CAMPO GRANDE (MS),

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    01/07/2019

    Erros que mais eliminam candidatos em concursos públicos

    Para especialistas, ler o edital e fazer revisões e exercícios periódicos são suficientes para realizar uma boa prova

    ©DIVULGAÇÃO
    Uma recente pesquisa, divulgada pelo Gran Cursos Online, agência especializada em concursos públicos, divulgou uma pesquisa mostrando que a busca por concursos para entrar no exército cresceu 60% nos três primeiros meses de 2019. A maior parte dos interessados estão no Rio de Janeiro (175 mil pré-candidatos), seguido por São Paulo (91,3 mil) e por Minas Gerais (88,4 mil) -- todos no Sudeste. 

    A busca cresceu justamente no ano em que o novo ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Planalto não vai abrir novos concursos públicos por período indeterminado. A medida vale para todos os certames sob judice do Poder Executivo Federal. A ideia, segundo ele, é deixar que a folha de pagamento do governo deixe ser enxugada sozinha nos próximos anos, quando cerca de 40% do funcionalismo deve se aposentar.

    “Nos últimos anos, houve excesso de contratações. Os salários subiram ferozmente", disse ele. "Nas nossas contas, 40% dos funcionários públicos devem se aposentar nos próximos cinco anos. Não precisa demitir. Basta desacelerar as entradas que esse excesso vai embora naturalmente. Vamos ficar sem contratar por um tempo e vamos informatizar”, completou o ministro durante audiência da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

    Nesse contexto, passar em um concurso público se tornou ainda mais difícil para quem está esperando ou tem o projeto de entrar para o funcionalismo público. Por isso, é necessário estar cada vez mais atento aos erros que normalmente são cometidos durante as provas. O principal deles, segundo os especialistas, é não ler os enunciados das perguntas corretamente, principalmente por causa da pressa em responder tudo.

    Segundo o professor Thiago Rocha, da Universidade Federal do ABC (UFABC), é possível até estabelecer um passo a passo da leitura das questões: "Fazer uma leitura prévia e partir para as alternativas para se situar na questão. Depois, definir a ideia central do que está sendo perguntado e, então, interpretar de forma correta o enunciado e eliminar alternativas contraditórias ao enunciado ou até às outras alternativas", explica.

    Há candidatos, porém, que vão além de não lerem as questões -- eles não se preocupam em estudar o edital. Especialistas alertam que é importante se atentar ao documento, geralmente esperado por ser o indício de que o concurso acontecerá em pouco tempo, porque nunca há uma clareza total sobre as regras dos certames, mas subtópicos e temas implícitos que podem fazer toda a diferença. 

    "O edital deve ser interpretado minuciosamente porque é a partir dele que toda a estratégia deve ser traçada com a definição, por exemplo, de quais matérias priorizar, quantas horas estudar de cada disciplina, etc.", explica o Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU) e professor do Gran Cursos Online, Egbert Nascimento.

    A mesma coisa vale, segundo ele, para saber como a banca organizadora do certame em questão costuma organizar as provas. Como cada entidade tem um perfil de questões, exigências e até mesmo de regras do edital, estudar como uma banca realizou um concurso no passado pode dar vantagens a um candidato. 

    No período pré-prova, Egbert também pontua a importância de estudar todas as matérias -- uma dica que também faz toda a diferença, já que, com a falta de tempo, muitos candidatos fazem uma seleção do que vão estudar entre as disciplinas do edital. "Se não estudar todo o conteúdo pode ser que não acerte todas as questões – e cada questão conta muito para que quer passar", explica.

    O mesmo vale para quem, nos períodos de estudos, não se dedica a fazer exercícios e revisões periódicas do conteúdo. Há vários recursos e técnicas que permitem colocar em prática os conhecimentos aprendidos e ativar a memória. Segundo Rocha, muitos candidatos erram ao priorizar a leitura ou a construção de resumos e mapas mentais, evitando exercícios e revisões. No caso da prova de matemática, isso significa falta de treino para realizar as questões. Na de português ou na redação, pior ainda, erros de gramática ou ortografia.

    Ele diz que, entre os erros de português mais comuns, estão o do uso da crase, no emprego de pronomes ou na utilização incorreta do “mas” e “mais”. 



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