CAMPO GRANDE (MS),

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    30/01/2013

    Compensa pedir empréstimo para pagar IPVA à vista; juros do governo são abusivos



    Divulgação

    Responsável por encarecer o custo de vida em início de ano, o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor) pode ser responsável por endividar o proprietário, que tem que descobrir formas de não pagar ainda mais do que deve. Para quem não conseguiu juntar dinheiro e quitar o imposto à vista, o jeito é parcelar, mas também ficar atento para não ser lesado.

    Todo boleto do IPVA em Mato Grosso do Sul já vem com a possibilidade do pagamento à vista ou parcelado em três vezes. O problema é que o parcelamento já estabelecido guarda um pequeno “truque”, que pode fazer a população perder um bom dinheiro, uma espécie de entrada, que seria a primeira parcela.

    O vencimento da primeira parcela, até 31 de janeiro, não dá margem para o proprietário 'dar uma adiada' no imposto e aliviar as contas, e ainda por cima é responsável por encarecer as outras duas parcelas. Como o pagamento da primeira parcela é à vista, diferente das instituições financeiras, os juros das outras duas prestações chegam a 11,5% ao mês.

    Nos bancos, por exemplo, a data da primeira parcela costuma ser de 30 dias após a aquisição do empréstimo, no caso do CDC (Crédito Direto ao Consumidor), e pelo menos 15 dias no consignado, linha de crédito especial para servidores públicos.

    Vejamos como exemplo a prestação enviada por um leitor (veja a foto). No pagamento à vista o valor é de R$ 156,18. Caso parcele, a primeira prestação é de R$ 57,85 e as outras duas de R$ 57,84. Como a primeira parcela é paga na hora, o restante que deveria ser de R$ 98,33 (se diminuir R$ 57,85 dos R$ 156,18) é dividido em duas vezes, resultando em pagamento final de R$ 115,68, ou seja, um juro mensal de 11,5%.

    Já no caso do parcelamento integral do valor do IPVA (como exemplo R$ 156,18) no consignado (2,02%), o valor da parcela fica em R$ 54,18. Se for no CDC, a parcela fica em R$ 56,57. Porém com prazos de 30, 60 e 90 dias para o pagamento, sem a "entrada", como é o caso do parcelamento oficial do governo.

    Simulação

    O valor do juro cobrado é bem superior em relação às instituições bancárias. Em uma simulação realizada no Banco do Brasil, por exemplo, a taxa para o CDC é de 4,27%, e do consignado é de 2,02%. Se financiasse o mesmo valor (R$ 98,33) no CDC a parcela fixa ficaria em R$ 52,34 (uma economia de R$ 11 no final, ou 7% do valor do imposto à vista), e no consignado a prestação ficaria em R$ 50,66 (economia de R$ 14,36, que corresponde a 9,2% do total).

    Melhor é pegar empréstimo

    Com o montante dos juros cobrados no IPVA, o melhor é pegar um empréstimo com condições menores e pagar o valor à vista. “Se não tiver dinheiro na hora, a pessoa deve escolher o que tem juros menores, se o do banco, por exemplo, é menor que o que vem no boleto do IPVA, o certo é pegar o empréstimo e pagar o valor à vista”, avaliou a economista Andreia Ferreira, especialista em finanças pessoais.

    De acordo com a economista, caso o proprietário do veículo foi servidor público, é ainda mais viável a aquisição de um empréstimo consignado, dadas as melhores condições oferecidas por essa modalidade de crédito.

    “Porém, o ideal seria que a pessoa, caso pudesse, guardasse o dinheiro durante o ano anterior, para não ter problemas com as dívidas”, frisou Andreia.



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    Fonte: Midiamax
    Por: Vinícius Squinelo