CAMPO GRANDE (MS),

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    22/08/2021

    Incêndio fora de controle destrói mais de 100 mil hectares em cidade de MS

    Porto Murtinho declarou situação de emergência por conta das queimadas

    Ao fundo, fogo em vegetação em Porto Murtinho ©DIVULGAÇÃO
    Na cidade de Porto Murtinho, mais de 100 mil hectares de vegetação pantaneira queimaram desde a última semana. O município localizado a 454 quilômetros de Campo Grande decretou situação de emergência em decorrência do desastre causado pelo incêndio florestal.

    “O primeiro foco começou na beira do Rio Paraguai. Depois alcançou a região do Apa. O fogo está incontrolável. Tem fazendas em que não sobrou nada”, disse o prefeito Nelson Cintra (PSDB).

    Segundo ele, com medo do avanço das chamas, muitos produtores estão removendo as cabeças de gado para áreas mais distantes.

    FORÇA-TAREFA – Cintra disse que mais de cem pessoas de Porto Murtinho estão trabalhando para ajudar a conter o avanço do fogo.

    Além deles, 43 bombeiros militares foram enviados pelo Estado para dar suporte às ações de combate aos focos.

    “Também estamos com cinco aviões jogando água nas chamas, mas não estamos dando conta”, afirmou Cintra.

    O tenente-coronel Fernando Carminati, que comanda a operação denominada “Portal do Pantanal, disse ao Correio do Estado que a corporação chegou ao local na sexta-feira e estão atuando em quatro frentes, cada uma em uma ou mais fazendas diferentes.

    “Estamos com mais de dez viaturas e dois aviões nossos, fora os apoios dos fazendeiros”, afirma.

    Segundo informações da imprensa local, em alguns casos os produtores foram pegos de surpresa e sequer conseguiram retirar o gado do pasto.

    Na Fazenda Engano, por exemplo, os animais fugiram e só vai dar para saber se houve perdas quanto todo o rebanho for reunido e contado.

    Há relatos também da perda total de pontes na área rural.

    Segundo informações do Diário da Serra de Maracaju, na Rodovia 195, a ponte sobre o Rio Progresso foi consumida pelas chamas, dificultando o acesso à região da Ingazeira e, de lá, para Porto Murtinho e outras regiões do Estado.

    FOGO – Mato Grosso do Sul soma 2.020 focos de incêndio em áreas de vegetação somente no mês de agosto, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

    Tradicionalmente, este período do ano é marcado pelo tempo seco e junto com setembro é o mês com maior volume de queimadas.

    O recorde para o oitavo mês do ano é de 2005, quando houve 6.141 queimadas contabilizadas pelo órgão de monitoramento.

    Ano passado, por outro lado, a situação também foi bastante crítica, terminando com um volume de 2.508 queimadas.

    No acumulado de janeiro, Mato Grosso do Sul teve 3.910 queimadas. Em 2020, até o fim de agosto, o Inpe havia somado 6.540 incêndios florestais no Estado.

    Porto Murtinho aparece na lista das cidades brasileiras com maior quantidade de focos de incêndio em vegetação.

    Já foram registrados pelo Inpe um total de 1.173 casos naquela região em 2021, um aumento de 44% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Corumbá também aparece na lista, mas com 983 focos de incêndio, desta vez, redução de 76% em comparação com 2020.

    Fonte: CE
    Por: Ricardo Campos Jr

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