CAMPO GRANDE (MS),

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    24/09/2020

    SAÚDE| Perda de olfato por conta da covid-19 pode ser permanente, indica pesquisa

    Dados preliminares mostram que esse problema nem sempre desaparece com o fim da infecção 

    ©iStock
    A pandemia causada pelo novo coronavírus está presente há alguns meses, tempo suficiente para que fossem realizadas várias pesquisas acerca dos problemas a longo prazo causados pela doença. A Covid-19 é uma doença infecciosa que tem como principais sintomas febre, tosse seca e cansaço, não sendo raros também relatos de outros problemas, como perda de olfato e paladar. Em casos mais graves, pode haver dificuldade para respirar, fator que aumenta a complexidade do quadro. 

    Mesmo após a melhora dos sintomas e a diminuição da carga viral no organismo, é possível continuar sentindo os impactos da doença no corpo. Uma queixa frequente por parte daqueles que já enfrentaram a infecção é a impossibilidade de sentir gostos e cheiros com a mesma eficiência que antes da contaminação, várias pessoas relatam que diferentes alimentos como hambúrguer, arroz e até água, antes muito apreciados pelo indivíduo, passaram a ter um gosto desagradável – muitas vezes, comparado ao de produtos de limpeza ou água suja. A impossibilidade de sentir cheiros – situação chamada de anosmia – é outra questão levantada, sendo um fator que atrapalha a alimentação, além de poder prejudicar a saúde, já que a pessoa nesta situação não conseguira identificar um vazamento de gás, algo queimando ou um alimento que não está mais apropriado para o consumo. 

    Segundo os dados preliminares de uma pesquisa que está sendo realizada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-USP), cerca de 5% das pessoas que tiveram perda de olfato por conta da Covid-19 não conseguiram recuperar a capacidade de sentir cheiros mesmo após dois meses e meio do aparecimento dos sintomas. 

    A pesquisa contou com a participação de mais de 650 pacientes infectados com a doença, e, apesar de os resultados ainda não serem definitivos, pode servir como um dos indicativos de que a impossibilidade de sentir cheiros corretamente possa ser permanente. Além disso, 80% das pessoas pesquisadas afirmaram ter perda parcial ou total do olfato, e 76% disseram ter perdido o paladar, que também é influenciado pela capacidade de sentir cheiros. Mais estudos relacionados ao tema estão por vir e ajudarão a entender melhor o impacto da doença no organismo com o passar do tempo. 

    Resultados como esse deixam ainda mais evidente a importância de se proteger e proteger aos outros, evitando locais com aglomeração de pessoas e fazendo o uso correto de máscara a todo o momento fora de casa. Dessa forma, o risco de uma possível contaminação diminui, assim como os efeitos a longo prazo, que ainda são incertos em relação ao nível de gravidade e permanência.



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