CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    11/10/2011

    Em MS, lixo hospitalar é flagrado em banheiro de posto de saúde de aldeia


    Flagrante foi feito pelo MPF em vistoria nos postos de aldeias de Dourados.
    MPF pediu a prefeitura informações sobre recursos para saúde indígena.

    Vistoria do MPF descobriu lixo hospitalar armazenado em banheiro de posto de saúde em Dourados

    Lixo hospitalar em banheiros, cadeiras rasgadas, portas sem maçanetas, teto mofado, portas fechadas com pedaços de madeira e até uma fossa destampada. Essa foi a situação encontrada pelo Ministério Público Federal (MPF) em vistoria em quatro postos de saúde de aldeias indígenas de Dourados, município a 225 quilômetros de Campo Grande.

    Em razão da situação precária das instalações, o órgão encaminhou a prefeitura da cidade, na sexta-feira passada (7) um pedido de informações sobre a aplicação de R$ 1,8 milhão, destinado pela União ao município especificamente para a saúde indígena entre 2009 e 2011.

    Vistoria também flagrou teto com mofo em posto de
    saúde de aldeia 

    “A situação nos postos de saúde é precária”, afirmou ao G1 o procurador da República em Dourados, Marco Antonio Delfino de Almeida. Ele diz que o MPF recebeu a denúncia de que o dinheiro que o município recebeu para a saúde indígena não teria sido utilizado e como o prazo para o seu uso estaria para vencer, os recursos teriam de ser devolvidos.

    “Queremos saber, com esse pedido de informações, se o dinheiro não foi utilizado, ou se foi, por qual motivo os postos de saúde das aldeias estão nessa situação”, comenta o procurador, completando que a vistoria feita pelo MPF nos postos de saúde ocorreu entre setembro e o início deste mês.

    Na vistoria, conforme o MPF, foram encontradas irregularidades nos postos de saúde Zelik Trajber e Ireno Isnardi, na aldeia Bororó, e Guateca e Jaguapiru II, na aldeia Jaguapiru. Conforme o Ministério Público, três das unidades de saúde foram construídas abaixo do nível da rua e em terrenos com declive, o que faz com que nos dias de chuva a enxurrada invada os prédios, trazendo muita lama.


    O MPF constatou ainda falta de geladeira para armazenamento de vacinas, de armários para guardar material de limpeza e estantes para os medicamentos em estoque. De acordo com o procurador da República, o prazo para que o município apresente as informações solicitadas termina na quinta-feira (13)

    A secretaria de Saúde de Dourados, Silvia Regina Bosso Souza, disse ao G1 que vai se pronunciar sobre o caso somente na quinta-feira. Ela adiantou, entretanto, que o município já preparou um documento para apresentar ao MPF com resposta aos questionamentos feitos pelo órgão e que também será encaminhado ao órgão no dia 13.


    Do G1 MS
    Foto: Divulgação/MPF