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| Foto: Câmara-ms |
Após oito meses de governo, o prefeito Alcides Bernal (PP) começa a se preocupar em montar uma base de sustentação na Câmara. Durante os primeiros meses Bernal optou pelo confronto com a Câmara e, em vez de aumentar o número de aliados, acabou reduzindo de nove para seis.
Agora, perto de enviar o orçamento para a Câmara, o prefeito avisa aos opositores que está conversando com vários vereadores e garante que chegará à maioria em breve.
Insatisfeitos, alguns parlamentares acusam o prefeito de boicote aos opositores. O vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB) explica que enviou uma indicação para limpeza de bairro e a chefe de gabinete do prefeito pediu para o presidente da associação de moradores fazer um ofício, justificando que o prefeito não atenderia pedidos dos vereadores, o que lhe deixou indignado, já que na avaliação dele, o prefeito comete diversos erros.
O vereador Carlão (PSB) explica que tem dois Ceinf’s para inaugurar na região do Nova Lima, com participação efetiva dele, mas que certamente não será convidado para cerimônia de entrega. “Ele bloqueou todos os pedidos meus. O PSB poderia estar ajudando ele, mas ele não quer. Quer que eu seja base sem ter espaço no governo. Isso não existe não”, protestou.
Se por um lado Bernal desperta a ira de quem discorda da guerra política, do outro consegue atrair quem resolve ceder para conseguir ter um mandato mais atuante. O vereador Coringa (PSD) justifica que precisa de um diálogo com o prefeito para conseguir, por exemplo, emplacar uma emenda federal. Ele detalha que solicitou uma emenda de R$ 500 mil ao senador Delcídio do Amaral (PT) para construção de uma praça poliesportiva na Moreninha 3, mas foi informado que tinha que procurar o prefeito para fazer o projeto.
“Não posso fazer oposição raivosa. Amanhã ou depois vou bater na porta do prefeito e encontro fechada. Tem que estar aberta. A praça é um sonho dos moradores. É um local escuro, usado para consumo de drogas, e que vai virar uma praça. Já fez o projeto e está nas mãos do senador”, explicou.
O vereador Chiquinho Telles é do mesmo partido de Coringa, mas avisa que não vai ceder a pressão do prefeito. “Ele tem o poder na prefeitura de mostrar para o povo o que fez. Tem o recurso. Um dinheiro que não é dele. Pode usar está tática com outras pessoas. Não comigo”, protestou.
Chiquinho critica a postura de Bernal por entender que o prefeito deve trabalhar para a população que elegeu ele e não para vereadores. “Não tem que gostar do Chiquinho, mas do povo. Tem que fazer limpeza da praça, terminar ceinf. Tem que saber executar. Não tem que assediar vereador com obra. Tem que fazer um dia, mais cedo ou mais tarde. Esta história de que vai construir o shopping ou fazer casas nas Moreninhas se eu for para a base não cola. Ele não presta serviço para vereador, mas para a cidade. Isso é crime”, concluiu.
Fonte: Midiamax
Por: Wendell Reis
Foto: Câmara-ms
