CAMPO GRANDE (MS),

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    19/04/2021

    Fahd Jamil se entrega à polícia em Campo Grande

    Antes, ele teria feito uma carta dizendo ser inocente em relação às acusações feitas a ele e que sempre colaborou com a segurança na região de fronteira entre Brasil e Paraguai.

    Carro escoltado por viatura do Garras leva o empresário Fuad Jamil após ele se entregar no Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande — Foto: Divulgação
    Procurado a anos sob a acusação de vários crimes, entre eles tráfico de drogas, homicídio e organização criminosa, o empresário Fahd Jamil se entregou à polícia na manhã desta segunda-feira (19), no Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande.

    O advogado de Fhad, André Borges, disse que o cliente dele se entregou porque está com a saúde debilitada e a intenção é tentar, no segundo momento, a prisão domiciliar.

    Antes de se entregar a policiais da Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), Fahd teria divulgado uma carta dizendo ser inocente em relação às acusações feitas a ele e que sempre colaborou com a segurança na região de fronteira entre Brasil e Paraguai.

    Fábio Peró, delegado do Garras, informou que Fahd não deve prestar depoimento e aguarda vaga no sistema penitenciário estadual.

    Acusações

    O empresário Fhad Jamil e seu filho, Flávio Correia Jamil Georges, são acusados pelo Ministério Público Estadual (MP-MS) de integrarem organização criminosa que atuava em Ponta Porã e tinha parceria com o grupo criminoso que seria comandado pelos também empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, em Campo Grande.

    A ligação entre as duas organizações foi apontada nas investigações da 3ª fase da operação Omertà. De acordo com denúncia apresentada em julho de 2020 e aceita pela Justiça, havia uma grande proximidade entre as duas supostas organizações criminosas. Os grupos, teriam atuado conjuntamente, em pelo menos dois homicídios, o do pistoleiro Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão, e o do ex-chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Martins Figueiredo, o Figueiredo.

    O MP-MS destaca na denúncia, que o grupo liderado por Fahd Jamil, não era o alvo inicial da investigação, mas sua atuação acabou sendo apurada também em razão dos crimes que ligam essa organização a chefiada por Jamil Name, mas precisamente na aquisição e transporte de armas de fogo de grosso calibre (fuzis) e na preparação e execução de homicídios, como o de Figueiredo.

    A denúncia aponta que os dois chefes dos supostos grupos criminosos, Jamil Name e Fahd Jamil eram compadres. Destaca que a ligação entre as organizações ficou bem clara logo após a quebra do sigilo bancário de Jamil Name durante outras fases da operação Omertà, quando se constatou que ele pessoalmente ou por meio de sua esposa, fez oito transferências bancárias entre maio de 2016 e junho de 2019 para o filho de Fahd, Flávio Correia Jamil Georges, no montante de R$ 130 mil.

    Fahd Jamil, que na denúncia do MP-MS chegou a ser chamado de “Rei da Fronteira” pelo suposto poder que tinha na região, sendo comparado pelos promotores do Ministério Público a um “padrinho da máfia representado nos filmes de gangster” está sendo acusado de integrar organização criminosa armada, corrupção ativa e tráfico de armas de fogo.

    Seu filho, Flávio Correia Jamil Georges, o Flavinho, foi denunciado pelos mesmos crimes e ainda por violação de sigilo funcional. Ele é acusado de ter obtido de policial federal, também denunciado neste processo, informações sigilosas para o grupo.

    Outra denúncia

    Fahd Jamil, Flávio Correia Jamil Georges, além de Jamil Name, Jamil Name Filho também são réus em outra denúncia fundamentada pelo MP-MS na 3ª fase da Omertà, a de obstrução de Justiça em relação a investigação de três assassinatos.

    A denúncia de obstrução de Justiça é em relação a três homicídios: Ilson Martins Figueiredo, Alberto Aparecido Roberto Nogueira e Anderson Celin Gonçalves.

    Ilson de Figueiredo, de 62 anos, era chefe de segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Ele foi assassinado no dia 11 de junho de 2018, na avenida Guaicurus, no Jardim Itamaracá. Seu carro foi perseguido e ele foi morto a tiros por suspeitos que estavam em outro carro.

    Já Anderson Celin Gonçalves, era policial civil, e Alberto Aparecido Roberto Nogueira, conhecido como “Betão” era suspeito de pistolagem e teria ligações com o narcotraficante Fernandinho Beira-Mar. Os dois foram mortos em 21 de abril de 2016, em Bela Vista. Os corpos foram encontrados carbonizados na carroceria de uma caminhonete.

    Por G1 MS e TV Morena

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