CAMPO GRANDE (MS),

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    11/09/2020

    Cristiane Brasil se apresenta à polícia após ser alvo de mandado de prisão

    Ex-deputada federal responde por atos supostamente praticados entre maio de 2013 e maio de 2017, quando assumiu secretarias municipais nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella.

    Cristiane Brasil na chegada ao IML para fazer exames antes de ir para a cadeia ©Reprodução/TV Globo
    A ex-deputada federal Cristiane Brasil se apresentou no prédio da chefia de polícia, no Centro da Cidade, na tarde desta sexta-feira (11).

    Havia um mandado de prisão contra ela expedido na segunda fase da Operação Catarata, que investiga supostos desvios em contratos de assistência social no governo do estado e na Prefeitura do Rio.

    Cristiane foi procurada durante a manhã, mas não foi encontrada. Segundo a assessoria de Cristiane, ela estava fora do estado e avisou que ia se entregar.

    Por volta das 16h10, Cristiane Brasil se apresentou à Polícia Civil, no Centro. Às 17h20, ela chegou ao Instituto Médico Legal, para fazer exames antes de ir para a penitenciária.
    Cristiane Brasil postou um vídeo após se entregar — Foto: Reprodução/Facebook
    O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil afirmam que o esquema pode ter desviado R$ 30 milhões dos cofres públicos entre 2013 e 2018 -- parte em espécie.

    Cristiane responde por atos supostamente praticados entre maio de 2013 e maio de 2017, quando assumiu secretarias municipais nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella.

    "Justiça será feita", diz Cristiane

    A caminho da polícia, a ex-deputada fez um vídeo em sua rede social dizendo que acredita no trabalho da Justiça.


    "Um absurdo uma que denúncia antiga de 2012, 2013, esteja sendo cumprida agora. Um mandado de prisão preventiva contra mim faltando dias para eleição. Isso num momento em que minha candidatura se fortalece. Creio que tenha interesse político nesses atos que acontecem. Minha consciência está tranquila de que a justiça será feita e os fatos serão esclarecidos a meu favor", disse Cristiane.

    Segundo as investigações, Cristiane Brasil recebia propina de três formas: em dinheiro, através de depósitos em contas de outras pessoas, que devolviam os valores pra ex-deputada e também pelo pagamento de contas pessoais.

    “A necessidade da custódia cautelar deu-se em razão de ela continuar mantendo relacionamento estreito com o núcleo privado da organização criminosa a ponto de receber propina em janeiro de 2019”, disse o promotor Clário Calo.

    Na parte da manhã, Cristiane não foi encontrada em casa, mas, segundo sua assessoria, ela não estava no RJ e ia se apresentar à policia ainda nesta sexta.

    Cristiane foi secretária de Envelhecimento Saudável da Prefeitura do Rio e chegou a ser nomeada ministra do Trabalho no governo Temer, mas teve a posse suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de condenações na Justiça Trabalhista, reveladas pelo G1.

    'Mulheres da mala'

    O Ministério Público diz que Cristiane Brasil recebia propina em espécie. Os promotores citam que duas assessoras políticas de Cristiane – Vera Lúcia Gorgulho Chaves de Azevedo e Suely Soares da Silva - também denunciadas, eram as “mulheres da mala”, ou seja, recebiam as vantagens indevidas “a fim de blindar” a ex-deputada.

    “Vera Lúcia Gorgulho Chaves de Azevedo (20ª) e Suely Soares da Silva (21ª) eram as “mulheres da mala” de Cristiane Brasil (4ª), ou seja, quem recebiam as vantagens econômica indevidas (“propinas”), ora através de entregas de dinheiro em espécie, pessoalmente; ora através de depósitos de dinheiro, em espécie, em contas correntes51; ora através cobrança do pagamento dos valores da locação52 (título do “e-mail: “FWD: Aluguel Cris”), a fim de blindar a ex- vereadora carioca e ex- deputada federal”, diz o documento.

    Outra prisão

    O secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes, também foi preso nesta sexta-feira (11) na segunda fase da Operação Catarata.

    Pedro foi preso, segundo o MPRJ, por ações durante sua gestão na Secretaria Estadual de Tecnologia e Desenvolvimento Social nos governos de Sérgio Cabral e de Luiz Fernando Pezão — antes de assumir a Educação do RJ a convite de Wilson Witzel.

    A Fundação Estadual Leão XIII, alvo da investigação, era vinculada à secretaria de Pedro. A investigação afirma que o secretário ficava com 20% do valor de contratos assinados – tudo dinheiro de propina, segundo o MP.

    Ao receber voz de prisão, Pedro Fernandes apresentou um exame positivo de Covid-19, o que transformou a prisão preventiva em domiciliar.

    Por G1 Rio



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