Preconceito, rejeição em locais públicos e vergonha levam o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) a procurar locais afastados e desconhecidos para marcar encontros, o que pode apresentar riscos à vida e à integridade das vítimas.
A discussão voltou à tona depois da morte do professor de língua portuguesa da Escola Estadual Joaquim Murtinho, Francisco Borges da Silva, de 39 anos, assassinado no dia 9 de novembro, em uma pousada durante um ‘encontro romântico’ com dois homens. O professor foi vítima de latrocínio, roubo seguido de morte.
De acordo com o presidente da Ceds (Conselho Estadual de Diversidade Sexual), Leonardo Bastos, casos como o de Francisco são comuns em todo o Brasil. O motivo? O preconceito da sociedade. “O preconceito que vivemos hoje impede que a população LGBT marque encontros em locais públicos, que tenham um relacionamento em público, aqueles que fazem isso, sofrem com preconceito psicológico e muitas vezes até com agressões físicas”, explica.
“Os criminosos escolhem principalmente os gays porque eles são mais vulneráveis, se a outra pessoa pede para se encontrarem em um lugar afastado, ou porque é casado, ou porque não quer ser visto, que a família não saiba, vão achar normal, já que isso é muito comum. Acabam indo para uma situação de risco sem saber”, defende Bastos.
Ainda assim a recomendação é evitar lugares ermos e manter alguém da família ou um amigo avisado com quem e onde está indo se encontrar.
“Acabar com o preconceito é algo gradual e até que esse momento chegue tentamos orientar para que a pessoa que marca um encontro se cuide”, ressalta Leonardo. Para o presidente da Ceds, algumas medidas de segurança como evitar levar o outro para casa, procurar lugares conhecidos, sempre avisar alguém, além de deixar nomes e telefone de contato, são necessárias para que a pessoa possa viver a sua sexualidade de maneira saudável e com menos riscos.
Outros crimes
Em dezembro de 2012 o estudante Lawrence Corrêa Biancão, 20 anos, foi assassinato por dois adolescentes de 15 anos depois de um encontro. A vítima foi encontrada dentro do próprio carro na Avenida Noroeste, região da Orla Morena, em Campo Grande.
Um dos adolescentes chegou a ter preliminares de uma relação sexual com a vítima. Antes do fato se consumar, eles resolveram matar o estudante, morto com um golpe de gravata e depois enforcado cinto de segurança do veículo. Logo após o crime, eles tinham planos de levar o veículo para Minas Gerais, mas desistiram em virtude de o local ter grande movimento de veículos.
“Esses crimes costumam ter a mesma dinâmica, são sempre a mesma coisa. O que nos deixa satisfeitos é saber que os criminosos foram punidos, assim, de uma maneira ou de outra os criminosos vão pensar duas vezes antes de fazer”, conclui Basto.
Fonte: Midiamax/JE
Por: Geisy Garnes
Por: Geisy Garnes
