CAMPO GRANDE (MS),

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    29/01/2021

    Tendência no setor de vestuário é de crescimento para 2021

    Expectativa vai depender da situação da pandemia causada pelo novo coronavírus no país

    ©iStock
    Muitos setores foram afetados pela pandemia do novo coronavírus, que desacelerou as vendas e exigiu um alto nível de adaptação por parte das empresas, que precisaram pensar em alternativas para continuar faturando durante o período. Um dos tipos de comércio mais afetado foi o de varejo, que encontrou dificuldades especialmente no setor de vestuário.

    Com a mudança na rotina e a necessidade de definir melhor as prioridades, as lojas encararam uma queda no número de vendas, já que muitos dos consumidores passaram a trabalhar e estudar em casa. O período da quarentena, em especial, foi muito difícil para pequenas e médias empresas, que precisam atualizar seus processos para vender os produtos à distância.

    Apesar disso, o processo de flexibilização da quarentena e o retorno de muitas atividades fizeram surgir a expectativa de crescimento para o setor, tendência que foi apresentada por especialistas já no final de 2020. Segundo uma projeção realizada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), é esperada a comercialização de 6,2 bilhões de peças em 2021, um aumento de 25% nas vendas de vestuário em relação a 2020. Isso significaria uma alta de 26,2%, para R$ 228,9 bilhões. A produção de vestuário no país também deve crescer. Espera-se a produção de 5,81 bilhões de peças em 2021, um aumento de 23% em relação ao ano anterior.

    Outro ponto que influencia esses números é o mercado de luxo e os novos modelos de comércio. A venda de peças de alto valor, como vestidos importados, scarpins e sandálias exclusivas e bolsas de marca, movimentam 2,2 trilhões de libras (R$ 16,3 trilhões) por ano somente na Europa. E apesar desse número ter caído em 2020, as ações do setor de artigos de luxo tiveram um desempenho superior à média, o que mostra a força desse tipo de comércio, que vem trabalhando para retornar transformado e adaptado em 2021. A revenda de roupas, com brechós online, também tem ganhado espaço e popularidade, permitindo a circulação de peças sem que haja necessidade de sair de casa.

    O cenário aparentemente positivo, entretanto, deve ser encarado com cautela, já que a tendência de crescimento ainda está à mercê da pandemia, que não acabou. O aumento no número de contaminações e as dificuldades de se estabelecer um programa de vacinação consistente pode fazer com que as incertezas de empresários e clientes voltem, desestabilizando o mercado. Caso seja necessário tomar medidas para conter os casos da doença, com a imposição de uma quarentena mais rígida, o varejo como um todo sofrerá, uma vez que a crise também afetou de maneira profunda possíveis consumidores, que estão com menos dinheiro.

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