CAMPO GRANDE (MS),

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    26/08/2019

    Fraudes assustam consumidores online. Conheça as principais

    Falta de confiança em sites e aplicativos ainda afasta alguns consumidores dos meios digitais

    ©DIVULGAÇÃO
    O modo como se consome produtos e serviços sofreu mudanças radicais nas últimas décadas. Com a transformação digital, a experiência de compra se tornou mais rápida, intuitiva e conveniente. O problema é que ainda há a imagem de que tudo isso não vem, necessariamente, acompanhado de segurança.

    Tal desconfiança impede que o mercado de varejo online, que cresce exponencialmente no Brasil, tenha números ainda mais expressivos – serão R$ 79,9 bilhões de faturamento em 2019, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o que representa um aumento de 16% em relação a 2018 e o maior índice desde 2015.

    Um levantamento do Grupo ClearSale, mostra que os brasileiros têm motivos para ter receio: 49% das pessoas já sofreram fraudes em cartões de crédito, número bem acima da média global de 30%.

    A fraude de cartão de crédito é, inclusive, a que mais toma a atenção do varejo eletrônico. Técnicas sofisticadas para roubar dados e invadir contas têm preocupado empresas, consumidores e fornecedores de soluções antifraude, os quais fazem um alerta importante: conhecer os principais tipos de fraude praticados hoje em dia é o primeiro passo para combater o problema.

    Phishing

    O phishing é uma das maneiras mais simples pelas quais os fraudadores enganam as pessoas. Os fraudadores costumam usar logotipos reais de empresas e links de aparência realista em e-mails para enganar clientes, que acabam fornecendo dados confidenciais. Embora sejam relativamente conhecidos, estes ataques ainda funcionam: 30% dos e-mails de phishing são abertos.

    Mas os ataques de phishing podem fazer mais do que enganar os usuários desavisados para revelar dados confidenciais. Esses ataques também podem instalar softwares mal-intencionados, infectar computadores com vírus ou até mesmo roubar informações pessoais dos computadores.

    Ransomware

    Quando um criminoso cibernético lança um ransomware, seu objetivo é infiltrar e comandar sistemas de tecnologia, inutilizando todos os arquivos no sistema afetado, até que a vítima pague um resgate aos hackers. Em casos extremos, os cibercriminosos podem até fechar as operações de uma empresa de comércio eletrônico e excluir arquivos críticos para os negócios, se o resgate não for pago.

    O ransomware pode ser implementado de maneira barata por e-mail e pode oferecer um enorme retorno para os criminosos - uma empresa sul-coreana já chegou a pagar US$ 1 milhão em troca da descriptografia de seus arquivos.

    Violações de dados

    As violações de dados afetam mais que os indivíduos. Elas também podem afetar os negócios de um varejista. Existe um mercado paralelo – e criminoso – repleto de vendedores que oferecem produtos e serviços que facilitam a identificação de novas identidades, e cibercriminosos usam estas ferramentas.

    Um estudo nos EUA mostra que entre 80% e 90% das pessoas que fazem login em sites de comércio eletrônico são, na verdade, hackers usando dados roubados.

    Tipos de fraude mais comuns

    A fraude tornou-se um fenômeno recorrente nos mais diversos segmentos. Muito mais do que simplesmente uma pessoa roubando dados atrás do computador, o universo da fraude é complexo e requer um olhar especializado para prevenção. A fraude acontece por meio de inúmeros métodos e das mais variadas formas.

    Fraude limpa: considerado o tipo mais simples, a fraude limpa ocorre em clonagens de cartões, roubo ou vazamento de dados, etc. É chamada de limpa pelo fato do fraudador ter dados corretos da vítima. Neste caso, o criminoso pode, por exemplo, comprar em lojas virtuais e receber normalmente o produto. A vítima, ao receber a fatura do cartão, contesta a compra, que é cancelada pela administradora e gera o prejuízo, chamado de chargeback, ao varejista.

    Fraude amigável: é chamada de amigável porque, via de regra, não tem má-fé. Neste caso, a pessoa que utilizou dados de cartão ou dados bancários verdadeiros é próxima do titular da conta, mas que não informou o mesmo. Não é raro, por exemplo, uma criança usar o cartão dos pais para comprar um game, sem o conhecimento dos mesmos.

    Autofraude: dos tipos mais comuns de fraude, este é o que causa mais preocupação, por ser extremamente difícil de identificar. A autofraude acontece quando o próprio titular da conta ou do cartão efetua uma transação e depois a contesta, como se não reconhecesse aquela dívida.

    Quem corre mais riscos?

    Como todos os tipos de crime, quem não toma determinados cuidados está sempre mais sujeito a ser uma vítima. 

    Como empresas podem se proteger?

    Para evitar problemas com fraudes, é preciso, antes de qualquer coisa, ir a fundo nesta questão para entender exatamente o que causa este tipo de prejuízo em uma determinada loja online.

    A partir disso, é fundamental procurar soluções antifraude de parceiros que tenham expertise para entender o contexto de cada situação e para conseguir mapear a ação de fraudadores nos mais minuciosos detalhes, já que a fraude é dinâmica e exige equilíbrio entre inovação – como no uso de ferramentas de AI e Machine Learning – e experiência para combatê-la.

    O chargeback causado pela fraude pode causar danos irreversíveis ao negócio. No caso de grandes empresas, talvez esse efeito, em um primeiro momento, seja menor, mas fatalmente o chargeback causará, a menos que seja controlado, prejuízos consideráveis em médio e longo prazos.

    Os cibercriminosos de hoje são inteligentes e estão sempre em busca do ponto mais vulnerável. Depois de identificar uma vulnerabilidade, eles trocam informações, compartilham ideias e fazem com que os danos financeiros sejam rápidos e desastrosos.

    Como consumidores podem se proteger?

    Segundo Omar Jarouche, diretor de Marketing e Soluções da ClearSale, o consumidor deve evitar a compra em sites suspeitos, e sempre que possível, realizar suas transações online via cartão de crédito. 

    “Ao contrário do que muitos acreditam, a compra pelo cartão de crédito é mais segura do que via boleto ou transferência bancária. Caso uma fraude ocorra, o consumidor que realiza a compra via cartão consegue contestar a cobrança junto ao seu banco. Já as compras via boleto não são reembolsáveis. Uma vez que o dinheiro é depositado, o estorno torna-se mais complicado”, diz Jarouche.

    Além disso, práticas simples como uso de senhas fortes e trocas periódicas de senhas continuam sendo medidas que ajudam a evitar problemas com fraudes.



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