CAMPO GRANDE (MS),

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    16/03/2020

    Ministério da Economia anuncia R$ 147,3 bilhões em plano anticoronavírus

    A ideia é que esses valores sejam injetados na economia nos próximos três meses; veja como serão alocados os recursos

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que as novas medidas poderão ser lançadas a cada 48 horas ©Ministério da Economia
    O Ministério da Economia anunciou nesta segunda-feira, 16, novas medidas para reduzir os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus.

    Segundo o governo, serão empregados R$ 147,3 bilhões em medidas emergenciais para socorrer setores da economia e grupos de cidadãos mais vulneráveis, além de evitar a alta do desemprego. Desse valor, R$ 83,4 bilhões devem ser destinados à população mais pobre e idosa. Outros R$ 59,4 bilhões serão aplicados na manutenção de empregos.

    A ideia é que esses valores sejam injetados na economia nos próximos três meses. A lista inclui medidas que já foram anunciadas desde a semana passada e novas iniciativas divulgadas nesta segunda.

    Entre as novas ações estão a antecipação da segunda parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS para maio, com liberação de mais R$ 23 bilhões. Na semana passada, o governo já tinha anunciado a antecipação da primeira parcela do 13º para aposentados e pensionistas para abril. Ou seja, ao todo, serão injetados R$ 46 bilhões na economia. 

    Pelo cronograma tradicional, essas parcelas seriam pagas em agosto e dezembro. O governo também decidiu antecipar o abono salarial para junho, com injeção de R$ 12,8 bilhões.

    O governo informou que vai liberar cerca de R$ 3,1 bilhões para o Bolsa Família. O valor corresponde à inclusão de mais 1 milhão de famílias entre os beneficiários. O governo não detalhou se haverá mudança nos critérios de renda para essa adesão.

    As empresas poderão adiar, em três meses, o pagamento do Simples Nacional e o depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores. As contribuições ao Sistema S serão reduzidas pela metade, e haverá facilitação para renegociar crédito e receber insumos de fora.

    Paulo Guedes afirmou que novas medidas poderão ser lançadas a cada 48 horas, já que as anunciadas hoje, apesar da "magnitude", são um "esforço inicial". "Vai depender da resposta da economia", afirmou. "O sistema financeiro brasileiro é muito sólido, tem musculatura", disse, citando as medidas já anunciadas pelo Banco Central.

    O governo também anunciou o repasse de R$ 4,5 bilhões do fundo do DPVAT – seguro veicular obrigatório – para o combate ao coronavírus, e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos nacionais e importados que tenham relação com o enfrentamento da doença.

    Ao apresentar as medidas, Guedes afirmou que o sistema econômico responde a esse tipo de pandemia de foma similar ao corpo humano. "Igualzinho esse coronavírus, afeta mais as fatias mais vulneráveis. Os mais idosos são mais vulneráveis porque a defesa imunológica é mais baixa", disse.

    "A economia é igual. Uma economia resiliente, com a parte de fundamentos fiscais no lugar, estrutura firma, reformas estruturantes, ela mantém a resiliência e fura essa onda. O Brasil está começando a reaceleração econômica, aí vem uma turbulência e ele tem condições de ultrapassar isso. São três, quatro meses."

    Veja como serão destinados os recursos:

    População mais vulnerável (R$ 83,4 bilhões)

    Já anunciadas:
    • Antecipar a primeira parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS para abril – liberação de R$ 23 bilhões.
    • Reduzir o teto de juros do empréstimo consignado para aposentados e pensionistas, aumento da margem e do prazo de pagamento.
    Novas medidas:
    • Antecipação da segunda parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS para maio – liberação de mais R$ 23 bilhões.
    • Transferência de valores não sacados do PIS/Pasep para o FGTS, para permitir novos saques – impacto de até R$ 21,5 bilhões
    • antecipação do abono salarial para junho – liberação de R$ 12,8 bilhões.
    • Reforço ao programa Bolsa Família, com a inclusão de mais 1 milhão de beneficiários – impacto de até R$ 3,1 bilhões.
    • Manutenção de empregos (R$ 59,4 bilhões)
    Novas medidas:
    • Adiamento do prazo de pagamento do FGTS por 3 meses – impacto de R$30 bilhões.
    • Adiamento da parte da União no Simples Nacional por 3 meses – estimativa de R$ 22,2 bilhões.
    • Crédito do PROGER / FAT para Micro e Pequenas Empresas – projeção de R$ 5 bilhões.
    • Redução de 50% nas contribuições do Sistema S por 3 meses – impacto de R$2,2 bilhões.
    • Simplificação das exigências para contratação de crédito e dispensa de documentação (CND) para renegociação de crédito.
    • Facilitar o desembaraço de insumos e matérias-primas industriais importadas antes do desembarque.
    Combate à pandemia

    Já anunciadas:
    • Suspender a prova de vida dos beneficiários do INSS por 120 dias.
    • Dar preferência tarifária de produtos de uso médico-hospitalar.
    • Priorizar desembaraço aduaneiro de produtos de uso médico-hospitalar.
    Novas medidas:
    • Destinação do saldo do fundo do DPVAT para o SUS – impacto de R$ 4,5 bilhões.
    • Zerar alíquotas de importação para produtos de uso médico-hospitalar (até o final do ano).
    • Desoneração temporária de IPI para bens importados listados que sejam necessários ao combate à covid-19.
    • Desoneração temporária de IPI para bens produzidos internamente listados que sejam necessários ao combate à covid-19.

    Por: Idiana Tomazelli, Amanda Pupo e Anne Warth, O Estado de S.Paulo



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