Deixe as aparências de lado, ninguém sabe que estás a ler e confirme, vamos lá, em uma simples conta temos por óbvio que toque de recolher e diminuição da capacidade de pessoas nos locais indicados nos Decretos Estaduais e Municipais pelo Brasil adentro são mera aparência para fingir um certo controle na disseminação do “bichinho chinês”.
Ora, mesmo que bancos, lotéricas, mercados, transportes públicos, só possam funcionar com a capacidade reduzida a 50%, se uma única pessoa infectada entrar nesses locais a chance de transmissão do vírus é a mesma caso os locais estivessem com a capacidade de funcionamento normal.
Mesmo com máscara, o cidadão passa pelo caixa dos estabelecimentos, digita na máquina de cartão, pega no carrinho do supermercado, nos produtos, no pegador de pão, abre a geladeira para pegar requeijão, manteiga, iogurte, carne, segura nos ônibus coletivos para não cair ou, retira a sua máscara, por alguns segundinhos, para tomar água ou ingerir qualquer outro produto alimentício.
Ainda não acabei! E aquela fila lá fora, aguardando para entrar na lotérica, no mercado, no banco, no elevador... Não é chacota, é a realidade.
Algumas das medidas tomadas pelas autoridades com o fim de conter o coronavírus são contraditórias e, na prática, muitas não funcionam. De norte a sul, de ônibus ou avião, os transportes estão sempre lotados, os bancos têm filas e as empresas não contratam pessoas para controlar a distância entre os que estão nas filas de espera.
Os brasileiros não olham para o próprio umbigo, continuam pensando que se ficarem “colados” na fila da lotérica, por exemplo, irão ser atendidos mais rápido. E, por que os aeroportos solicitam distância e chamam por grupos os passageiros quando do embarque, mas lotam os voos com poltronas sem qualquer distância?
Sonsice, egocentrismo, escárnio, e a palavra preferida do momento: HIPOCRISIA. Temos um vírus fatal e regras que foram elaboradas para serem seguidas, entretanto, também temos uma sociedade desigual, na qual o dono do restaurante que serve almoço no local deve fechar, pois o fiscal compareceu com a notificação e, as grandes empresas, como uma companhia aérea, continua funcionando com sua capacidade máxima de passageiros e voos.
É um contrassenso, que, infelizmente sempre foi pacífico no nosso País. Se for pequeno empresário como vai pagar as contas e alimentar sua família e a de quem trabalhava para ti? Se for funcionário público ou como o dono dessa companhia aérea, como se sentiria aguardando um respirador na fila do hospital, ainda que particular?
Enquanto você tenta manter o CONTROLE, as autoridades se fazem de SONSAS para as perguntas sem respostas.
Autora: Camila Saraiva dos Santos
Advogada licenciada (OAB/MS 17.119)
Atualmente Servidora Pública Estadual da Defensoria Pública da Fazenda Pública (Assessora de Defensora de 1ª Instância)
Graduada em Direito desde 2012
Pós Graduada em Processo Civil e Direito Civil Latu Sensu pela Escola Paulista de Direito
Ex-membro de várias Comissões da OAB/MS
Ex-membro da Associação dos Novos Advogados (ANA-MS)
Ministrei Várias Palestras e Cursos Pela Escola Superior da Advocacia (ESA/MS) e pela ANA-MS, inclusive no interior do Estado.
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