CAMPO GRANDE (MS),

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    31/10/2013

    Vereadores contestam projeto de lei de redução da tarifa de ônibus em MS

    Parlamentares contestaram legalidade de isenção total do ISS.
    Projeto de Lei Complementar deve ser votado na próxima terça-feira (5/11).



    Projeto de Lei não foi votado na sessão desta
    quinta-feira (31) (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
    Os vereadores de Campo Grande se reuniram com secretários do Poder Executivo na manhã desta quinta-feira (31) para discutirem o Projeto de Lei Complementar que prevê a redução da tarifa do transporte coletivo urbano de R$ 2,75 para R$ 2,70. O projeto, de autoria do prefeito Alcides Bernal (PP), foi protocolado na Casa de Leis na terça-feira (29) para ser votado, em caráter de urgência, na sessão de hoje, mas os vereadores contestaram o projeto e a votação foi adiada para a próxima terça-feira (5/11).

    Os parlamentares contestaram a legalidade do barateamento da tarifa por meio da isenção do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) por parte das empresas responsáveis pela concessão do transporte público. O projeto de lei prevê isenção da tributação de 100%.

    De acordo com o presidente da Câmara de vereadores, Mário César (PMDB), a isenção fere a Constituição Federal que preconiza alíquota mínima do ISS de 2% e máxima de 5%. “Entendemos que o município só pode abrir mão de 2% da alíquota do ISS, por isso pedimos para a prefeitura apresentar um parecer jurídico que comprove a legalidade da isenção total do imposto antes da votação do projeto de lei”, explicou o presidente.

    Ritva Vieira, diretora da Agereg em Campo Grande
    (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
    A diretora-presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg) Ritva Vieira, afirmou que há precedentes para a isenção total do imposto. “Outras capitais já baratearam a tarifa do transporte público urbano dessa maneira, como São paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte”, disse.

    Durante a reunião, também foi discutido como será feito o subsídio para garantir a gratuidade da tarifa do transporte urbano coletivo, que atualmente é aplicado para 13 categorias. “Já que a prefeitura concedeu a gratuidade, ela tem que arcar com isso”, afirmou Mário César.

    De acordo com Ritva, em Campo Grande, 28% dos usuários do transporte se beneficiam da gratuidade da tarifa. “O benefício foi concedido, mas nunca foi subsidiado pela prefeitura”, disse. “Estamos estudando possíveis fontes de arrecadação para a implantação de um fundo que servirá para pagar esse benefício”, acrescentou a diretora-presidente da Agereg.

    A reunião com o vereadores contou também com a presença do titular da Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle (Seplanfic), Wanderlei Ben Hur da Silva, e da diretora-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Katia Castilho.

    Tarifa

    De acordo com Bernal, pelo contrato com as empresas que exploram o transporte na capital sul-mato-grossense, a tarifa subiria para R$ 2,90.

    O último reajuste no serviço ocorreu em fevereiro de 2012, quando o valor passou a ser R$ 2,85. Em 2013, a prefeitura fez a redução para R$ 2,75.

    Ainda segundo o pepista, o ISS que incide sobre o transporte coletivo urbano representa cerca de 3% do total da arrecadação da prefeitura com este imposto, o que gira em torno de R$ 8 milhões por ano.


    Fonte: G1 MS
    Por: Tatiane Queiroz