Ao longo dos séculos muitos foram os que lutaram para deixar seu legado na história, desbravadores e conquistadores, algoz em seu tempo, gênios inventores e pioneiros, alguns impondo sua marca outros marcando sua época, mas existem aqueles que sem esforço marcam uma geração e ultrapassam o tempo sendo lembrados pelos seus feitos gravados na memória de um povo de uma região.
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Desde muito jovem demostrou talento nos gramados fronteiriços em especial no campo da figueira, uma facilidade fora do comum de conduzir majestosamente a bola, que na época não era feita com toda essa tecnologia de hoje, antigamente as bolas utilizadas eram costuradas a mão a famosa “bola de capotão” como era chamada naqueles tempos, quando molhada triplicava de peso, não era um esporte para fracos, na atualidade as novas bolas tem um desaine avançado, que facilita muito a vida do jogador.
Omenélio (Hélio Bueno) foi considerado um grande centro avante da região e do estado, ambidestro, pois chutava utilizando a perna direta ou esquerda da mesma forma isso dificultava muito a vida do goleiro e do seu marcador, mesmo sem tecnologia, ele conseguia colocar efeito na bola que se tornava na maioria das vezes indefensável para o goleiro adversário, muito se falam na atualidade em Messi, Neymar, Ronaldinho, Romário entre outros grandes jogadores, mas quem viu Omenélio (Hélio Bueno) jogar em sua melhor forma, com todo respeito a estes nomes citados, o equipara muito além destes celebres jogadores, ele sim seria um fenômeno hoje como foi em seu tempo.
“Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende”Neném Prancha
Não obteve sucesso nem ganhou milhões na grande metrópole eram outros tempos, muito diferente da atualidade ganhar dinheiro com futebol era quase impossível todos trabalhavam e jogavam para se manter, por ser ele um admirador da noite e boemia nestes tempos não deu muito certo essa combinação com a capital paulista, retornou para Mato Grosso em especial a cidade de Dourados onde se fixou, foi jogador da equipe do Operário e Ubiratan por longa data defendendo a equipe douradense.
Carteira de atleta campeonato de 1966 Liga desportiva de Amambay Arquivo pessoal de Omenélio Hélio Bueno |
Mas sempre ele era chamado por equipes da fronteira em especial do Paraguai para jogar, quando o nome de Omenélio (Hélio Bueno) era anunciado nas rádios da região, era sinal de espetáculo e de estádio cheio para velo em campo.
Outra versatilidade era ser um excelente goleiro no futebol de salão, que era jogado com uma bola mais pesada a lateral era cobrada com a mão, ágil como um gato propiciava show em quadra, por longo tempo jogou para equipe da AABB de Dourados, um fato inusitado ficou gravado na história, em determinado jogo se iniciou a cobrança de penalidades Omenélio (Hélio Bueno) era o goleiro o mesmo vira de costas para seu adversário, partida empatada, na regra nada o impedia de estar de costas durante a cobrança, vaias, gritos, todos queriam ver o que iria acontecer, esperando que Omenélio (Hélio Bueno) se virasse antes do apito, mas somente depois que o árbitro apitou autorizando a cobrança que ele se virou e surpreendeu agarrando a bola do oponente arrancando aplausos de todos, um de muitos shows que ele proporcionava para plateia presente em seus jogos.
Omenélio (Hélio Bueno) foi funcionário da Prefeitura Municipal de Dourados, professor de artes marciais Caratê e Judô, após se aposentar retornou para sua cidade natal Ponta Porã onde reside até atualidade, frequenta o Conviver clube da melhor idade onde disputa jogos representado a entidade em competições dentro e fora do estado, saudoso dos tempos de jogador, mas satisfeito pela contribuição que deu ao futebol sul-mato-grossense.
Carteira de instrutor em artes marciais Arquivo pessoal de Omenélio Hélio Bueno |
Boatos que Omenélio (Hélio Bueno) teria falecido se espalharam no início dos anos 2000, o mesmo foi homenageado em Dourados e por entidades esportivas por onde passou, ele leva tudo na brincadeira, quando algum amigo destes tempos o encontra logo e leva um susto, o mesmo brinca dizendo “sou imortal”.
Resgatar fatos épicos de personagem fronteiriços que fizeram história e propiciar a novas e futuras gerações o conhecimento da memória histórica, sócia e cultural de um povo e sua região.