CAMPO GRANDE (MS),

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    26/04/2020

    Após 20 anos trabalhando para empresa, há 6 meses taxista havia comprado carro

    Luciano Barbosa foi assassinado depois de uma corrida e irmão conta que ele trabalhava mais para pagar prestações do veículo

    Taxistas rezam ás margens de rodovia, onde corpo foi encontrado na manhã de hoje ©Paulo Francis
    Desde os 24 anos, Luciano Barbosa Franco (44 anos), já rodava Campo Grande como taxista, mas sempre como empregado. Há 6 meses, finalmente conseguiu comprar o carro que sonhava, um Virtus, veículo próprio depois de 20 anos de trabalho.

    Experiente, sempre teve muito receio de assaltos, mas para pagar as prestações, passou a trabalhar mais, conta o irmão Lucas Barbosa, o caçula da família de 3 filhos. “Ele era muito cuidadoso com a segurança”, diz Lucas, visivelmente consternado ao acompanhar a perícia no corpo do irmão, morto a tiros depois de aceitar uma corrida, às 23h30 de ontem.

    Apoiado por mais de 30 taxistas que também foram ao local onde Luciano foi encontrado, Lucas diz que a fé é o único conforto. "Para quem crê em Deus é menos difícil", comenta.
    Corpo de Luciano é retirado de matagal ©Paulo Francis
    As últimas 12 horas foram desesperadoras para a família de Luciano. Às 23h30, ele foi chamado para uma corrida no Shopping Campo Grande, às 24h05 o aplicativo do carro foi desligado. Logo a família suspeitou e às 3h52 a irmã mais velha registrou Boletim de Ocorrência do desaparecimento.

    Segundo ela, na última conversa com Luciano ele chegou a avisar que havia aceitado uma corrida, apesar de achar “suspeita”, com destino ao Jardim Carioca.

    Imediatamente, as buscas começaram e por volta das 10h30 carro e corpo foram encontrados em regiões cerca de 15 quilômetros distantes. O Virtus estava sem pneus na Bairro Santa Emília e o corpo de Luciano em matagal na BR-262, na altura do Núcleo Industrial, com marca de tiro na cabeça.

    Consternados pela violência que há muito tempo não fazia vítimas entre taxistas de Campo Grande, o grupo rezou Pai Nosso em homenagem ao colega assassinado.

    A principal linha de investigação é latrocínio, roubo seguido de morte. Luciano deixa uma filha de 12 anos. 

    Nota de pesar pelo assassinato do colega Luciano Franco 

    É com pesar que nos da UMA (União dos Motoristas de Aplicativos) nos solidarizamos com a família enlutada do colega motorista de táxi, assim como de aplicativos, Luciano Barbosa Franco, 44 anos em virtude do bárbaro assassinato ocorrido na madrugada deste domingo (26) quando estava em curso uma corrida.

    Nos da UMA nos solidarizamos com a categoria dos motoristas de táxi e nos colocamos a disposição para qualquer ação no sentido de cobrar das autoridades o esclarecimento e identificação dos culpados, assim como punição exemplar aos autores desse crime hediondo. 

    Motoristas que buscam o sustento da família mais uma vez estão abalados (luto).

    Deus conforte a família e os amigos nesse momento de dor.  

    Campo Grande, MS 26 de Abril de 2020

    Fernando França 
    Presidente da UMA


    Por Ângela Kempfer e Lucas Mamédio



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