CAMPO GRANDE (MS),

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    03/10/2014

    ​Campanha visa reduzir exposição de frentistas ao benzeno

    FSSHT/MS, MPT, Fundacentro, SRTE e Sinpospetro estão à frente da campanha que começa na segunda-feira às 9h



    Gilson da Silva Sá, presidente do Sinpospetro/MS
    A segunda-feira (6/10) será marcada pelo início da campanha “Não passe do limite – Complete o tanque só até o automático” para reduzir a exposição de frentistas e consumidores ao benzeno – componente dos combustíveis com elevado teor de contaminação das pessoas, podendo provocar inclusive provocar câncer – em Mato Grosso do Sul.

    A campanha será realizada pelo Fórum de Saúde, Segurança e Higiene no Trabalho no Mato Grosso do Sul (FSSHT/MS), com apoio do Ministério Público do Trabalho, do Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho (SRTE/MS), do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), da Fundação Jorge Duprat e Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) e do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Mato Grosso do Sul (Sinpospetro/MS), entre outras entidades que integram o Fórum.

    Divulgação
    Pela manhã de segunda-feira, às 9h, representantes dessas entidades, junto com trabalhadores frentistas e a direção do Sinpospetro/MS, vão fazer panfletagem no Posto Tereré, na Avenida Afonso Pena, 5264, Cháchara Cachoeira. E à tarde, das 13 às 18 horas, palestra sobre o tema com o coordenador geral da Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Jorge Mesquita Huet Machado, e uma reunião técnica com os proprietários de postos de combustível e abastecedoras, no anfiteatro do Colégio Dom Bosco (Av. Mato Grosso, 227, centro).

    Além do trabalho de conscientização sobre não ultrapassar o limite do automático da bomba de combustível, o assunto, segundo Gilson da Silva Sá, presidente do Sinpospetro/MS (sindicato laboral) é tão sério que ganhou uma Lei Estadual, de Nº 4.574, de 24 de setembro de 2014, que “dispõe sobre a condição de abastecimento de veículos automotores” que prevê punições severas aos postos de combustíveis que desrespeitarem a lei: “Art. 2º O descumprimento do disposto na presente lei implicará na imposição de multa de 10 UFERMS, aplicados em dobro em caso de reincidência”.

    CAMPANHA - O objetivo da campanha, originalmente criada pela Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, é discutir os perigos para a saúde dos trabalhadores que possuem contato com o benzeno, como os que laboram em postos de gasolina, em oficinas mecânicas, abastecedores de caminhões de combustíveis, e dos consumidores, cuja exposição, apesar de pequena, também é significativa, considerando que não há níveis seguros de exposição ao produto.

    O benzeno é um dos componentes da gasolina e evapora-se muito rapidamente prejudicando a qualidade do ar e a saúde de quem o inala. Quando o tanque é abastecido apenas até o automático da bomba, a chance desse componente sair em forma de vapor é reduzida.

    RISCOS À SAÚDE - A intoxicação por benzeno, por inalação de gases ou aspiração de formas líquidas, pode causar bronquite, dificuldades respiratórias e até bronquiolites irritativas graves, com hemorragia, inflamação e edema pulmonar, podendo levar à morte. O cérebro e o fígado também podem ser atingidos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) inclui o benzeno em sua lista de produtos cancerígenos. O derramamento do combustível excedente do tanque no solo e sua evaporação no ar também causam riscos ao meio ambiente, pois gera contaminação do lençol freático e da água.

    Abastecer o tanque “até a boca” também prejudica o automóvel. O combustível excedente é armazenado no canister, dispositivo feito para absorver vapores gerados durante o processo de abastecimento. Quando o canister entra em contato com combustível na forma líquida, ocasiona falhas no motor, risco de queima da bomba de combustível, danos à pintura e desperdício.



    Fonte: ASSECOM/JE
    Por: Wilson Aquino com Assessoria do FSSHT/MS