CAMPO GRANDE (MS),

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    08/01/2020

    Fim das coligações tende a pulverizar candidaturas na Capital e no interior

    A proibição de coligações entre os partidos para a disputa de cargos proporcionais entra em vigor este ano após algumas mudanças na legislação. 


    O fim das coligações partidárias tende a aumentar o número de candidaturas próprias em Campo Grande e no interior nas eleições deste ano em Mato Grosso do Sul. 

    A proibição de coligações entre os partidos para a disputa de cargos proporcionais entra em vigor este ano após algumas mudanças na legislação eleitoral. 

    O primeiro turno das eleições municipais (prefeitos e vereadores) é em 4 de outubro e o segundo, em 25 do mesmo mês.

    O fim das coligações entre partidos nas eleições proporcionais corrige uma das distorções no atual sistema eleitoral brasileiro.

    Em Campo Grande, por exemplo, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) está em pré-campanha à reeleição e, pelas articulações de bastidores, deve enfrentar candidatos de vários partidos em outubro. 

    Ainda indefinido, o MDB dispõe de ao menos três nomes, o do ex-governador André Puccinelli, o da senadora Simone Tebet,e o do deputado estadual Márcio Fernandes. 

    O ex-senador Waldemir Moka e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júnior Mochi, também são cotados. 

    No PSL,que elegeu o presidente Jair Bolsonaro, destacam-se os deputados estaduais Capitão Contar e Coronel David. 

    David, no entanto, pode ficar fora do pleito caso decida se abrigar no Aliança pelo Brasil, partido criado em novembro do ano passado pelo presidente Bolsonaro, mas que ainda depende de reconhecimento do TSE. 

    Os deputados federais Beto Pereira e Rose Modesto são os principais nomes do PSDB do governador Reinaldo Azambuja, embora a tendência do partido seja apoiar a reeleição de Marquinhos Trad (PSD). 

    Por causa disso, Rose ameaça deixar o grupo e disputar a prefeitura por outra legenda. Ela está sendo assediada por vários partidos, como o PP dos deputados Evander Vendramini e Gerson Claro, e o MDB cuja maior liderança é André Puccinelli.

    Declarado, o único nome do PP é o de Esacheu Nascimento.

    No Solidariedade, os dois deputados estaduais, Lucas de Lima e Herculano Borges, estão à disposição do comando partidário.

    O senador cassado Delcídio do Amaral se articula dentro do PTB, do qual é o atual presidente. 

    Desgastado, o ex-petista tenta recuperar os espaços perdidos depois que foi preso acusado de obstruir o trabalho da Justiça no episódio envolvendo o então diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

    Ele foi acusado, em 2015, de tentar comprar o silêncio de Cerveró, que se tornara delator da Operação Lava Jato. Em julho do ano passado, Delcídio foi absolvido pela Quarta Turma do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), juntamente com o ex-presidente Lula.

    Em Dourados, o PSDB e o DEM,históricos aliados, tendem a se enfrentar nas eleições de outubro, uma vez que os deputados estaduais Marçal Filho (PSDB) e Barbosinha (DEM), estão dispostos a disputar à sucessão da prefeita Délia Razuk.

    CHAPA DE VEREADORES

    De acordo com reportagem da Folha, o fim das coligações tende a provocar uma pulverização de candidatos a que buscarão não necessariamente a eleição, mas o fortalecimento da chapa de vereadores de seus partidos.

    Pela regra que vigorou até a disputa de 2018, a distribuição das cadeiras era feita levando em conta a votação dada a todos os candidatos e partidos que compunham a coligação.

    Com isso, muitas vezes o voto dado a um candidato de esquerda ajudava também na eleição de um defensor de propostas de direita, e vice-versa, desde que as siglas de ambos estivessem coligadas para fins eleitorais, uma situação comum.

    Agora, cada sigla terá de disputar isoladamente as cerca de 58 mil cadeiras de vereador em todo o país. Isso representa uma dificuldade a mais para as médias e, principalmente, as pequenas legendas. Isso porque elas têm, isoladamente, mais dificuldade de atingir votação suficiente para eleger seus candidatos.

    Para tentar minimizar o impacto da mudança, muitos partidos planejam ampliar o número de candidatos a prefeito, mesmo que eles tenham mínima chance de vitória.

    O objetivo é reforçar o pedido de votos na chapa de vereadores e o número da sigla (continua valendo a possibilidade de o eleitor votar na legenda, não em um candidato específico).

    Em 2016, data das últimas eleições municipais, foram 16.568 candidatos a prefeito, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), uma média de 2,98 por cidade.

    Para vereador, houve 463.405 candidatos, média de 8 por vaga. A sigla que mais lançou nomes foi o MDB (8,95% do total), seguida do PSDB (7,9%).

    O fim das coligações é uma das alterações promovidas em 2017 com o intuito de enxugar o cenário partidário brasileiro - hoje são 33 siglas, naquele ano eram 35, conforme informações da Folha de São Paulo.

    Por: Willams Araújo 



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