CAMPO GRANDE (MS),

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    21/12/2021

    ENTREVISTA| MÚSICA - The Rockfeller é referência do rock progressivo no MS - Por: Alessandra Paim*

    ©DIVULGAÇÃO
    Salve galera!! Hoje vamos falar sobre um estilo musical bem diferenciado, o rock progressivo que surgiu no final da década de 60, no Reino Unido, e ficou conhecido a partir da década de 70. O Estilo recebeu influência direta da música clássica, e do Jazz Fusion. Deste estilo surgiu o Rock sinfônico, Space rock, e Metal progressivo. O estilo também foi influenciado pelo rock Psicodélico, e pela banda The Beatles, em sua fase final. A banda mais famosa no rock progressivo é a banda inglesa Pink Floyd. O Rock progressivo surgiu de forma avassaladora nos anos 70, porém na mesma década perdeu força para o Punk Rock. Ainda hoje as bandas do estilo são muito bem conceituadas. No Reino Unido, Pink Floyd foi uma febre, o álbum The Dark Side Of The Moon foi um dos mais vendidos na Inglaterra, em todos os tempos. A banda Renaissance, e a banda Queen, são 02 exemplos de bandas que passaram a tocar rock progressivo após o início da carreira. Nos anos 70 surgiu a banda Kansas, uma das pioneiras do rock progressivo nos EUA. No Brasil, a banda “Os Mutantes’ se destaca, por inovar bastante o rock progressivo, misturando outros estilos. A banda é conceituada no exterior, já tendo feito shows no Reino unido e outros países da Europa. As características do rock progressivo são músicas com composições longas, com músicas complexas e harmoniosas, lembrando a música Erudita Algumas músicas, chamadas Épicas, atingem mais de 20 minutos, como é o caso da música “Echoes" com 23 minutos e meio, "Shine on you Crazy Diamond" e "Atom Hearth Mother" com 23:41 minutos, ambas do Pink Floyd e Thick as a Brick do Jethro Tull. Já as letras as letras abordam temas épicos, assim como ficção científica, guerra, ódio, entre outros. A banda Pink Floyd focou muitas músicas na guerra, um dos álbuns da banda gerou um filme, The Wall. A banda The Rockefeller trouxe pro MS uma pegada mais pesada, o Rock Progressivo. Com 27 anos de carreira musical a primeira apresentação foi na abertura do show da banda Blues Band.Com um rico repertório musical, a banda conquista um público diferenciado, tocando Deep Purple, Pink Floyd, Queen, ACDC. The Rockfeller ganhou destaque com o convite para a coletânea Bonustrack da música autoral “Tudo que eu não precisava”, uma composição do rock progressivo com duração de 7 minutos. O lançamento do CD foi no teatro Aracy Balabanian. Foram apresentadas também outras autoriais da banda: “Espelhos”, “Meus amigos me fizeram uma linda canção” e “Viagem ao nada”. Com uma repercussão positiva dos fãs, o lançamento do cd demo transformou-se num “Ao Vivo no Bônus”, foi um importante passo para a banda The Rockfeller ganhar notoriedade e se torna referência do rock progressivo no MS. A página Expressando com Alessandra entrevistou o guitarrista da banda, Marcio Armoa que contou toda a trajetória da banda de rock progressivo no MS até os dias atuais. Fica o meu muito obrigada Marcio pela atenção dispensada e por compartilhar a história da banda. Desejo sucesso sempre. Gratidão!

     

    Segue a entrevista na íntegra. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Por que do nome The Rockfeller? 

     

    Marcio_ O nome foi dado pelo primeiro vocalista da banda, Rodrigo Tozzeti. A banda surgiu para “tapa” um buraco em um show que havia sido programado, primeiramente para a extinta Medarock tocar. Em 2 dias ensaiamos um repertório e não tínhamos nome. Veio o Rodrigo com a ideia de Rockfeller... já que era um nome forte, de uma família que promoveu grande desenvolvimento nos EUA. Aí como queríamos impactar, curtimos e o nome ficou. Mais uns 10 anos pra frente colocamos o “The” Rockfeller para diferenciar de algumas bandas que existiam na época. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Quanto tempo de carreira musical? 

     

    Marcio_ A banda surgiu mesmo no final de 1994, para cobrir esse show. Aí ficou um tempo no “limbo” e retornou em 1997. Se contar do primeiro show... são 27 anos de banda.  Integrantes da banda.   

     

    Os primeiros foram:  

     

    Bateria: Zé Fiuza 1995 - 2000.  2010 - 2021 

    Vocalista: Rodrigo Tozetti até 1997 

    Tecladista: Alex Cavalheri: 1994 até 2007 

    Tecladista: Abner Ramires 2010-11 

    Guitarrista: Marcio Armoa; 1994 até hoje 

    Vocalista: Paulo Afonso: 1998 até hoje 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Porque Rock Progressivo? 

