CAMPO GRANDE (MS),

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    17/02/2020

    Na Capital, Mandetta alerta para atenção básica e retomada de cultura da vacina no Brasil

    Ministro falou sobre combate à dengue e doenças infecciosas

    Luiz Henrique Mandetta discursa durante encontro no Palácio Popular da Cultura © FRANCISCO BRITTO
    “Teremos a solução para o câncer e o Alzheimer no século 21 e viveremos mais tempo. No entanto, sem atenção primária e básica de saúde, o SUS não vai suportar”. A projeção é do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que está em Campo Grande para encontro sobre vigilância em Saúde.

    O titular da pasta avalia que a minimização da ocorrência de doenças infecciosas e arboviroses são prioridades. Uma das soluções apontadas é melhorar a capacitação de agentes comunitários de Saúde, com a criação de um curso técnico nacional.

    Mandetta também reforçou movimento de retomada da cultura da vacina no Brasil, que foi enfraquecida nos últimos ano com disseminação de informações falsas sobre imunização em redes sociais.

    “O Brasil já teve um dos melhores índices de vacinação do Mundo e isso foi caindo ao longo dos anos. Por isso voltaram doenças como o sarampo”, exemplificou.

    Após passar 2016 e 2017 sem casos no Brasil, a doença foi reintroduzida com a entrada de refugiados venezuelanos, aliada à vulnerabilidade da população que não foi imunizada.

    Para o ministro, as secretarias de Educação deveriam exigir a caderneta de vacinação atualizada para ratificar matrículas nas redes públicas de ensino.
    Governador Reinaldo Azambuja participou da cerimônia de abertura do evento © FRANCISCO BRITTO
    Presente no evento, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) concordou com Mandetta. “O foco precisa ser a atenção primária. A prevenção é muito importante e o governo vai contribuir para reforçar a importância da vacinação, continuar as parcerias com governo federal para trazer mais recursos”, disse.

    Dengue - Mandetta comentou sobre as ações de combate à dengue, como o desenvolvimento do método Wolbachia, microrganismo que, inserido artificialmente em ovos de Aedes aegypti, reduz a capacidade do mosquito transmitir vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

    Campo Grande é uma das seis cidades - junto com Belo Horizonte (MG), Petrolina (PE), Manaus (AM), Fortaleza (CE) e Foz do Iguaçu (PR) - em que os mosquitos modificados serão soltos. De acordo com o ministro, a criação em larga escala do Aedes com Wolbachia será realizada no Lacen (Laboratório Central de Mato Grosso do Sul).

    O ministro classificou como “boa notícia” o desenvolvimento da vacina contra a dengue, que caminha, segundo ele, a passos largos para ser lançada no ano que vem.

    “O ministério da Saúde tem aportado recursos para tratar essas doenças. O Brasil está fazendo sua própria tecnologia e depois poderá vender para o resto do mundo”, destacou.
    © FRANCISCO BRITTO

    Por: Jones Mário e Leonardo Rocha



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