Trabalhar para fortalecer a unidade do PSDB dentro do Mato Grosso do Sul e investir em 50 a 55 candidaturas nas eleições municipais de 2020 estão entre as prioridades da gestão do novo presidente regional da sigla tucana no Estado, Sérgio de Paula. Esta e outras metas foram tratadas durante a entrevista, nesta quarta-feira (15), no Programa “Bronca do Eli”, transmitido às 8h, na Rádio Segredo FM 106,3, Campo Grande, e Rádio Diamante FM 98,7, nos municípios de Corguinho e Rochedo.
Com a decisão do PSDB em escolhê-lo no último mês, 22 de abril, para a gestão bianual frente ao PSDB regional, Sérgio de Paula afirma que fortalecer ainda mais o partido é uma das suas principais bandeiras durante a gestão. “O principal passo é fazer o partido ter mais unidade, nós tivemos aí duas pré-candidaturas, os deputados federais Rose Modesto e Beto Pereira, duas campanhas legítimas e, aí nós buscamos o consenso no partido. Os dois foram grandes lideranças no processo. A gente assumiu o partido com o aval do governador Reinaldo Azambuja e, claro, dos dois pré-candidatos, e demais membros, deputados federais, estaduais e prefeito”.
As eleições municipais de 2020 é outra frente que Sérgio de Paula deverá focar durante os seus dois anos de mandato. “Nossa meta é termos de 50 a 55 candidaturas a prefeito, candidaturas. E, dentro dessas 50 a 55 campanhas vai depender da capacidade do partido, das coligações dos seus municípios. Nós vamos trabalhar muito fortemente isso, acredito que o partido tendo de 36 a 40 prefeitos eleitos já é um número ideal, tendo aí mais de 50% de prefeitos no Estado”.
Uma contabilização de cadeiras que leva em conta as alianças políticas no Mato Grosso do Sul. “Temos que respeitar os aliados, na reeleição do nosso governador fizemos uma ampla coligação. Temos de respeitar as alianças, DEM, hoje com dois ministros, o vice-governador, tem também o PP, PSD, esse último do prefeito Marcos Trad, o Patriota. Solidariedade, PSL, ou seja, todos os aliados”.
No que tange a prefeitura da Capital, Sérgio de Paula conta que só haverá uma análise completa em 2020. “Essa discussão vai ser a partir de março do ano que vem, entre março e abril. Nós temos que trabalhar para trazer novos filiados, esse é o voluntário. Ampliar essa quantidade, isso é importante para a campanha. Vamos fazer um trabalho para ampliar o quadro do partido”, afirma.
“Essa campanha de 2020 já norteia 2022. E o que nós temos que fazer? Todo partido quer buscar o poder e nós, também, vamos buscar. Eu como presidente, agora, quero em alguns municípios reorganizar o partido, estamos fazendo diretório em todos, faltam só dois, Antônio João e Corumbá, e vai ter eleição do PSDB nacional, vamos a Brasília votar, o nosso candidato é o Bruno Araújo através do governador Reinaldo Azambuja e do Dória, governador de São Paulo. Achamos que vai ser uma chapa única, e queremos que o Beto, a Rose e a Bia façam parte, também, do PSDB Nacional. Isso é importante para o Estado, importante para gente”, garante.
Contudo, todo este início da gestão de Sérgio de Paula será mais voltado para a unidade do partido. “Temos que ter a tranquilidade, a humildade e a capacidade de deixá-lo no tamanho ideal para o nosso governador. Isso é importante porque o nosso líder maior que é o nosso governador Reinaldo Azambuja, e respeitando as lideranças do partido. A nossa executiva que foi efetuada está o governador, os cinco deputados estaduais e os três federais. Então, temos legitimidade, estamos muito tranquilos nisso e não vai ser só a decisão do presidente, mas do conjunto com a executiva do partido para trabalhos futuros”.
Atualmente, o PSDB tem 40 prefeitos, mais de 160 vereadores, 3 deputados federais, 5 estaduais e o governador reeleito. “O nosso ex-presidente regional, Beto Pereira, fez um excelente trabalho e quero dar continuidade”, garante Sérgio de Paula que ainda complementa com seus futuros anseios dentro da presidência, “Buscar pessoas novas para entrar na política, aumentar a capacidade de filiado que conta com 33 mil pessoas, hoje, e, logicamente, o partido busca o poder, queremos buscar mais alguns prefeitos para o nosso partido, novos empresários, lideranças.”
Dentro desse quadro de expansão e fortalecimento, Sérgio de Paula quer, inclusive, fortalecer às linhas da sigla. “Temos segmentos, o PSDB Mulher, o PSDB Juventude, e temos que fortalecer isso aí, pensando lá na frente, em fazer novos seminários no Estado para qualificar sobre as atribuições políticas. O que o prefeito faz, o que um vereador faz, tem candidato que se elege como vereador e acha que vai mandar fazer asfalto, não faz, é legislar. Então, temos que qualificar, mostrar para essas pessoas e, principalmente, mostrar para a sociedade”.
Outro ponto primordial que será levado em consideração durante o seu mandato é o estreitamento dos laços entre a sigla e o cidadão. “A classe política se distanciou muito da sociedade, temos que aproximar novamente, estar no dia a dia das pessoas, além de capacitar ainda mais os nossos políticos”.
Questionado sobre o que a “Onda Bolsonaro” pode implicar para partidos como o PSDB durante nas próximas eleições dentro e fora do Mato Grosso do Sul, Sérgio de Paula alega que cada campanha é uma campanha. “Na última eleição, o Brasil estava dividido entre extrema direita e extrema esquerda e nós, com o nosso candidato Geraldo Alckmin, no centro. Digo que sociedade coloca e tira, isso é uma coisa natural, há provas disso daí. Houve uma fala muito importante de união entre o PSDB e DEM e nesse assunto que é voltar ao centro. Não temos condições de ficarmos divididos entre centro-esquerda e centro-direita. Temos que ter uma válvula de escape e nós temos o nosso candidato para a presidência da República que é o João Dória, o governador de São Paulo”.
“Nosso partido está começando a trabalhar este nome [João Dória], com muita tranquilidade. É uma pessoa preparada, desafiador, foi prefeito da Capital de São Paulo, já governador. Nós temos quadro e vamos voltar à disputa nacional. É o que eu digo, todo partido busca o poder e nós vamos buscar o poder a nível nacional também”, afirma o presidente do PSDB do MS.
Quanto ao apoio político do PSDB dado a Bolsonaro nas eleições de 2018 e a atual trama que se desenrola em volta da reforma da previdência, Sérgio de Paula é enfático em suas posições. “Desde o início, apoiamos o Bolsonaro e o Geraldo Alckmin no primeiro turno e, no segundo turno, Jair Bolsonaro. O PSL foi parceiro nosso no Estado desde o início da campanha, agora, nós temos que destravar algumas pautas. Sem a reforma da previdência o País não vai andar. Agora, falta um pouco de sintonia do governo Federal, com o Congresso. Falta um diálogo aberto, franco para a gente avançar nessas reformas. A minha preocupação é a forma como está sendo conduzida a reforma da previdência. Essa é a preocupação do Estado, dos nossos municípios e de todo o povo brasileiro”, conclui.
Por: Aline Lira