     

    Marcio_ no início começamos a tocar muitas músicas dos anos 70. Bandas com um rock mais trabalhado, tipo Deep Purple, Pink Floyd, Yes, Queen, Rush. O rock progressivo era uma veia principal de inspiração minha e do Alex Cavalheri, que éramos os principais compositores. Tínhamos também uma banda que curtimos muito que é a Dream Theater. Adorávamos tentar fazer músicas instrumentais longas, com solos de guitarra e teclado. Mas também víamos que no Estado o estilo não existia. Talvez o som de Tetê Espíndola e Lírio Selvagem fosse algo que lembrasse essa psicodélia, mas não no lado instrumental. Aí resolvemos ir para essa área do rock. Hoje o Progressivo foi deixado meio de lado. Tocamos mais Hardrock. Mas as composições são altamente rock progressivo. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Festivais que a banda participou 

     

    Marcio_ vários festivais da UFMS, como o FUC, Festival Universitário da Canção. Festival do FICA em Ponta Porã. Vários encontros de motoclubes. Projeto Som da Concha. Projeto Bonustrack. Campo Grande Rock Festival. Intervalo Musical promovido pela AMP. Mas o show mais marcante realmente foi o do MS CANTA BRASIL. Abrindo para o Nação Zumbi em 2014. Muita gente, um palco legal. Uma energia muito boa. E também, foi o retorno aos palcos do meu irmão, Marcelo Armoa. Ele havia sofrido uma cirurgia cardíaca complicada uns 4 meses antes. Também havia sofrido um avc pós cirúrgico. Foi um show realmente especial. Também tocamos no projeto Vertentes em 2019.  

     

    Expressando com Alessandra Paim - Receptividade/Fãs 

     

    Marcio_ A banda acabou criando um público cativo e fiel nessa pequena caminhada. Sempre tocamos covers, apesar de termos nossas músicas próprias. Uma “especialidade” da banda é tocar Queen e sempre é bem recebida e lembrada por isso. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Fale a respeito da coletânea Bonustrack. 

     

    Marcio_ A coletânea foi um projeto musical idealizado por Alex Cavalheri, Guga Borba e Guilherme Cruz. 12 bandas se uniram para pagar as gravações do CD e mobilizaram toda uma tropa de pessoas para fazer o lançamento em 6 shows no Teatro Aracy Balabanian. Conseguimos uma pareceria com TV UNIDERP que filmou todas as apresentações. Na TVE foi viabilizada a apresentação desses shows gravados. Foi um momento único no rock da cidade. Os shows foram realizados em abril e maio de 2004, todas as terças. Cada banda recebeu um número de ingressos para vender. O que conseguisse seria o “cachê” da banda. E foi muito legal. Todas as terças lotadas. O nosso show tinha gente sentada nos corredores. E foi a nossa “prova de fogo”, pois compomos as músicas para esse show. As bandas que participaram do projeto foram: Solosolar, O Bando do Velho Jack, Jerry Espíndola e Croa, Filho dos Livres, Bêbados Habilidosos, Boaventura, Olho de Gato, Loa a Loa, Tabacos R. I. P., Naip, The Rockfeller e Mantris. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Repertório Musical 

     

    Marcio_ A banda toca Queen, Rush, Pink Floyd, Aerosmith, Deep Purple, Kiss, The Police… uma grande salada musical. Mas realmente tocamos aquilo que gostamos de escutar. Colocamos nosso jeito e nossa identidade em cada música. Erramos... nos divertimos. E isso é bom. A banda é um grande encontro de amigos-irmãos. Se não nos divertimos, para quê ter banda né? 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Shows que a banda fez no Estado e fora. 

     

    Marcio_ tocamos mesmo aqui em Campo Grande e Ponta Porã. Fora do estado até tivemos muitos convites. O grande problema era agenda. Sou jornalista, diretor de filmes publicitários e minha agenda sempre foi muito complicada. O nosso vocalista também é professor universitário e isso complica sempre nossas datas. Hoje ele mora em Dourados e ficamos na dependência dele vir para Campo Grande ou da minha agenda abrir para podemos marcar shows. Ponta Porã foi um local que chamou e os deuses do rock nos propiciaram um final de semana livre pra podermos tocar lá. E assim vamos tocando. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Qual a música mais pedida pelos fãs? 

     

    Marcio_ olha. Todas do Queen :) também pedem muito Highway Star. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - CD’S/DVD’s. 

     

    Marcio_ Gravação mesmo, somente a faixa “tudo o que eu não precisava”. Temos o material do show do Bonustrack todo gravado, mas que não foi publicado. Também temos o nosso show na Concha Acústica, do projeto Som da Concha, de 2005, também gravado. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Como foi pro The Rockefeller o modo quarentena? 

     

    Marcio_ para falar bem a verdade a banda vive uma quarentenaJ. Não somos uma banda de fazer shows frequentemente. Acho que isso acaba sendo o nosso “diferencial”. Principalmente por que o nosso repertório é diferenciado. As músicas, as performances. Na quarentena cada um ficou com sua família. Fizemos a Live “intermunicipal” para tentar dar uma quebrada nesse “gelo”. Também gravamos um vídeocollab para matar a saudade. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Projetos atuais e em andamento. 

