e revenda de combustíveis no Mato Grosso do Sul, ouviu na sessão dessa terça-feira, 24/05, na Assembleia Legislativa, três depoentes que representam setores da cadeia produtiva de combustível no Estado. A CPI é presidida pelo deputado estadual Beto Pereira (PSDB) e tem como relator o deputado estadual Mauricio Picarelli (PSDB), além dos deputados João Grandão (PT) e Coronel David (PSC) como membros titulares.

    O primeiro a ser ouvido foi o diretor do Sinpetro/MS, Valmir Faleiros, que também é proprietário de 11 postos em Mato Grosso do Sul. Questionado sobre a diferença de preços praticados entre os postos da capital e do interior, Valmir disse que o erro está em Campo Grande onde os empresários, por causa da competitividade, precisam praticar valores que atingem uma margem de lucro de 6% em média. “Os preços dos postos do interior estão corretos. Eles praticam uma margem de lucro de 16%. Isso seria o ideal para a sobrevivência das empresas. Porém, em Campo Grande as revendas abaixam o preço para sobreviver à guerra da concorrência”, disse Faleiros.

    O representante do Sinpetro/MS também afirmou que as distribuidoras praticam preços diferenciados para postos da capital e do interior e que talvez esse seja um dos motivos para que haja essa divergência de valores. “Existe sim uma venda diferenciada por parte das distribuidoras. Talvez por isso o interior venda o combustível mais caro. Mas se analisarmos a margem de lucro, os postos de municípios, tirando Campo Grande, é o que deveria ser praticado em todo o Estado”, afirmou Valmir Faleiros.

    O segundo depoente foi Luis Antônio da Silva, gerente da Distribuidora Simarelli em Campo Grande. Perguntado sobre a existência de cartel em Mato Grosso do Sul ele disse desconhecer do fato e sobre o haver diferenciação de preços na distribuição entre postos da capital e do interior, Luis Antonio afirmou que existe e isso ocorre por causa do custo de frete e da localização dos estabelecimentos. “Em Campo Grande, como há grande número de postos precisamos oferecer melhores preços para que possamos ajudar o empresário a se manter vivo no mercado. No interior, a logística dificulta o transporte e isso encarece o produto”, concluiu.

    Marcos Antônio Barbosa, gerente da unidade distribuidora da Petrobrás em Campo Grande, foi o último a ser ouvido pelos integrantes da CPI. Porém, como assumiu o cargo há pouco mais de 20 dias, disse não conhecer a fundo o mercado local e dessa forma pouco poderia contribuir para os trabalhos da Comissão. Entretanto, quando perguntado sobre a diferença de preços na distribuição ele afirmou que existe e que isso varia de acordo com a região do Estado onde os postos estão localizados. Além disso, Barbosa disse que a Petrobras trabalha com politicas de bonificação por desempenho, que dá descontos para postos por manter fidelidade a bandeira por exemplo. “A localização das nossas bases influencia muito no preço em que o combustível é vendido. Mas precisaria estudar mais a realidade do mercado de Mato Grosso do Sul para passar informações mais precisas para essa CPI”, afirmou Marcos Antônio Barbosa. 
    Foto: André Maganha

    O deputado Beto Pereira, que preside a CPI, disse que os depoimentos do dia foram importantes para conhecer o mercado de distribuição em Mato Grosso do Sul. “Passamos agora para uma nova fase, que é analisar os materiais reunidos ao longo dos trabalhos da Comissão para então ser elaborado o documento final. A previsão é que possamos apresentar um relatório conclusivo até o dia 10 de junho”, conclui Beto.

    A CPI dos Combustíveis foi criada através do ato n. 11 de 2015, publicado no Diário Oficial n.0867, da ALMS, de 03 de novembro de 2015, com o objetivo de investigar eventuais irregularidades nos preços praticados na distribuição e comercialização de combustíveis em MS. Já foram realizadas 12 sessões, seis oitivas e colhidos depoimentos de 11 pessoas.






    Fonte: ASSECOM