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    29/11/2021

    ARTIGO| Petrobras, etanol e gasolina, de concorrentes a irmãos quase gêmeos no preço, afinal de quem é a culpa?

    ©DIVULGAÇÃO
    Em 14 de Novembro de 1975 através do Decreto nº76.593 era criado o Programa Pró álcool, tendo por objetivo a atenuação da dependência da gasolina. 

    De 1975 ao ano 2000 estima-se uma produção de 5,6 milhões de veículos movidos à álcool hidratado. 

    Hoje tem uma produção cada vez maior em face às pesquisas e avanços genéticos em torno da cana de açúcar, representando só aí, um elemento redutor de custo de produção, pela via lógica da consequência da alta produtividade. 

    Não restam dúvidas de que o novo combustível resultou em um incremento em renda, empregos, geração de divisas e dividendos econômicos, números que impressionam, com 35,6 bilhões litros de etanol na safra de 2019-20,sendo o Brasil o maior produtor mundial de cana de açúcar. 

    A grande questão se funda na essência do próprio nascimento do novo combustível, o que veio para concorrer com a gasolina, hoje fez amizade com ela e caminham quase juntos em preço, é mais ou menos como se uma criança(álcool, hoje etanol) ganhasse quase igual a um adulto(gasolina),só que produzindo(a quilometragem do etanol é baixa se comparada à gasolina) bem menos. 

    O etanol com um preço médio no Estado de Mato Grosso do Sul em torno de R$5,29 e a gasolina em torno de R$6,38,tem-se aí uma diferença de menos de 20% a favor do combustível vegetal, em um comparativo com esses números, não é difícil entender o porque Brasileiros estão cruzando a fronteira com o Paraguai e Argentina para abastecer seus carros com gasolina, que lá, custa a metade do preço do Brasil e tem apenas 12% de etanol em sua composição, enquanto no Brasil é quase 30%,aliás,o etanol na gasolina é a verdadeira água no feijão(tem que render)... 

    A Petrobras, mostra nitidamente que não rema junto ao País, menos ainda junto aos brasileiros, vinculada aos preços internacionais do petróleo engorda os próprios lucros e fomenta a inflação. 

    A Argentina quebrada, não faz isso! 

    Privatizar a Petrobrás, ao que se vê representa trocar 6 por meia dúzia, a troca de Presidente não aplacou a alta dos combustíveis, portanto, ela já está “privatizada” na prática, atende aos interesses de investidores internacionais, não ao País, ela piora a vida de todos como um ser auto imune e soberano que não se submete a ninguém. 

    Ocorre que como tudo é movido à combustível, inclusive, lembrando do Gás de cozinha, que também não para de subir, é um custo elementar, tipo arroz e feijão, se a base, o marco inicial sofre sucessivas altas, no final das contas, a cascata incidente resultará em uma verdadeira explosão de preços no custo de vida, até porque, tudo tem seu custo, que não é só o dos combustíveis, torna-se uma economia auto destrutiva, corrosiva, onde empresários que não lucram com o petróleo e encontram-se radicados produtivamente no País são gradativamente quebrados, enquanto os investidores internacionais lucram com isso, é mais ou menos como colocar fogo na porta da frente e na do fundo, sentar de lado e assistir o circo pegar fogo, vendendo gasolina e álcool para atear o fogo. 

    Com 67% de carros flex produzidos no Brasil em 2018,certamente,com um preço que estimule o consumo de etanol, não seria difícil prever que facilmente essa porcentagem saltaria para margens bem próximas dos 100%,sendo o etanol a carta na manga contra a alta da gasolina, como nasceu e não escravo dela, como tem sido, ”ajudando” ela a frear o consumo dele. 

    Em síntese, trata-se de uma situação cíclica e contínua, onde de um lado tem-se empresas, muitas com interesses de fora para dentro, que devem ser fomentadas pela produção e empregos que geram, mas que tenham interesse de dentro para fora, uma vez que no meio disso tem-se um País e seus nacionais que devem ser protegidos e um governo que ao mesmo tempo que atua como liberal economicamente não pode permitir a auto erosão e o auto flagelo. 

    Finalmente, é sempre bom lembrar que todo mercado é regido pela lei da oferta e da procura, assim, o preço do que se consome é regulado também pelo consumo, tendo o consumidor o poder de frear a alta dos combustíveis e inclusive forçar a queda de preço ou o seu aumento.

    Fonte: Agência Nacional do Petróleo 

    Raimundo Candido da Silva Jr 

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    Nota sobre o autor 

    Raimundo Candido da Silva Jr é Advogado, Jurista, Administrador, Escritor, Conferencista e Palestrante, membro do IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros), IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), ABDPC (Academia Brasileira de Direito Processual Civil), IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família).

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