CAMPO GRANDE (MS),

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    05/09/2014

    Cursos do Senar/MS estimulam indígenas ao empreendedorismo

    Entre Guaranis Kaiowás e profissionais do campo, 130 receberam certificados do Senar em
     Antônio João (MS)

    Produção Artesanal de Alimentos Saudáveis e Beneficiamento Caseiro da Mandioca foram alguns dos cursos oferecidos pelo Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul aos trabalhadores rurais e indígenas de Antônio João, que agora almejam a comercialização do que é produzido com orientações técnicas nas aldeias. A demanda pelas capacitações partiu do Sindicato Rural do município, junto com a Cooperativa Raiz da Roça, que estimulam a diversificação da fonte de renda na região Sul do Estado. Entre Guaranis Kaiowás e profissionais do campo, 130 receberam certificados do Senar, nesta quinta-feira (4/09), durante a abertura da 18ª Feira Agroindustrial de Antônio João.

    De acordo com o cacique da aldeia Campestre e estudante de matemática na UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Joel Aquino, a perspectiva é de que até 2015 os indígenas iniciem a comercialização dos produtos desenvolvidos nas capacitações. “Que essa parceria com Sindicato Rural sirva de exemplo para outros municípios”, destacou o cacique. “A mídia coloca no jornal um cenário de conflito com os produtores rurais, sem apontar o real culpado. O que o índio precisa é de coisas para trabalhar e trabalhamos porque sabemos que o mesmo direito de vocês é nosso também. Agradecemos os cursos do Senar”.

    Durante a certificação de indígenas e trabalhadores rurais, a presidente do Sindicato Rural de Antonio João, Roseli Ruiz, tratou da relevância do trabalho dos indígenas e dos problemas gerados pela omissão do Governo Federal nas questões fundiárias. “Os cursos contribuem para uma renda extra familiar, já temos contatos direto com lojas dos aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro que se interessam na comercialização do que é produzido aqui. Há respeito entre produtores e indígenas, mas vivemos em um País com irresponsabilidade estatal imensa”, afirmou Roseli. “Não se trata de problema étnico, mas de política internacional que de olhos nas nossas riquezas usam os indígenas para acirrar um embate”, ressaltou.

    Para o diretor secretário do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Ruy Fachini, a região de fronteira do Estado é privilegiada por ter mulheres na liderança dos sindicatos rurais que incentivam o convívio social e estimulam o profissionalismo indígena. “Maria Neide Casagrande, na presidência do sindicato de Tacuru, e Roseli Ruiz, no comando de Antônio João, movimentam esta região e fazem a diferença estimulando a união e o empreendedorismo. Produtores e indígenas são reféns de um embate e por questões ideológicas pagam o preço”, enfatizou Fachini.

    A certificação do Senar/MS aconteceu durante a abertura da Feira Agroindustrial do município que se estende até o dia 7 de setembro. Simultaneamente acontece a 12° Festa do Tomate, com o objetivo de valorizar a produção local. Durante a programação, a população de Antonio João e região poderá participar de leilões, bailes, shows, teatro infantil, apresentações de grupos de dança e desfiles.

    Sobre o Sistema Famasul – O Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é um conjunto de entidades que dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. É formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS) e pelos sindicatos rurais do Estado.

    O Sistema Famasul é uma das 27 entidades sindicais que integram a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Como representante do homem do campo, põe seu corpo técnico a serviço da competitividade da agropecuária, da segurança jurídica e da valorização do homem do campo. O produtor rural sustenta a cadeia do agronegócio, respondendo diretamente por 17% do PIB sul-mato-grossense.





    Fonte: ASSECOM/FAMASUL/JE