CAMPO GRANDE (MS),

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    02/02/2020

    Presa em crime por “prova de amor” quer cela especial ou prisão domiciliar

    Regiane é acusada de ajudar o amante a matar e incinerar o corpo da funcionária pública Nathália Alves Corrêa Baptista

    Regiane Marcondes Machado foi presa em 24 de agosto ©Reprodução/Facebook
    Presa há seis meses por um crime que chocou pela crueldade e pela motivação de “prova de amor”, a professora Regiane Marcondes Machado pede à Justiça transferência para cela especial ou prisão domiciliar.

    No pedido de providências, a defesa apresentou o diploma de ensino superior da presa e destacou que o Código de Processo Penal prevê que, antes de condenação definitiva, os diplomados devem ser recolhidos a quartéis ou prisão especial.

    Regiane está presa desde 24 de agosto em Campo Grande por um crime ocorrido em Porto Murtinho, a 431 km da Capital. Ela é acusada de ajudar o amante, José Romero, 37 anos, a matar e incinerar o corpo da funcionária pública Nathália Alves Corrêa Baptista, 27 anos. O crime aconteceu entre a noite do dia 15 e a madrugada do dia 16 de julho do ano passado.
    Nathália Alves Corrêa Baptista
    Tanto a mulher presa quanto a vítima mantinham relacionamento amoroso com Romero, que era gerente de pousada em Porto Murtinho. Nathália foi dopada e morta a golpes de barra de ferro pelo homem, como "prova de amor" a amante. Regiane foi denunciada por homicídio doloso por motivo torpe, meio cruel, emboscada e feminicídio.
    José Romero também está preso ©Reprodução/Facebook
    O juiz Jorge Tadashi Kuramoto, da Vara Única de Porto Murtinho, determinou que a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informe se há cela especial no presídio feminino Irmã Irma Zorzi. “Caso negativa a resposta, deverá informar quais estabelecimentos prisionais femininos no Estado de Mato Grosso do Sul possuem a referida cela privativa”.

    O Crime

    Segundo Regiane, dias depois do flagrante, Nathália passou a ameaçar José Romero dizendo que entregaria tudo à mulher dele. No dia 25 de setembro, Regiane prestou novo depoimento, dessa vez, na Delegacia de Porto Murtinho, e contou de forma detalhada como havia acontecido o crime.

    Segundo a acusada, quem matou Nathália foi José Romero. Ela alega que apenas ajudou o amante a carregar o corpo do quarto da pousada onde a vítima foi dopada e morta até a caminhonete S-10, na noite do dia 15 de julho, em Porto Murtinho.

    Conforme denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso Sul), José Romero e Regiane, atraíram a vítima até o local. Lá, Nathália foi dopada e morta a golpes de barra de ferro pelo homem, como "prova de amor" para a amante. Após o crime, os dois queimaram o corpo da vítima, na churrasqueira de uma casa localizada na Rua General Osório, com a finalidade de ocultá-lo.

    De acordo com Regiane, os dois alimentaram o fogo com carvão durante toda a madrugada do dia 16. Depois disso, ela ainda ajudou o amante a juntar os restos mortais da vítima numa caixa e colocar num latão de lixo.

    O colchão onde ocorreu o crime, os objetos da vítima, assim como os restos mortais de Nathália foram jogados no Rio Paraguai. Durante investigação da polícia, testemunhas informaram que Regiane havia flagrado Romero com Nathália e enviado mensagens mandando que se afastasse. Em seus depoimentos, o homem negou o crime, atribuindo-o à amante. José Romero também está preso.

    Com base nas apurações, o Ministério Público denunciou os suspeitos pela prática dos crimes de homicídio qualificado, que prevê pena de 12 a 30 anos de prisão e multa, e de destruição de cadáver, com pena de 1 a 3 anos de prisão e multa.


    Fonte: campograndenews
    Por: Aline dos Santos



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