CAMPO GRANDE (MS),

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    30/01/2020

    Você sabe o que é uma Ecovila? Saiba como essas comunidades estão se desenvolvendo no Brasil

    A busca por uma vida mais pacata e com maior conexão com a natureza motiva a adesão às ecovilas 

    ©DIVULGAÇÃO
    São muitas as opções para quem viaja pela Bahia: praias, regiões montanhosas com cachoeiras, gastronomia rica e saborosa e uma variedade de museus e centros culturais. Conhecer uma ecovila na Bahia é outra experiência que tem motivado a ida de turistas para a Terra do Axé. 

    “Ecovila” é o nome dado a projetos de moradia que buscam uma relação sustentável entre humanos e natureza. A construção de casas com materiais orgânicos (permacultura), o plantio do próprio alimento, a partilha desses saberes com os vizinhos e o consumo responsável são alguns dos pilares das ecovilas. 

    O que buscam os moradores 

    Nos últimos anos, vem aumentando o número de pessoas que deixam os grandes centros urbanos e procuram as ecovilas. A insatisfação com o ritmo alucinante das metrópoles e a busca por uma vida com mais conexão com a natureza são as razões que mais motivam a mudança do estilo de vida. 

    Sucintamente, a busca por ecovilas traduz um anseio por maior qualidade de vida, a partir da diminuição das distâncias e do tempo gasto em deslocamentos; o desenvolvimento de novos aprendizados; a produção de casas a partir de materiais naturais como hiperadobe (terra ensacada), barro queimado e lenha. 

    Outra característica comum às ecovilas é a construção de cisternas ecológicas para captar água da chuva, além do plantio de inúmeras espécies, como alface, tomate, aipim, gengibre, feijão, etc. Além disso, é comum que, nessas áreas, a principal fonte de renda não venha da agricultura. 

    Como funciona uma ecovila 

    Pautadas pelo uso de tecnologias alternativas, como energia solar e eólica, as ecovilas também costumam desenvolver experiências de democracia direta, em que as decisões são tomadas coletivamente. 

    Além disso, também são comuns as iniciativas voltadas para a prevenção de saúde combinada com sistemas de medicina tradicionais. Também são comuns atividades educativas sobre sustentabilidade, saúde, gastronomia, dança, música e até espiritualidade — como meditação, reiki e ioga. 

    Algumas ecovilas permitem que turistas pernoitem na área e realizem atividades e trabalhos voluntários em uma experiência transdisciplinar que une o aprendizado de técnicas sustentáveis e a sua prática no espaço. Em outras ecovilas, é possível apenas realizar visitas guiadas. Para ambas, é preciso agendamento prévio. 

    Perfil dos moradores das ecovilas 

    De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o perfil dos moradores de ecovilas é de famílias de classe média alta, com dinheiro para comprar terra e com fonte de renda ligada a atividades externas à ecovila — como trabalhos remotos/on-line. 

    Já sobre as pessoas com renda vinculada à agricultura de base familiar, houve uma diminuição do número de trabalhadores com menos de 34 anos, segundo dados do Censo Agropecuário 2017. Hoje, esse grupo é marcado mais pelo envelhecimento do que pela renovação, o que afeta a reposição de mão de obra no campo. 

    Ecovilas pelo mundo 

    Instituições internacionais, como a Global Ecovillage Network (GEN), possuem 558 ecovilas filiadas, divididas em 3 macrorregiões: Américas (239); África, Europa e Oriente Médio (239) e Oceania e Ásia (80). Nessa listagem, o Brasil se destaca como o quinto país com mais ecovilas, totalizando 17 comunidades. 

    Os países com o maior número de ecovilas segundo o GEN são os Estados Unidos (188), Austrália (31), Canadá (26) e Alemanha (21). Apesar do destaque nessa lista, estima-se que existam hoje no país mais de 300 ecovilas, algumas filiadas à Associação Brasileira de Comunidades Autossustentáveis (ABRASCA) e outras não filiadas a nenhuma instituição. 

    Essas associações se propõem a unir diferentes comunidades a fim de seus integrantes trocarem experiências, saberes sobre tecnologias e práticas ecológicas, além de poderem intercambiar vivências comunitárias.



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