     

    Marcio_ O grande projeto ainda é fazer um EP. As músicas estão prontas. Falta realmente entrar em estúdio e gravar. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Momento mais marcante pra banda. 

     

    Marcio_ Dois momentos. Um show que fizemos em uma escola estadual pela AMP, Associação dos Músicos do Pantanal. Várias crianças enlouquecidas. Cantaram, pularam e vieram pedir autógrafo. Energia muito boa. O outro foi o show abrindo com o Nação Zumbi. Meu irmão voltando a tocar, toda família reunida. E a ligação ele com o resto da banda também é forte. Tivemos uma outra banda junto chamada Mr. Magoo que era praticamente a The Rockfeller sem o Luis no Baixo. O show foi muito especial. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Atualmente onde a banda está se apresentando? 

     

    Marcio_ hoje a banda se apresenta nos bares de rock da cidade. Quase que exclusivamente, no Blues Bar. Mas os outros bares podem chamar a gente tambémJ 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Como foi implantar no MS esse estilo musical?  

     

    Marcio_ eu não diria implantar. Eu diria levantar a bandeira que já havia sido implantada antes. O estilo teve também como representante a banda Vaticano 69, mas num lado mais pop. Na década de 70 também. Mas a gente sempre frisou que iria tocar rock progressivo. Me lembro até de comentários de algumas pessoas falarem; “putz... banda com som longo... chato”. E se olhar o rock progressivo é assim mesmo. É longo..., mas não é chato. É outra vibe. E tocamos porquê gostamos. E tomara que outros toquem. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Fale da experiência da “Live Intermunicipal”. 

     

    Marcio_ olha, aquilo ali foi uma experiência complicadíssima. Imagina você tocar uma música para uma pessoa que está uns 230km de distância. Foi uma matemática e toda automação desafiadora. Mas o resultado foi amplamente satisfatório. Toquei eu em casa e o Paulo em Dourados. Ele soltava o playback dele lá, eu escutava as marcações e soltava o meu aqui e aí tocava a guitarra.  Para não ter o atraso tive que quebrar a cabeça. Mas foi muito legal. Quem assistiu curtiu muito. 

     

    Expressando com Alessandra Paim - Conte um pouco do evento Festival FICA. 

     

    Marcio_ O FESTIVAL FICA é um evento grande realizado pela prefeitura de Ponta Porã. O cara que faz a correria é o Eder Rubens, diretor de Cultura da FUNCESPP. Foram 3 dias de evento que envolve desde danças, motoclubes, gastronomia, economia local e um festival de cerveja artesanal. Movimenta toda a região fronteiriça. É um projeto muito legal que confraterniza com os povos brasileiro e paraguaio. Uma experiência gratificante que nos proporcionou conhecer bandas paraguaias e roqueiros da fronteira.  

     

    Expressando com Alessandra Paim - Qual o próximo show que a The Rockefeller vai tocar? 

     

    Marcio_ olha. Final de ano...férias. Provavelmente no final de janeiro ou início de fevereiro. Nada marcado ainda. 

     

    MENSAGEM 

     

    A mensagem que a gente deixa é: Faça o que dê alegria para você. Há 27 anos estamos nos divertindo no palco. E acho que é isso que faz a banda ter fãs. Se você assiste um show aonde os integrantes ali passam essa felicidade, vai ficar também feliz. É o que tentamos. Fazemos o nosso melhor. Faça o seu melhor, se sinta bem. Seja autêntico e curta sua vida ao lado de pessoas que te amam e que você também ama”, Márcio Armoa.

     

     

    REFERÊNCIAS DE PESQUISA 

     

    campogrande.net/novidades/musica/so-rock-no-horto-recebe-as-bandas-echodriving-rockfeller-e-rivers-neste-domingo-3651.html 

    Rock progressivo – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) 

    Para entender: o que é rock progressivo? (whiplash.net) 

    O que é rock progressivo? | Super (abril.com.br) 

    um pouco do rock progressivo nos anos 70 (obviousmag.org) 

    QUAL FOI O PRIMEIRO ÁLBUM DE "ROCK PROGRESSIVO"? - Maquiavelli 

    Arquivo Musical: Irmãos Armôa falam sobre suas aventuras no Rock de MS - Rede Educativa MS (portaldaeducativa.ms.gov.br) 

    FICA valoriza artistas de Mato Grosso do Sul - Jornal Extra MS 

    Marcio Armoa | Facebook 

    The Rockfeller | Facebook 

    https://www.youtube.com/watch?v=W1PY_jM97Nc 

    https://www.youtube.com/watch?v=fZZazi83d6E 

    https://www.youtube.com/watch?v=LlhVWlOaZFY 

    https://www.youtube.com/watch?v=RgDIJAIHnRE 

    https://www.youtube.com/watch?v=zhdR6nizNkE 



    *JORNALISTA INDEPENDENTE.