CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    08/06/2020

    Professor é suspeito de aliciar garotos para sexo com ‘clientes influentes’ de Campo Grande

    Vítimas contam que são obrigados a entregar celulares e recebem entre R$ 50 e R$ 100 antes de programas com homens do setor privado e público

    Autor pagava aos adolescentes por 'programas' ©ILUSTRAÇÃO
    Um professor é suspeito de aliciar garotos para sexo com ‘clientes influentes’ de Campo Grande. A denúncia foi oficializada na última quinta-feira (4) e a polícia vai investigar a suposta rede que ‘agenciava estupros’ em troca de dinheiro fácil.

    As vítimas são na maioria alunos e ex-alunos do professor e alguns supostamente menores de 14 anos de idade. Até o momento, o que se sabe sobre a denúncia é que ele ofereceria aos adolescente R$ 100, R$ 50 por cada ‘programa sexual’.

    O que seria, na verdade, encontro dos jovens para serem estuprados por homens campo-grandenses. Caso sejam identificados, eles podem responder pelo crime.

    O site Midiamax apurou junto à Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) que foi registrado boletim de ocorrência e aberta uma investigação. “É uma investigação delicada, trabalhosa e que demanda tempo”, explicou a delegada titular Marília de Brito.

    A ocorrência foi registrada pelo crime de aliciamento e a vítima chegou a apresentar algumas provas, mas o processo é trabalhoso, segundo ela.

    Há informação ainda de que o professor procurou outra delegacia ao saber que teria sido denunciado também nas redes sociais pelo aliciamento. Quanto a isso, ele alegou que foi caluniado.

    No entanto, a reportagem do site Midiamax recebeu denúncias de alguns meninos, vítimas do professor, confirmando que haveria verdadeira rede de aliciamento de adolescentes para sexo com clientes influentes, embora nem todos tenham procurado a polícia.
    Celulares recolhidos para ‘sexo com clientes influentes’

    Segundo os relatos, o professor combinava com os adolescentes e os ‘clientes’ para se encontrarem em determinado local. Os celulares eram recolhidos, para evitar que tivessem qualquer contato ou o crime fosse gravado ou fotografado.

    Depois disso, o dinheiro era entregue às vítimas, que ainda eram orientadas a não conversarem com os homens, caso os encontrassem na rua, isso, principalmente porque alguns seriam casados.

    Entre os ‘clientes’ do professor, estariam pessoas conhecidas e influentes na cidade, com posições de destaque e atuação no setor privado e público de Campo Grande.

    A polícia ainda deve apurar tais identidades, e eles também podem responder criminalmente, mas isso dependerá de como correrem as investigações. Para isso, é importante que outras vítimas do professor também procurem a delegacia para denunciarem.

    Escândalos sexuais já implicaram políticos e empresários em Campo Grande

    Não é a primeira vez que homens em cargos públicos e posições de destaque se envolvem em denúncias sobre escândalos sexuais em Campo Grande. Um dos casos mais recentes, envolvia o então vereador Alceu Bueno e o ex-deputado estadual Sergio Assis, que foram indiciados. Alceu Bueno renunciou prometendo provar inocência, mas foi assassinado antes.

    #ExposedCG rendeu poucas denúncias ‘de verdade’

    A delegada Marília também relatou ao Midiamax que foram poucas as vítimas que procuraram a Depca após exporem as histórias de assédio e estupro no Twitter, através da hashtag Exposedcg.

    Ela ressaltou a importância da denúncia, seja na Depca em crimes contra crianças ou adolescentes ou na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

    O crime de aliciamento está previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), no artigo 241. A pena é de 1 a 3 anos de reclusão e multa.

    Fonte: Midiamax
    Por: Renata Portela 



    Imprimir