CAMPO GRANDE (MS),

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    01/09/2020

    Em pronunciamento, o deputado Felipe Orro denuncia descaso que colocou Aquidauana no epicentro da Covid-19 em MS

    ©CHICO RIBEIRO/ARQUIVO
    O deputado estadual Felipe Orro denunciou, em pronunciamento feito durante sessão remota da Assembleia, nesta terça-feira (1), o descaso na Saúde e ineficiência da administração municipal que colocou Aquidauana no epicentro da pandemia Covid-19 no Estado. Felipe lembrou que a taxa de letalidade da pandemia no município é o dobro da média estadual e afirmou que todos os pacientes internados em estado grave na UTI do hospital da cidade, não resistiram.

    “Já são milhares de pessoas contaminadas em Aquidauana que está agora com quase o dobro da taxa de letalidade da média estadual. Todos os pacientes que foram para o CTI com Covid, todos os casos graves vieram a óbito, inclusive esta noite tivemos mais uma morte”, denunciou o deputado.

    Segundo Felipe, o caos instalado na cidade não foi resultado da falta de recursos, e sim “ao grande descaso da administração municipal com a população”. Faltou “um plano eficaz de reestruturação da Saúde local”, disse o deputado, para quem o setor “não é prioridade da atual gestão”.

    “Não é falta de recurso. O município recebeu emendas estaduais, recursos federais somando R$ 10 milhões e nada foi feito. Há 15 anos tínhamos 10 leitos com respiradores e uma usina de oxigênio. Após seis meses da pandemia chegar no Estado, Aquidauana tinha os mesmos dez leitos, com 10 respiradores, só que não funcionavam, porque não tinha a usina de oxigênio ligada em todos, só três funcionavam dos 10 leitos. Isso levou criminosamente à morte de cidadãos, especialmente dos indígenas”, lamentou Felipe.

    O deputado disse estar estarrecido de ver que não foram aplicados os recursos que chegaram ao município para o combate da pandemia e suporte aos doentes. “Este é o caos instalado em Aquidauana que viu em pouco tempo, de nenhum caso a ter milhares de casos hoje na cidade, isso deixa toda população em estado de alerta. Infelizmente, a Prefeitura de Aquidauana não teve competência para gerir estes recursos, para aplicar os valores recebidos”.

    Evolução

    O primeiro caso de Covid-19 registrado em Aquidauana foi no dia 12 de junho. Já no dia 17 de junho, a Assembleia Legislativa, com voto favorável de Felipe Orro, aprovou o decreto de calamidade pública no município e também em Bonito e Miranda, permitindo aos prefeitos abrirem crédito extraordinário, remanejar, transferir e utilizar reserva de contingência para contratação emergencial de pessoal, com o imediato conhecimento da Câmara de Vereadores.

    “Nós aprovamos pela assembleia o decreto de calamidade pública no município, só que gastaram o dinheiro não sei como, porque não se consertou nem a usina de oxigênio, demorou quase 7 meses para comprar a outra usina, por falta de manutenção não estava funcionando. Sendo avisado constantemente inclusive pela classe médica, pela população, pelos funcionários do Hospital Regional, inclusive por este parlamentar que alertou várias vezes”.

    Ainda no mês de março, pouco depois de ter sido registrado o primeiro caso da doença no Estado, Felipe Orro solicitou emergência ao governo do Estado na liberação de suas emendas parlamentares para o combate da Covid-19 na Capital e no interior. Somente para Aquidauana o parlamentar destinou R$ 330 mil exclusivos para investir na Saúde local.

    “Não sei no que foi aplicado o recurso que destinei para Aquidauana. Não foi por falta de recurso que nós estamos perdendo vidas. Observamos a inércia e incompetência do poder público municipal, que não consegue resolver os problemas mínimos e básicos de saúde em Aquidauana”, pondera.

    Em agosto deste ano, o deputado solicitou ao Exército Brasileiro apoio no desenvolvimento de ações urgentes no combate e prevenção ao avanço do novo coronavírus nas aldeias do polo de Aquidauana, somando ajuda para 15 comunidades indígenas, com mais de sete mil e quatrocentos moradores, a maioria da etnia terena.

    “Depois que solicitamos ajuda ao Exército Brasileiro, acabou virando uma ação nacional comandada pelo Governo Federal. O Exército foi nas comunidades indígenas e fez milhares de atendimentos, nós temos que dar sequência nisso”, ponderou.

    O deputado ressalta que a Prefeitura de Aquidauana não realizou contratações para aumentar o quadro de profissionais na Saúde, além de deixar de pagar os médicos contratados do Hospital Regional por cinco meses.

    “Ao invés de aumentar o número de contratados para trabalhar na Saúde, aumentar o número de médicos, ficou com 5 meses sem pagar os profissionais médicos de Aquidauana. Os médicos estavam com 5 meses de folha atrasada, vejam só, em época de pandemia. Tudo isso somado, gerou este caos em Aquidauana, por falta de capacidade mínima de gerir os recursos e dar um norte a Saúde local”, finaliza.

    ASSECOM



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